Caminho

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Passos apressados como sempre,cabeça nas nuvens como nunca. O relógio? Velho inimigo. Parecia nunca conseguir chegar a um local na hora exata,parecia que o destino encarregava-se de frustrar seus planos de parecer uma pessoa adulta e plenamente capaz de cumprir com seus deveres nos horários estipulados,mas ela seguia jurando de pé juntos que seria a ultima vez que atrasaria,nunca era.
O farol abriu interrompendo seus pensamentos,cruzou a faixa pulando as listras como gostava de fazer ainda que a olhassem com olhar de reprovação,não ligava.
Tolos os que deixam de fazer o que querem com medo do que podem pensar! Tolos os que deixam de viver,com medo de parecerem ridículos aos olhos dos outros.
Balançou a cabeça cantarolando sua canção favorita enquanto repassava sua lista de afazeres,tinha exatas duas horas para resolver tudo antes do próximo encontro as cegas que sua melhor amiga tinha lhe arranjado na esperança tola de fazer esquecer o fracasso que fora sua ultima relação.
Não entendia essa necessidade dos outros em coloca-la em outro relacionamento tão cedo,qual a necessidade de passar por toda a burocracia de conhecer alguém,fingir interesse,pra no final não conseguir mais do que um par de noites não tão satisfatórios em um quarto qualquer?
Não que achasse de todo mal ter alguém,só não...agora. Não amanhã. Talvez não.
Carregava no peito a estranha sensação de que saberia a hora certa de procurar,ou de simplesmente se permitir.
Talvez isso de amor não fosse feito pra ela,talvez amar fosse apenas algo superestimado,quem saberia dizer?
O estômago roncou faminto forçando o fim de seu devaneio,por hora o único encontro romântico que lhe interessava era com um lanche de pelo menos dois hambúrgueres e muito cheddar,isso sim era amor. O resto? O resto era só treta.

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