Capítulo 1 sem título

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Prólogo

O que será que eu fiz de errado?

Ela estava ajoelhada no chão coberto por uma camada grossa de neve. Cobria seus olhos com as duas mãos, como se quisesse esconder suas lágrimas. Vestia um Sobretudo vermelho em cima de três blusas de manga comprida feitas de lã e duas meias calças duzentos e quarenta fios embaixo de uma calça preta.

Fazia pelo menos sete graus negativos. Em volta dela, a paisagem era maravilhosa: A vegetação de Pradarias estava totalmente coberta de branco e os flocos de neve estavam acumuladas nos topos das árvores secas. O céu estava escuro e nevava naquele momento. Os flocos molhavam o longo cabelo loiro de Kate.

Ouviam-se passos. Pegadas formavam-se na neve fofa. Estavam cada vez mais perto. Kate, assustada, olhou para trás. Seus olhos verdes acinzentados não conseguiam reconhecer os rostos que lá estavam. E então ouviu uma voz:

- Kate, o que tu estás fazendo aqui sozinha, guria? – Perguntou a mais velha das três. Seus olhos eram pretos escuros e seus cabelos negros chegavam até a cintura.

- Vamos voltar para o Chalé! Estou congelando aqui! Bah! – Implorou a mais baixinha. Seu cabelo era castanho e nas pontas formavam-se pequenas ondulações, seus olhos eram castanhos escuros.

- Lá tem fogo à lenha para ficar bem quentinho e minha vó fez chocolate quente e cuca de uva! Você não pode recusar Tchê! – A terceira tentou persuadir. Seu fenótipo era parecido com o da primeira, mas seu corpo era um pouco mais aveludado.

- Então vamos, gurias! – Sorriu, sem mostrar os dentes, enquanto limpava seus olhos alagados. Levantou-se com a ajuda de uma delas.

As quatro amigas saíram correndo para chegar ao destino. Não queriam pegar mais friagem. O chalé era pequeno, seu revestimento de madeira de carvalho dava um ar de uma casa do século XVIII implantado no século XXI. Suas janelas e portas eram revestidas do mesmo material. Ele era composto por três janelas na frente, duas atrás e uma lateral; Uma porta da frente e uma de fundos; A terceira janela da frente situava-se no ponto mais alto onde costumava ficar o sótão.

A avó, percebendo que elas haviam chegado, abriu a porta e as recebeu em uma sala de estar super aconchegante.

- Entrem gurias, fiquem à vontade. O café já está na mesa. Eu vou lá para o meu quarto fazer tricô. Qualquer coisa é só chamar! – Disse a vovó animadíssima.

Entrando no chalé, pode-se perceber que o piso era feito do mesmo material que a fachada e rangia um pouco quando se caminhava sobre ela. As quatro paredes estavam pintadas de branco. E nelas estavam pendurados porta-retratos da família e na principal, uma cabeça de Alce. O ilustre era grande e redondo. As quatro lâmpadas ao redor dele estavam acesas e emitiam um brilho branco. O tapete era redondo e um brasão da família tinha sido bordado sob ele, estava situado em baixo de uma mesinha de centro onde estavam organizados os pães de cuca, as xícaras com chocolate quente e uma vela cheirosa, que fazia parte de sua decoração.

As meninas sentaram-se nas poltronas marrons que rodeavam a mesa de cento, e com as suas respectivas xícaras na mão, tomavam enquanto conversavam sobre o episódio anterior.

- Mas diga-me Kate, por que tu estavas chorando? – Perguntou Gabriela, colocando seus cabelos negros para trás.

- Lembra-se daquele guri que conheci há dois anos? – Kate estava olhando em direção a Gabriela.

- Claro! Mas como que era mesmo o nome dele? - Gabi exclamou.

- Gustavo. Gustavo Thompson. – Respondeu cabisbaixa.

- Como foi mesmo que vocês se conheceram? – Jade insistia em ouvir a história toda vez!

- Você não se cansa Jade? Deixa a guria explicar o que aconteceu hoje! – Harper já estava impaciente.

- Não aconteceu hoje! Hoje foi apenas o resultado do que aconteceu semana passada... – Kate tentou explicar.

- E o que aconteceu semana passada? – Insistiu Gabi.

- Calma aí! Se ela não contar desde o início, não vai dar para entender nada da história! – Retrucou Jade.

Kate virou-se para a Gabi e para a Haper, que estavam sentadas mais próximas umas das outras, arregalou os olhos e esticou os lábios simultaneamente, respirou fundo; Direcionou o olhar para a Jade e disse:

- Tudo bem! Eu conto de novo! E vai ser até melhor para ver se eu consigo entender essa estória direito.

- Eu não disse! – Exclamava Jade.

- Cala a boca Jade! – Gabriela e Harper gritaram em um coro.

- Nossa! Desculpem-me! – Jade se assustou.

Kate revirou os olhos e começou:

- Naquela época eu tinha catorze anos e,...

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⏰ Last updated: Oct 22, 2018 ⏰

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