Capitulo IV

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Uma Surpresa para Elisa

Luna

— Tem certeza que está bem aí dentro? — perguntei rindo.

Isso era uma clara loucura. Mas era divertido e principalmente era muito bacana o porquê de Javier estar fazendo isso.

— Estou bem, Luna. E pare de rir ou você nos entrega aqui — Javier resmungou e sua voz saiu abafada de dentro da caixa.

Procurei ficar calada e apenas aguardar o momento certo da entrada. Estávamos em um clube simples, familiar, onde uma jovem estava comemorando seus 15 anos.

Ainda no carro, Javier me contou a história toda. Elisa era uma garota que sofria de uma doença rara desde muito pequena e vinha perdendo os movimentos das pernas gradativamente, o que a impedia de ter uma infância de brincadeiras ao ar livre, correndo por aí. Ela estava em uma cadeira de rodas e sua expectativa de vida não era muito longa, mas esse diagnóstico nunca a impediu de ser animada e feliz.

Sua grande paixão de adolescente se chamava Javier Herrera. Hoje em seu aniversário, tudo que ela queria de presente era poder conhecê-lo pessoalmente. Sua família escreveu para um famoso programa de TV contando seu desejo e pedindo uma ajuda para realizá-lo. O programa contatou os assessores dele e queriam promover esse encontro.

Javier ficou tocado pela história da garota, mas não queria sensacionalismo em torno disso, e claro, rejeitou o pedido para gravarem um quadro sobre isso. Ele teve que ouvir por horas os lamentos da equipe, por não topar algo assim. Eles alegaram que seria legal para sua imagem e usaram um monte de argumentos, que supostamente seriam irrefutáveis, mas Javi não aceitou e pronto. Em segredo, pediu para sua agente entrar em contato com os pais da garota e pagar a festa, mandou presentes e disse que outro dia a conheceria.

Só em ouvir essa história eu já estava muito orgulhosa do meu amigo, mas ainda tinha mais. Sendo o fofo e maluco que ele é, entrou em contato com a equipe da festa que ele estava pagando e mandou providenciar um bolo gigante para o conduzir dentro. E agora estávamos aqui esperando a hora de entrarmos. Ele apertado dentro de um bolo de mentira, totalmente cor de rosa e eu explodindo de orgulho dele por este gesto.

— Javi. Está me ouvindo? — sussurrei próximo à caixa.

— Claro que sim.

— Estou muito orgulhosa de você, por não aceitar participar de um quadro sensacionalista na TV e expor a Elisa. Retiro todos os "idiotas" que te chamei...

— Admita que sou incrível, amuleto da sorte. — Ele levantou a cabeça pela tampa e piscou para mim. Sua voz estava brincalhona e sexy.

— Não seja bobo, ou retiro minhas palavras — falei rindo, o empurrei de volta e fechei a tampa.

Estávamos sozinhos nesta sala, mas vai que alguém resolve aparecer, ia estragar a surpresa.

— Espero mesmo que ela goste — murmurou abafado.

— Ela vai surtar, Javi. — Sorri. — Agora vou dar uma olhada na festa, fique calado aí.

— Não demore — resmungou.

Saí por uma porta lateral que dava acesso direto ao salão da festa, não me afastei muito e fiquei de olho onde deixei ele, não podia deixar ninguém entrar naquela sala. Estava tudo decorado em tons de rosa, a Elisa muito feliz, era facilmente identificada, parecia tão pequena sentada na cadeira de rodas e usando um esvoaçante vestido rosa; o cabelo preto solto em cachos, e na frente, uma tiara, como uma princesa de fato. Muitas pessoas estavam presentes, a música tocava e seus pais sorriam felizes.

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