Morreu Joana

Adeus papai

    Uma semana após a descoberta do cadáver de Joana nas margens do rio João Roberto, seu pai Celso ainda estara deveras arrasado com a situação, ele chorava todos os dias encostado na varanda enquanto fumava seu cigarro, a cada sopro de fumaça um sopro de vida se ia, e a cada dia sem Joana um pensamento suicida vinha.

Sábado, 23 de outubro de 2018.

     Mais um dia se passara e lá estava Celso, como de costume debruçado na varanda, fumando um cigarro e chorando, chorava muito, sentia-se culpado pela morte da filha, por mais que ele soubesse que fez tudo que podia para estar com ela e cuidar dela, ele continuava a se sentir inútil, culpado, sem rumo, ele dizia para si mesmo:

- VOCÊ É UM INÚTIL DESGRAÇADO.

    Debruçou-se  na varanda e voltou a derramar lágrimas por sua falecida filha.

     Na casa de Jonas.

    Ele havia acabado de ir na casa de bebidas da gangue, ele iria traficar pela primeira vez, talvez a última, ao chegar lá ele encontrou o chefe da gangue que lhe entregou um pacote médio e preto:

- Não estrague tudo Jonas e em hipótese alguma abra esse saco, VOCÊ OUVIU?

   E ele então com o rabo entre as pernas apenas concordava com o chefe, com a cabeça ele disse que sim, mas em seu pensamento  dizia que não.Mais tarde Jonas iria entregar a "droga", ele pegou o saco e sua bicicleta e saiu pela cidade procurando o endereço entregado a ele pelo chefe, sentira um cheiro podre vindo do saco, mas obedeceu seu chefe e não abriu o bendito saco,  para surpresa de Jonas ao virar a esquina de uma rua ele se deparou com seu pai,  então desconfiado do filho ele o gritou ao invés de chegar e conversar, Jonas então sem ver saída desceu da bicicleta e tentou esconder o saco atrás das costas, mas seu pai não era tolo assim, pegou o saco a força e abriu, o cheiro podre subiu na hora, o refluxo também, os olhos deles ardiam com tanto fedor, quando olharam era uma cabeça, uma cabeça feminina.