Manu
Me despedi de Junior, não precisei falar nada pela minha cara ele já sabia que era algo sério. Bruno desceu o elevador comigo, ele estava quieto e segurando a minha mão, ele se fechava quando algo não estava indo bem e eu precisava saber lidar com esse jeito dele. Fui dirigindo, ele estava quieto e pensativo.
Bruno: quero ir contigo.
Manu: vou te deixar em casa, a Isa esta lá. Você precisa conversar e contar pra ela.
Bruno: meu tio já deve ter contado que Carol é minha mãe.
Manu : eu acho que não – olhei pra ele de lado e voltei a olhar pra avenida, estendi minha mão pra ele e o mesmo apertou – preciso que confie em mim, vai ficar tudo bem.
Parei em frente a casa deles e Isa estava na porta, seu olhar preocupado observou atentamente Bruno.
Manu: eu já volto – puxei ele pra perto de mim e abracei – te amo – falei baixinho em seu ouvido e ele me apertou –.
Bruno: me liga qualquer coisa, eu te amo também.
Selamos nossos lábios e ele saiu, saí de lá e fui direto para o hospital aonde Bruno disse que ela estava. Não demorou para chegar até lá, estacionei o carro e desci.
Manu: a paciente Carol Damasceno.
Recepcionista: ela esta em observação, o que você é dela?
Manu: nora – dei um sorriso ao pensar em Bruno –.Recepcionista: seus dados por favor.
Não demorou para ela me liberar, peguei o elevador até o segundo andar e lá estava ela em uma sala em observação, seu olhar estava fundo com muita olheira ela me viu assim que entrei na sala e deu um sorriso lindo.
Carol: meu Deus Manu – sentou na maca com um pouco de dificuldade –.
Manu: calma – sentei ao lado dela – como você esta?
Carol: cadê o Bruno? Ele te contou?
Manu: sim – dei uma pausa para respirar – ele esta em choque ainda, mas vai melhorar e logo estará aqui com você.
Carol: não quero que ele me veja passar por isso, descobri não tem muito tempo. Por sorte tenho o convenio da empresa e até o momento esta dando para manter medicamentos. Vou começar a quimio, eles querem tentar sem cirurgia pois ainda é muito pequeno o tumor.
Manu: nós estamos com você Carol, ele não esta aqui porque você sabe como Bruno é.
Carol: ele sempre viu as pessoas que mais amava indo embora da vida dele, não fico surpresa por ele ser assim Manu, mas você esta mudando o meu garotinho, você esta ensinando pra ele a não ser radical consigo mesmo.
Eu ficava feliz em ouvir as pessoas dizer isso, em ouvir o quão eu fazia Bruno bem e como ele mudou depois de ter me conhecido. Meus pais sempre foram a minha base e eu nunca imaginei ser a base de alguém. Fiquei com ela no hospital até o médico liberar, ajudei Carol até o carro e levei ela para o seu AP, ela estava um pouco fraca e meu coração partiu em pensar em deixar ela sozinha.
Carol: não se preocupa Manu, o porteiro do prédio é muito amigo meu – ela sorrio – ele irá vim me ver, fique tranquila.
Manu: não quero te deixar aqui sozinha, eu vou ir até Bruno e nós voltamos pra cá, ta bom?
Carol: como você quiser – ela sorrio –.
Fui para a cozinha e preparei uma sopa, já estava tarde e ela não podia ficar com a barriga tão cheia. Enquanto fazia fiquei observando ela na sala, a mesma caminhou até o móvel e pegou um álbum de fotos, fui até ela antes mesmo de me chamar.
Carol: esse é o Bruno pequeno – ela me mostrou e riu – ele era sapeca, me chamava de tia Carol.
Manu: a cara de terrível não nega né?
Carol: não – rimos – mas ele sempre foi atencioso e bem cavalheiro, só parou de ser assim depois que a Tara foi embora ela era grossa – percebi que engoliu a seco – nunca gostou de ver o filho bem até que sumiu de vez.
Manu: ele era bem apegado com o Miguel né?
Carol: Miguel sempre foi o herói de Bruno, o sorriso dele quando estava com o pai era tão lindo. A relação dos dois sempre foi linda, e quando ele sofreu o acidente e morreu na hora sabia que o mundo dele iria desabar, e no momento em que Tara precisava estar ela foi uma vaca egoísta e sumiu com dinheiro e seus pertences. E nós temos culpa disso, eu e Miguel, principalmente eu por ter deixado meu filho com os dois.
Manu: ele irá te perdoar se não já perdoou, ele chegou na empresa com medo, ele queria chorar eu vi isso em seu olhar, ele sentiu medo.
Carol: eu preciso recuperar o tempo perdido Manu, eu não quero morrer sem o perdão do meu filho.
Ouvir ela falar aquilo me cortou o coração, senti um nó na garganta. Bruno não saia da minha cabeça, ele deveria estar doidinho longe de mim. Tomamos sopa juntas e assistimos a novela até Carol pegar no sono, ela dormiu no sofá e não quis acordar ela, cobri com um cobertor bem quente e fechei tudo antes de sair, entrei no carro e meu celular tocou era a Isa.
IDL
I: Vem pra cá, rápido.
M: o que houve?
I: Bruno, bebeu todas. Eu saí por um segundo Manu e ele acabou com a garrafa de vodka que tinha aqui.
M: estou no caminho.FDL
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Nem todo erro é errado |
Teen FictionEscritora: Ju Rabetão • Respoansável pela história: Letícia +16 | Manuela, mais conhecida como Manu. Filha da Mia e Henrique, atualmente com 20 anos mudou para São Paulo para terminar sua faculdade de direito e começar uma nova vida longe das asas...