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   As teclas do piano produziam um som já conhecido por mim. Não que me agradasse com essa música, na verdade, eu odiava. A letra era completamente sem sentido, e era aquele tipo de música que, quanto menos esperasse, seu corpo estava seguindo o seu ritmo.

     Meus dedos sempre tocavam melhor músicas clássicas, como Chopin. Quando a melodia de Nocturne op. 9 no 1 soavam, qualquer um era capaz de se hipnotizar em concertos, pelo jeito suave que meus dedos conseguiam reproduzir essa fantástica obra.

     Mas como disse, a música agora não era uma que me agradava. Mas sim a pessoa que me fez o pedido.

    Muitos me consideram uma pessoa fria. Aquele tipo de pessoa que consegue falar facilmente um não, e que não se importa se as pessoas ficarem magoadas. Uma pessoa sem um coração. Como dizem é claro. Mas não desminto, gosto da sinceridade, gosto de não dar expectativas quando, claramente, não há. Talvez eu afaste pessoas com esse meu comportamento, mas eu não ligo, eu só quero uma comigo.

     Enquanto meus dedos dedilhavam a música irritante, a minha frente, estava a criatura mais incrivelmente bem feita por alguma divindade acima de nós. Enquanto dançava lindamente de um jeito tão único pra mim.

    A cada giro um suspiro apaixonado. A cada olhar cruzado uma fisgada no estômago. E a cada sorriso, Park Jimin levava mais um pedaço do meu pequeno coração.
 
    Como é possível se apaixonar todos os dias por a mesma pessoa? Como eu poderia descobrir amar suas poucas sardinhas no rosto? Como eu poderia amar um sorriso? Como eu poderia amar seus olhos quando se fecham para sorrir? Como eu poderia amar seu corpo com poucas gordurinhas, que ele insiste em dizer que incomodam? Como eu poderia amar tão intensamente uma pessoa que, eu sei que não mereço?

     Assim que eu parei de tocar as teclas, e os sons pararam de ser produzidas, a voz que eu poderia ouvir para sempre ao invés de qualquer merda clássica se pronunciou:

    — Hyung, você pode tocar de novo?— Bem, é a terceira vez que ele me faz essa pergunta.

    — Eu odeio essa música!— Na verdade eu poderia passar a ouvi- lá pelo resto da vida, se ele assim preferisse.

     — Mas eu gosto de como você á toca.

     — Podemos tocar uma minha agora.— Sim, eu fiz a porra de uma música especialmente para Park Jimin.

    — Uma nova?— Ele sentou-se ao meu lado, como uma criança com o pai preste a lhe contar uma história.

    — Sim, uma nova!

    Enquanto tocava minha música feita especialmente para meu amor, eu pude sentir o jeito que ele encostou sua cabeça em meus ombros e fechou seus olhos, e apenas deixou a melodia penetrar seus ouvidos, pude sentir sua mão em contato com a minha coxa, mas não um toque malicioso, mas sim como se estivesse relaxado. E eu queria poder ver essa imagem apenas para colocar na pasta dentro da minha cabeça com o nome, Park Jimin, dono do meu pequeno coração inalcançável.

   — Yoongi hyung?— Ouvi ele me chamar, depois de pequenos minutos em silêncio.

   — Sim, meu bem?– Eu não podia evitar o chamar de  um jeito tão carinhoso.

   — Eu te amo.

    E eu, não pude me sentir mais completo com sua confissão tão inesperada, como meu amor por Park Jimin.

    — Eu te amo mais.— Eu pude ouvir sua risada envergonhada, porque ele não era acostumado por declarações minhas.

   E quando ele levantou seu rosto para tocar nossos lábios um com o outro, em um selar mínimo, pude ver que eu aguentaria mais 500 músicas verdadeiramente irritantes apenas para ter Park Jimin dizendo que me ama.

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