Capítulo 41

13.5K 855 37
                                    

Manu

Me despedi de Junior, não precisei falar nada pela minha cara ele já sabia que era algo sério. Bruno desceu o elevador comigo, ele estava quieto e segurando a minha mão, ele se fechava quando algo não estava indo bem e eu precisava saber lidar com esse jeito dele. Fui dirigindo, ele estava quieto e pensativo. 

Bruno: quero ir contigo. 

Manu: vou te deixar em casa, a Isa esta lá. Você precisa conversar e contar pra ela. 

Bruno: meu tio já deve ter contado que Carol é minha mãe.

Manu : eu acho que não – olhei pra ele de lado e voltei a olhar pra avenida, estendi minha mão pra ele e o mesmo apertou – preciso que confie em mim, vai ficar tudo bem. 

Parei em frente a casa deles e Isa estava na porta, seu olhar preocupado observou atentamente Bruno. 

Manu: eu já volto – puxei ele pra perto de mim e abracei – te amo – falei baixinho em seu ouvido e ele me apertou –.

Bruno: me liga qualquer coisa, eu te amo também. 

Selamos nossos lábios e ele saiu, saí de lá e fui direto para o hospital aonde Bruno disse que ela estava. Não demorou para chegar até lá, estacionei o carro e desci. 

Manu: a paciente Carol Damasceno.

Recepcionista: ela esta em observação, o que você é dela?
 
Manu: nora – dei um sorriso ao pensar em Bruno –.

Recepcionista: seus dados por favor.

Não demorou para ela me liberar, peguei o elevador até o segundo andar e lá estava ela em uma sala em observação, seu olhar estava fundo com muita olheira ela me viu assim que entrei na sala e deu um sorriso lindo. 

Carol: meu Deus Manu – sentou na maca com um pouco de dificuldade –.

Manu: calma – sentei ao lado dela – como você esta? 

Carol: cadê o Bruno? Ele te contou?

Manu: sim – dei uma pausa para respirar – ele esta em choque ainda, mas vai melhorar e logo estará aqui com você. 

Carol: não quero que ele me veja passar por isso, descobri não tem muito tempo. Por sorte tenho o convenio da empresa e até o momento esta dando para manter medicamentos. Vou começar a quimio, eles querem tentar sem cirurgia pois ainda é muito pequeno o tumor. 

Manu: nós estamos com você Carol, ele não esta aqui porque você sabe como Bruno é. 

Carol: ele sempre viu as pessoas que mais amava indo embora da vida dele, não fico surpresa por ele ser assim Manu, mas você esta mudando o meu garotinho, você esta ensinando pra ele a não ser radical consigo mesmo.

Eu ficava feliz em ouvir as pessoas dizer isso, em ouvir o quão eu fazia Bruno bem e como ele mudou depois de ter me conhecido. Meus pais sempre foram a minha base e eu nunca imaginei ser a base de alguém. Fiquei com ela no hospital até o médico liberar, ajudei Carol até o carro e levei ela para o seu AP, ela estava um pouco fraca e meu coração partiu em pensar em deixar ela sozinha. 

Carol: não se preocupa Manu, o porteiro do prédio é muito amigo meu – ela sorrio – ele irá vim me ver, fique tranquila. 

Manu: não quero te deixar aqui sozinha, eu vou ir até Bruno e nós voltamos pra cá, ta bom? 

Carol: como você quiser – ela sorrio –.

Fui para a cozinha e preparei uma sopa, já estava tarde e ela não podia ficar com a barriga tão cheia. Enquanto fazia fiquei observando ela na sala, a mesma caminhou até o móvel e pegou um álbum de fotos, fui até ela antes mesmo de me chamar. 

Carol: esse é o Bruno pequeno – ela me mostrou e riu – ele era sapeca, me chamava de tia Carol. 

Manu: a cara de terrível não nega né? 

Carol: não – rimos – mas ele sempre foi atencioso e bem cavalheiro, só parou de ser assim depois que a Tara foi embora ela era grossa – percebi que engoliu a seco –  nunca gostou de ver o filho bem até que sumiu de vez. 

Manu: ele era bem apegado com o Miguel né? 

Carol: Miguel sempre foi o herói de Bruno, o sorriso dele quando estava com o pai era tão lindo. A relação dos dois sempre foi linda, e quando ele sofreu o acidente e morreu na hora sabia que o mundo dele iria desabar, e no momento em que Tara precisava estar ela foi uma vaca egoísta e sumiu com dinheiro e seus pertences. E nós temos culpa disso, eu e Miguel, principalmente eu por ter deixado meu filho com os dois. 

Manu: ele irá te perdoar se não já perdoou, ele chegou na empresa com medo, ele queria chorar eu vi isso em seu olhar, ele sentiu medo. 

Carol: eu preciso recuperar o tempo perdido Manu, eu não quero morrer sem o perdão do meu filho. 

Ouvir ela falar aquilo me cortou o coração, senti um nó na garganta. Bruno não saia da minha cabeça, ele deveria estar doidinho longe de mim. Tomamos sopa juntas e assistimos a novela até Carol pegar no sono, ela dormiu no sofá e não quis acordar ela, cobri com um cobertor bem quente e fechei tudo antes de sair, entrei no carro e meu celular tocou era a Isa. 

IDL 

I: Vem pra cá, rápido. 
M: o que houve? 
I: Bruno, bebeu todas. Eu saí por um segundo Manu e ele acabou com a garrafa de vodka que tinha aqui. 
M: estou no caminho.

FDL

Nem todo erro é errado |Onde histórias criam vida. Descubra agora