Capítulo 22

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Alguns minutos depois...

Depois de ligar muitas vezes e não receber resposta, ele finalmente me retornou.

— Então você vai realmente ficar tirando sarro da minha cara? — Gritei no telefone.

— Eu já estou em casa, Patrick. Se quiser vir, é só pedir um táxi. Ou fica aí... com a Júlia... — Ele disse, pude ouvir um barulho de chave ao fundo.

— Eu estou no meio da rua, andando. To indo para casa. — Falei, logo em seguida ele desligou o telefone.

— Merda! — Gritei.

Só não joguei meu celular no chão naquele momento, pois sei que não teria dinheiro para comprar outro.

Cheguei em casa depois de alguns minutos. Toquei a campainha e ele atendeu.

— Não pediu táxi? Preferiu vir andando? — Ele disse enquanto eu entrava em casa.

— Eu não tenho dinheiro para pedir táxi. — Falei, me jogando no sofá.

— Patrick.

— Oi.

— Você ainda sente algo pela Júlia? — Ele perguntou, sentando-se do meu lado.

— Não. Mas confesso que me preocupei com ela. Não sei se levo a sério o que ela me contou, mas... prefiro acreditar nisso, do que acreditar que ela usa drogas.

— E o que ela te contou? — Ele perguntou.

— Quer saber, Maurício?! — Me levantei. — Não vamos falar sobre ela. Eu quero saber da gente. Quero saber o que você espera da gente, quero saber quais são seus planos pro futuro. Tudo.

Ele ficou surpreso. Pude ver em seu olhar.

— Eu gosto de você, Patrick. — Ele se levantou. — E eu quero algo sério com você, mas...

— Mas tem medo de se assumir gay? — Interrompi.

— Não. Não, não é isso!

— Maurício. — Me sentei novamente. — Sabe, eu cheguei aonde jamais conseguiria imaginar. Eu larguei minha namorada para me entregar para uma nova paixão. E não uma simples paixão, mas uma paixão por um homem. Eu enfrentei meus pais e hoje, hoje eu tenho o enorme prazer de me olhar no espelho, mesmo com tão pouco tempo que se passou e dizer que eu tenho ORGULHO de quem sou. — Fiz uma pausa. — E eu JAMAIS vou negar quem sou.

— Você não tem medo do que as pessoas irão pensar? — Ele me perguntou. Pude ver seus olhos cheios de lágrimas.

— Não. Não tenho mais. E você também não deveria ter.

— Eu te amo, Patrick. — Ele disse com os olhos lacrimejando.

— Eu também te amo, Maurício. — Sorri.

— E quando eu voltar da guerra, farei você o homem mais feliz do mundo. — Ele se sentou ao meu lado e pôs as mãos em meu rosto.

— Eu sei que vai.

see you soon - romance gay  (incompleta) Onde histórias criam vida. Descubra agora