Manu
Ficamos curtindo no chá até tarde, bebemos e nos despedimos de todos que estavam ali. Meu coração estava apertado em ir embora e não ver mais meu irmão todos os dias mas por outro estava feliz em poder ter Analú do meu lado. Estava sentada observando todos e pensando em mil coisas, viajando em meus pensamentos até meu pai chegar.
Rique: cabeça longe? – sorrio e me puxou para perto dele –.
Manu: o recomeço esta perto –rimos –.
Rique: tô feliz por você filha, afinal por todos vocês.
Manu: eu também pai, mas estou preocupada com a mamãe. Ela esta convicta demais com essa Manuele.
Rique: Isso é um assunto que eu e ela precisa conversar e logo filha, pensei que só eu que tive essa impressão.
Manu: mas com calma tá? A mamãe esta feliz com esse reencontro e não pode descontar em nós – sorri –.
O dia de ir embora chegou e minha ficha ainda não havia caído. Tinha tanta coisa para resolver no Rio que não via a hora de chegar lá logo, algumas coisas já estavam lá em nosso AP meus pais deram conta disso rápido faltava mais nossas coisas pessoais.
Enzo: não pensei que fosse ficar triste em não ter que dividir mais a casa contigo Mana – rimos –.
Manu: ridículo – dei um tapa nele leve – eu volto logo quando meu sobrinho nascer.
Isa: espera, antes de vocês irem – falou pegando uma caixa toda decorada – isso é pra vocês dois.
Bruno: não é nenhuma bomba não né?
Manu: xiu – falei rindo –.
Abrimos e havia uma plaquinha: VOCÊS ACEITAM SER MEUS DINDOS? E dois macacão um escrito “SOU DA DINDA” e outro “SOU DO DINDO”. Meus olhos encheram de lágrimas e Bruno ficou sorrindo feito bobo, enchi a barriga da Isa de beijo.
Bruno: claro que aceitamos né, vai ser garanhão igual o dindo – rimo –.
Partimos para o Rio de Janeiro, conversamos e fizemos planos a viagem inteira. Meus pais foram de avião, pois minha mãe precisava conversar com o meu avô, e Analú foi com a gente, ela estava ansiosa para conhecer a casa onde iria morar com a gente. Analú me pareceu um pouco distante por isso não via a hora de tê-la com a gente.
A viagem foi longa e acabei dormindo um pouco durante, minha mãe havia mandado a localização do nosso AP para Bruno, ela escolheu tudo como um presente pra nós. Acordei quando senti aquele calor maravilhoso do Rio de Janeiro, o sol tomava conta do carro dei um sorriso ao ver o mar e Bruno me olhou rindo.
Analú: vamos virar cariocas outra vez – rimos –.
Bruno: Analú você vai deixar de ser branquela – ela deu linguá e rimos –.
Quando paramos em frente o AP não acreditei, uma cobertura top minha mãe era literalmente foda. Ela fazia questão de poder dar tudo do bom e do melhor pra nós e eu não podia reclamar já que ela batalhou muito pra isso. Os segurança do prédio nos ajudou com as bagagens, as outras coisas já estavam chegando e contratamos uma equipe própria pra isso, e minha mãe arrumou uma empregada de confiança dela, mas confesso que não gostava da ideia eu adorava fazer as coisas e preparar as refeições para Bruno, mas ela insistiu.
Vera: Muito prazer senhora Manuela.
Manu: Manu, por favor – ri –.
Vera: me desculpe, força do hábito – sorrio –.
Manu: sem problemas, não se preocupe e fique a vontade tá bom?
Vera: muito obrigada.
Analú correu para ver o seu quarto e fui direto para a sacada do nosso quarto, era tão grande e tudo tão lindo, dava pra ver o mar todo de Copacabana. Fechei meus olhos e abri ao sentir Bruno me abraçando por trás, sua respiração em meu pescoço me fez sorrir.
Bruno: você tem noção de que agora será só nós? A nossa vida?
Manu: nossa história – me virei pra ele e sorrimos –.
Mia
Eu estava feliz em ver Manuele e não queria acreditar em nada que Henrique ficava falando em meu ouvido, ele me irritava literalmente ao extremo. Fomos de avião para o Rio porque eu precisava ver o meu pai e contar que achei a Manu, ele iria ficar feliz em ver ela afinal fazia tantos anos. Desembarcamos no Rio e nosso carro já estava nos esperando, Henrique abriu a porta e entrei, coloquei o cinto e ele entrou em seguida.
Rique: para de ser teimosa e cabeça dura, só estou falando que é estranho ela ter aparecido assim do nada Mia. Muito do nada...
Mia: como ela iria saber que eu estaria naquele shopping? Naquele dia? Por favor Henrique. É minha irmã.
Rique: você sabe que não é, você sabe porque a Patricia mesmo confirmou isso. Mas enfim, sua cabeça é seu guia né.
Mia: que bom que você sabe –sorri e ele revirou os olhos –.
Meu pai já estava nos esperando, não demorou para chegarmos até lá ainda era cedo, iria dar o horário do almoço e ele fez questão de preparar tudo para nós.
Maurício: meu Deus filha, que saudades – falou enquanto nos abraçávamos –.
Mia: é, já tem um tempo né pai – falei rindo –.
Estela: cada dia que passa você consegue ficar mais bela, como pode né?
Rique: mais bela e mais teimosa né?
Mia: quieto – falei brava e eles riram –.
Almoçamos todos juntos e conversamos bastante, principalmente coisas do passado das crianças. Ainda não havia tocado no assunto da Manu, queria conversar com o meu pai a sós. Recebi uma mensagem deles avisando que já estavam chegando e sorri. Estela foi buscar sua sobrinha no aeroporto e Rique estava em uma ligação com o pessoal da loja de BH então essa era a hora.
Mia: pai, precisamos conversar.
Maurício: claro filha, o que aconteceu?
Mia: encontrei Manuele, no shopping assim do nada sabe? Ela estava trabalhando em um quiosque, ela foi pro chá de bebe do filho de Enzo. Conversamos bastante, ela me disse que Patricia teve um tumor no cérebro e esta mal ainda.
Maurício: filha...
Mia: ela quer te ver, ela disse que sente sua falta e sempre tentou procurar a gente. Mas eu morando em BH...
Maurício: ela veio até aqui.
Mia: veio aqui? Quando pai? Ela disse que não te vê a tanto tempo...
Maurício: ela veio no ano passado, Patrícia veio com ela realmente esta com câncer mas ela não veio pra me ver e matar a saudade – ele deu uma pausa e respirou fundo – veio pedi dinheiro, veio me chantagear. A Patricia fez a cabeça dela de todas as formas que você possa imaginar.
Mia: não pode ser pai, como? Porque? Você sempre deu tanto amor pra Manuele, você criou ela mesmo sabendo que não era a sua filha. Deu de tudo... como?
Maurício: ela não é minha filha, você falou tudo. Porque ela iria se preocupar em querer o nosso bem? Filha, não conte nada da sua vida pra ela, aquela mulher que ela se tornou não é mais a menininha que você conheceu. Nunca te pedi nada, mas isso eu exijo que você faça. Se afaste de Manuele.
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Nem todo erro é errado |
Genç KurguEscritora: Ju Rabetão • Respoansável pela história: Letícia +16 | Manuela, mais conhecida como Manu. Filha da Mia e Henrique, atualmente com 20 anos mudou para São Paulo para terminar sua faculdade de direito e começar uma nova vida longe das asas...