Capítulo 60

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Henrique

Quando entrei na sala de visita Roberta já estava lá sentada, sem nenhum luxo ela simplesmente se transformou em outra pessoa.

Roberta: o que você está fazendo aqui? Sentiu minha falta Henrique?

Rique: menos Roberta, bem menos...

Roberta: sua mulherzinha teve um azar que o tiro acertou minha perna, vou atrás de vocês Henrique começando pelo o meu filho.

Rique: Enzo não é mais seu filho Roberta, você não criou ele, você preferia os seus luxos ao invés do moleque e você quer ter o direito de que? A mãe dele é a Mia e você precisa colocar isso na sua cabeça. Acabou, pra você acabou.

Roberta: cala a boca – ela gritou – eu vou acabar com vocês Henrique. 

Rique: é? Fala mais... 

Roberta: depois vou atrás de Analu, ou é melhor ir primeiro? Ela é tão frágil, tão mente fraca. Sabia que eu dei drogas pra ela? – ela riu e meu sangue ferveu – em uma  baladinha, encontrei ela lá. Falou que ia dormir na casa da amiga mas não – ela ria alto e cerrei o punho – balinha, lança... aquele dia cuidei dela Henrique, contei pra ela sobre a Pamela. Ahhh você lembra da Pamela? Então, contei as merdas que eu fiz com a mãezinha dela que na verdade sou eu também né? 

Rique: cala a merda da sua boca.

Roberta: não vou!! Eu odeio todos vocês. E a Manu logo logo irei aprontar com ela também.

Rique: você está ameaçando mesmo?

Roberta: ninguém é capaz de me manter presa aqui. 

Na mesma hora Morais entrou com um psiquiatra, era tudo que eu precisava. Toda confissão de Roberta iria servir de alguma coisa agora. 

Morais: Roberta, você será transferida para um manicômio onde você deveria ter ido faz tempo.

Roberta: vocês não podem fazer isso, eu vou acabar com todos vocês.

Não falei mais nada, eles levaram Roberta e sai logo em seguida. Enzo não estava mais lá e respirei aliviado por isso, me despedi de Morais e caminhei até o carro.
 
Enzo: precisamos ir pra casa.

Rique: o que houve?

Enzo: Analu, alguma coisa com ela. Minha mãe já está no aeroporto indo pra BH. Manu foi com ela, vamos pra lá.

Perdi meu chão ao ouvir isso da boca dele. Foi culpa minha, eu deixei minha filha lá sozinha sem ninguém, larguei tudo para resolver algo que a culpa era minha e eu estava me odiando por isso.

Enzo: Bruno está no aeroporto só esperando a gente com as passagens e os passaporte. 

Rique: é culpa minha – falei enquanto acelerava o carro até o aeroporto –.

Enzo: não é pai, não é. 

Manu

Estávamos em casa quando tocou o telefone da minha mãe e era a família do amigo de Éverton. Encontraram ela inconsciente no quarto de hóspedes e uma lata com lança perfume e êxtases, minha mãe entrou em desespero e eu precisei respirar mil vezes para não surtar junto com ela, por sorte Bruno estava no caminho de casa, liguei pra ele avisando para levarmos para o aeroporto. 

Mia: porque deixamos ela sozinha – ela falava andando de um lado para o outro –.

Manu: mãe calma. Não se culpa, não é sua culpa. É uma fase, por favor calma. Não se culpe mãe.

Não demorou para Bruno chegar, eu já havia comprado as passagens para BH e liguei para Enzo avisando. Me despedi de Bruno e pegamos o avião, não demorou muito para chegar e o pai de Éverton estava no aeroporto nos esperando junto com ele.

Éverton: desculpa tia Mia, eu... eu não notei nada. 

Mia: não se desculpa Éverton, não é sua culpa. Não deveríamos ter deixado ela aqui sozinha nessa situação.

Éverton: ela está no hospital com a minha mãe, ela vai ficar bem os médicos falaram. 

Chegamos até o hospital e fomos para a sala de espera, não demorou para o médico liberar nossa entrada e fui junto com a minha mãe, entramos no quarto e Analu estava deitada tomando soro, a mãe de Éverton levantou e deu um sorriso triste se retirando da sala. 

Mia: filha.

Analu: mãe, me desculpa –falou entre soluços e se abraçaram –.

Mia: Oh minha filha, vem aqui. Não fala nada... fica aqui...

Me aproximei e sentei perto delas, Analu segurou minha mão e apertou enquanto estava com a cabeça deitada em minha mãe. 

Depois de algumas horas minha mãe saiu pois meu pai havia chegado e fiquei com ela.

Analu: desculpa mana, eu não sei o que deu em mim. Estou envergonhada.

Manu: ei, eu preciso que você saiba que não está sozinha. Você é minha caçula e será sempre.

Analu: sinto a sua falta, muita falta.

Manu: eu também sinto, todos os dias pequena.

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