Um sentimento estranho...

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— Você é uma comédia! — Kyungsoo disse antes de morder seu hambúrguer. — E para de fumar, caralho! Vai ter um câncer daqui a pouco, e aquele poste de orelhas não vale tudo isso. — riu da expressão do amigo que estava em pé fumando, aparentemente nervoso.

— Quem disse que estou assim pelo Park? — falou com rispidez jogando com força a bituca de cigarro no chão e pisando com força em cima dela.

— Eu te conheço Baekhyun, desde... — fingiu pensar. — Que éramos dois bebês chorões, eu sei quando está nervoso, porra! E essa não é a primeira vez que te vejo puto com o Park, é sempre ele. — Kyungsoo terminou de comer o hambúrguer agora encarando o amigo, que tentava a todo custo desviar o olhar.

— Ele é um idiota! Preferiu agradar os amigos com piada escrota, do que ser agradecido a mim. Arh! — disse voltando o olhar para o céu nublado daquela tarde. Já havia acabado a aula, mas ambos estavam à toa nos jardins da escola conversando. Sempre faziam isso depois das aulas.

— Cadê a novidade? — riu — Eu ainda estou tentando descobrir o motivo, a razão, a circunstância, de um futuro líder da matinha leste, com tantos pretendentes, gostar do cara mais idiota da escola. — Kyungsoo finalmente disse o que estava pensando.

Já desconfiava que o amigo não suportasse o Park só pelo acordo feito com seu pai, de fingir ser uma pessoa "fraca", para manter uma imagem de nerd . Mas também por ter algum sentimento pelo esquisitão. E isso lhe incomodava, porque se fosse para ter um alfa como um companheiro, ele preferiria que fosse Baekhyun, por gostar dele. Porém, guardava isso consigo, porque sabia que o amigo nunca lhe viu com outros olhos. Isso fazia o mesmo sentir mais raiva ainda do Park.

— Não gosto dele! — falou com rapidez. Mesmo que seu coração acelerado discordasse. E seu coração já lhe entregava os sentimentos desde o dia que viu o sorriso bobo do Park ao entrar no salão onde ocorreria a aula de inauguração, há anos atrás.

Todas as turmas eram divididas em fileiras, todos tinham que ficar em pé, para ouvir o discurso do diretor Suho, que começava a falar aquelas coisas chatas de que a juventude isso e aquilo, matilha é assim e assado, somos futuro das alcateias blá..blá. Que Baekhyun nem prestava atenção, somente fitando o jeito ansioso e tímido do Park na fila ao lado.

Naquela época, isso lá no primeiro ano, quando o mesmo ainda não tinha aquela mascara de garoto chato, idiota, barra "metido à popular". Ele só era um garoto com medo de passar despercebido, com medo de ninguém querer ser o seu amigo. Era o que achava quando deslumbrou-se com o grandão distraído com as flores do jardim da escola dias depois. Baekhyun tinha um olhar observador sobre si. Deve ser por isso que mesmo que estivesse nervoso com as piadinhas do maior, ainda relevava o que o outro dizia, porque conseguia enxergar quem ele era. Só não admitia isso em voz alta.


— Gosta sim, caralho! — respondeu alto, estranhando Baekhyun que nunca tinha ouvido o amigo falar alto consigo. — Ainda mais agora que você passou o cio com ele, se fodeu, porque o seu instinto de alfa fica louco para ficar ao lado do Park. E eu não duvido nada que ficou louco para socar a cara do Sehun e do Kai, só por eles estarem próximos do Chanyeol.

— Se eu batesse neles meu disfarce acabaria, e meu pai não deixaria a matilha para mim. E sinceramente, ter ajudado ele no cio dele foi algo que eu gostei. Não sei se estou preso a ele por isso, mas que foi bom... — colocou a mão sobre a boca, tentando não encarar Kyungsoo que tinha uma expressão nada boa ouvindo aquela fala do amigo. — Mas gostar, gostar mesmo, eu não acho que eu gosto dele. Por causa dele, eu quase saio do personagem de "garoto certinho". Se o Jin visse, eu estaria ferrado com o meu pai. — foi até onde Kyungsoo estava sentado e sentou-se ao seu lado. — Às vezes penso que o meu pai quer me ver humilhado, não tem sentido fazer papel de trouxa na escola, se eu vou ser líder da matilha. Eu tenho que mostrar força, sabedoria, as pessoas têm que ter respeito por mim.

Ironia do Destino - chanbaek | ABO - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora