Aparentemente um dia normal. Centenas de pessoas indo e voltando, utilizando a estação de trem.
Eu deveria ter algo melhor para fazer do que ficar olhando pessoas, vendo vagões enchendo e esvaziando o tempo inteiro. Eu aqui, sentado, observando as pessoas que ignoram minha presença. Mas por que prestariam atenção em mim?
Talvez ninguém note que estou aqui, que estou sentindo frio. Mas já estou acostumado, é somente mais uma noite em que fico na procura de algo que faça sentido em minha vida.
Não há nada.
Um pobre homem solitário. Uma cabeça confusa que tenta entender por que existo. Talvez não aja motivo, mas talvez tenha. Entretanto tem alguma forma de saber?
Eu, um homem que andava apenas em limousines, agora sentado na estação Budapest-Nyugati. Tem um motivo de eu falar que eu andava de limousine, um motivo de eu falar usando o passado. Minha mansão, meus carros, minhas joias estão no mesmo lugar e por enquanto ainda pertencem a mim. Porém eu falei no passado, pois nesse momento resolvi abdicá-las.
Riquezas... coisas que o ser humano tanto almeja e preza, coisas que vou rejeitar. Mas meus queridos familiares, me perdoem, não deixarei para vocês nenhuma herança. No meu testamento já coloquei para a doação. Me desculpem se durante todo esse tempo vocês me aguentaram inultimente, mil perdões.
Oh sim, vocês não me aturaram, vocês seguiram suas vidas, permitiram que eu passasse vários natais e aniversários rodeado de hipócritas interesseiros, ou seja, meus sócios. Vocês sempre com suas desculpas para não vir me visitar... mas eu perdoo vocês.
Perdoo, se vocês me perdoarem por me jogar na frente desse trem que está chegando.
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Outro Título (Temporário)
RandomContos que espero que façam você refletir um pouco melhor sobre a vida, além de ter assuntos que, de alguma forma, eu considere como um caminho para o fim do mundo. Cada capítulo, um conto único e independente, que fala de diferentes temas com abor...