Somos paisagens
Somos apenas paisagens, algumas mortas e outras vivas
Somos mensagens transmitidas, somos nuances da vidaNo caos surgem vidas
Do caos vivem criaturas
Seres que se alimentam
Das paisagens escurasA vida se reinventando
Mesmo depois da invenção
Nada deixa de ter sentido
São ciclos para transformaçãoMeus olhos descortinam células
É o caldeirão da vida, grande panela
Coisas ligadas a coisas
Observadas por sentinelasRetalhos são pedaços inteiros
Com um palito de fósforo
Eu faço um braseiro
Um pensamento é um mundo inteiroUm galho é caminho para um atalho
O sereno é irmão do orvalho
O sol derretendo o gelo
É a natureza fazendo seu trabalhoA natureza morta não é torta
É o fluxo da vida em linha reta
São cores na medida certa
Um amontoado de coisas, uma perfeita orquestraMeus pensamentos são lenhas que queimam
Tornam-se fumaça e destroços
Os pensamentos ruins são monóxidosUns punhados de nada formam paisagens remontadas
Onde nada é tudo e tudo é nada
Eu sou essa bagunça organizadaO mundo é assim todo emaranhado
O destruído transformado
O construído desfocado
E no desconstruído formatadoJonas Luiz
24/1/18