Capítulo 42

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Bruno

Manu me deixou em casa e entrei direto, Isa foi atrás de mim ela estava preocupada conseguia enxergar isso no rosto dela e aparentemente não sabia de nada sobre a Carol. Sentei no sofá e coloquei as mãos na cabeça e abaixei.

Isa: o que houve Bruno? Por favor me conta – ela agachou na minha frente e apoiou as mãos em mim –.

Bruno: não sei porque a Manu me trouxe pra cá, essa não é mais a minha casa. 

Isa: ela pediu pra eu não te deixar sozinho e eu não vou deixar.

Bruno: eu já sou sozinho Isabela – ri de nervoso e meu tio entrou e não estava sozinho –.

Daniel: não teve aula hoje os dois? 

Eu não respondi e Isa aparentemente estava com muita raiva do pai por alguma razão que eu não sabia qual era e também não questionei. 

Daniel: não vão me responder? 

Bruno: desde quando você sabia que a Carol estava doente? 

Daniel: sério isso? – ele riu e a mulher que estava com ele continuou com a cara de paisagem –.

Bruno: fala porra, você não iria me falar nada? 

Daniel: pra que você iria querer saber? Não seja patético Bruno.

Bruno: porque ela é a minha mãe, e mesmo que eu tenha sido um idiota egoísta ela é minha mãe – gritei e levantei do sofá –.

Isa: o que? E a Tara? – perguntou perdida –.

Bruno: nem pra sua própria filha você conta as coisas, o que mais eu não sei? A Tara dava pro meu pai e pra você também? 

Daniel: Bruno me respeita –caminhou em minha direção e não recuei –.

Bruno: fala porra, essa daí você dividia com o meu pai também, porque você sempre quis tudo que ele tinha principalmente mulher – cuspi tudo na cara dele, tudo que eu guardava comigo a tanto tempo –.

Daniel: cala a porra da boca Bruno – veio me dar um soco mas me esquivei e empurrei ele para o sofá –.

Isa: para por favor – falou entre soluços – por favor os dois. 

Daniel: some da minha casa, não aparece mais aqui.

Isa: saí com essa mulher daqui você – ela falou firme –.

Daniel: essa é a minha casa Isabela. 

Isa: mas aquela mulher não é bem vinda aqui.

Ele foi saindo com aquela mulher e Isa foi atrás deles, levantei e caminhei até o bar onde havia só vodka, peguei uma garrafa e virei, não sentia mais nada nem cara feia eu fazia apenas desceu queimando em minha garganta e aquilo era como se fosse um alívio pra mim. Ouvi Isa gritando brigando com o pai mas não conseguia me mover, se eu saísse de lá seria para quebrar a cara dele e eu me segurei ao máximo para não fazer isso. A sede que eu estava daquela bebia era algo anormal, terminei a garrafa quando Isa entrou na sala e me olhou mais preocupada ainda.
 
Isa: você não tem culpa Bruno, não é culpa sua primo – se aproximou devagar e pediu a garrafa –.

Bruno: nada mais faz sentido Isa, depois que meu pai morreu, nada faz sentido. 

Isa: você precisa ter calma, a Manu já esta no caminho. 

Bruno: eu não mereço ela, não mereço. A Manu é maravilhosa, ela é perfeita. Ela esta lá cuidando da Carol enquanto eu deveria estar lá e fazer meu papel de filho. 

Isa: não fala isso você é tão bom Bruno, você tem um coração tão lindo ninguém precisa conhecer esse teu lado a não ser a gente, as pessoas que mais te ama. 

A voz do meu pai martelava em minha cabeça, Isa saiu por um instante e abri outra garrafa virei a mesma até ela voltar para sala quando se aproximou joguei a garrafa na parede, aquilo era uma droga, foi constatado que meu pai estava bêbado quando morreu naquele acidente de carro e por mais que aquilo não batesse em minha cabeça era uma forma de aliviar o que eu sentia. 

Subi para o meu quarto, apoiei na parede quando aquela onda de tontura chegou. Cheguei até lá e bati a porta com tudo, me joguei na cama fazia um tempo em que não deitava ali no meu quarto. Algum tempo depois ouço a porta abri, parecia que eu tinha conseguido dormir mas não estava ali deitado olhando para o lado de fora da janela, olhei de lado e era Manu, seu olhar estava triste ao me ver naquele estado. 

Manu: meu Deus lindo, o que houve? 

Bruno: não dá, eu não consigo me controlar me desculpa –sentei na cama e ela sentou ao meu lado me puxando para o seu colo – você merece mais do que isso Manu. 

Manu: xiii – falou baixinho – só fica aqui comigo, vem. 

Bruno: como a Carol esta? 

Manu: ela esta em casa, esta melhor, eles vão fazer a quimio tentar não fazer a cirurgia. Como ela descobriu agora esta mais fácil, fica tranquilo, vai ficar tudo bem. 

Sua voz era música para os meus ouvidos, fechei os olhos quando deitei em seu colo minha mão gelada tocou a dela e a mesma não recuou pelo ao contrário, ela nos cobriu e ficou ao meu lado o tempo todo.

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