O que você faria por seu filho? Eu, olivia, fui ao inferno para salva-lo, me vendi, me despedacei toda, não tinha sonho, não tinha vontade própria.Eu era... sou uma marionete nas mãos dele e ele me usou como brinquedo.
Mas um dia perdi tudo, meu...
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Estou tão preocupada com a minha amiga.
Como mãe, eu sei o que ela tá passando.
Não sei o que faria em seu lugar, acho que faria a mesma coisa ou até pior.
Observo meu filho brincando com seu carrinho enquanto estou dobrando roupa e me recordo dos momento que jamais serão esquecidos por mim.
Do seu nascimento, dos seus primeiros passos, quando ele disse "mamãe" pela primeira vez, do seu primeiro dentinho. Ahh, saudades.
Hoje o dia amanheceu chuvoso, a vontade de ficar na cama era enorme, mas, os afazeres me chamam.
Deixei Maike na escola e quando voltei pra casa, decidi ir até o hospital ver minha amiga.
Me arrumei, peguei uma bolsinha, coloquei minhas coisas, desci o morro peguei um ônibus e fui ao meu destino.
Ao chegar pra visita, descobri que o Miguel já sabia tudo sobre o Lucca. Fiquei até mais aliviada, porque pelo menos, a Olívia vai deixar de fazer o que tava fazendo.
Agora será mais fácil para o Miguel dar dinheiro o dinheiro que ela precisa, ela não vai precisar se sujeitar ao papel que estava fazendo, eu tenho certeza que ele, como dono do morro, vai ajudar a pagar o tratamento.
Depois dela me contar como o Miguel a tratou, fiquei de boca aberta. Eu já imaginava que ele a entenderia, mas querer assumi-los? Eu já estava desconfiada de que ele tava vendo ela como mais que uma "puta", mas, mesmo assim fiquei surpresa.
Eu só espero que ele não decepcione minha amiga, ela já tá sofrendo demais.
Passei horas lá com ela, e já era quase 11 horas, se eu não voltasse logo, ia me atrasar pra buscar o Maike.
—Amiga, tenho que ir, já tá quase na hora de buscar o Maike na escola. - a abracei forte. - Vai ficar tudo bem!
Já estava saindo do hospital, quando esbarro em um homem forte e barbudo.
Me perdi em seu olhar. Que homem é esse, senhor? Voltei a realidade com ele gritando.
—Tá cega, porra? Presta atenção por onde anda. - ele falou com uma voz grossa.
— A educação passou longe, hein? Ah, e respondendo a sua pergunta: eu enxergo muito bem, obrigada! Dá até pra ver um jumento me encarando, não sabia que era permitido a entrada de animais aqui no hospital. - digo irônica.
Não esperei sua resposta, só sai dali o deixando pra trás. Eu tinha coisa mais importante pra fazer, do que ficar batendo boca com aquele animal.
Cheguei no morro na hora certinha de pegar o Maike. Não fui nem em casa, passei direto pra escola.
—Tudo bem, amor da minha vida? Como foi a aula hoje? - falei segurando sua mochila.
—Eu fiquei com dor de barriga, mamãe. Ainda tá doendo.
