Amor.

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Gostaria de iniciar dizendo que a inspiração bateu. Não ficou tão bom, mas cá está.

É minha primeira fic de BNHA. One-shot curtinha que acabou de sair do forno e por algum motivo decidi postar. A fanfic é narrada por Bakugou, por isso os palavrões - não que eu não seja boca suja, k -.

Dedicada ao meu bebê King JR, que tá entrando nesse mundo de BNHA agora que nem eu e tá simplesmente pirando. HAUSHAUHAAU E um agradecimento mais que especial à Rikka-chan e Lary.

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Tic tac.

Ví-me sobre a mesa, ouvindo ao longe balbuciarem o que não me interessava. A cor azul royal da caneta sujava a folha revestida por linhas que deveriam esta sendo ocupadas pelo que realmente era importante naquele momento. Subitamente as vozes desapareceram. Só éramos eu, a caneta e o relógio. Tic tac, tic tac. Irritante.

O pulso movera-se lentamente. Os dedos apertavam levemente a caneta. Tic tac. Ao final do movimento único, a descoberta: era um coração. Pequeno, mas nem tanto. Involutariamente, achei que ele precisava de cor; era-me tão deprimente o vazio dentro dele. Não houve demora para que se tornasse todo azul. Tic tac. Um suspiro. O olhar aparentemente perdido fixado no mais novo desenho, que encontrava-se exatamente no meio do papel. Era azul. Fodendo azul. O estalo da lingua no céu da boca fizera barulho o suficiente para que meus neurônios descansados despertassem.

Havia algo errado.

"Está amando, Bakugou?" ouvi indagarem. De repente tal voz surgira e eu sussurrei-lhe uma dúzia de palavrões, ou mais. Não me falem de amor, ele me é uma bagunça. Uma filosofia sem começo e nem fim, faz-me doer a cabeça. Não gosto daquilo que não sei o que é. Não quero sentir, eu quero o significado nu e cru. Porque ninguém me diz? Tic tac. A porcaria do azul ainda me incomodava. Era melhor tê-lo deixado vazio do que enchê-lo do que não lhe fazia diferença.

Irritante, agoniante, desconfortante. Ah merda. Meu sangue fervia, talvez fosse raiva. Talvez aquele mísero coração tivesse inveja de minha mente tão lotada. Era a caneta, o azul, o relógio. Era amor, amor e amor. Amor é tela em estática, é passo em falso. Não há definição em certo, e se não há me é inútil. Mas porque permanece em minha cabeça? Azul. Foco na porra do coração azul. Era a cor errada.

Sentia que não deveria deixá-lo vazio. Não o preenchia com preto por ser morto demais. Não o preenchia com amarelo por ser claro em demasiado. O verde me embrulhava o estômago. Não agradava-me a inexpressividade do marrom. Ele precisava de cor, mas eu não sabia qual. De repente tudo me pareceu tão vago. O olhar percorreu pelo local e, novamente, os murmúrios, o relógio, tudo. Barulhento demais, bagunçado demais. Tic tac. Procure uma cor, Katsuki. Ao menos dê vida à esse inútil rabisco.

"É vermelho, Bakugou. Porque pintou de azul?"

A voz inundara meus ouvidos sem dó. Fiz-me imerso naquelas palavras, e subitamente, até mesmo o tic tac irritante do relógio havia parado. A caneta azul escapara de meus dedos quando ele estendeu-me a de cor vermelha. A fitei. O fitei. Toquei a caneta. Minha mão afoita a segurara. Mais um rabisco, mais um coração. Pequeno, menor do que aquele que ocupara o meio da mísera folha de caderno. Pintei-lhe o vazio existente. Vermelho. Soltei a caneta, observando-a atencioso por um momento. Finalmente; agradou-me. Como um estalo, igual ao da lingua no céu da boca, tudo iluminou-se. Não era mais tela em estática, e meus passos de repente encontraram um rumo. A bagunça era ordem como a filosofia, que tinha, nitidamente, começo, meio e fim. Havia sentido, havia utilidade. Era vivo, como eu bem queria que fosse. Não havia relógio, não havia azul, mas havia amor. Maldito amor.

O amor tinha cara, olho e boca. Tinha sorriso, pele e corpo. Tinha altura, peso, largura. Havia significado, mas tão escondido quanto aquele minúsculo coração desenhado à ponta da folha de caderno.

Ele era vermelho; vermelho como cada fio de cabelo dele.





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Sabe, colocar o Kacchan pra falar de amor é complicado. AHSUAHSUA Tentei colocar a confusão de pensamentos, a não aceitação do sentimento e de quem gosta por não saber ao cerro do que se trata. Quem nunca, né non? AHSUHAUA Beijão! 

Quando há AmorWhere stories live. Discover now