.único

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Sasuke estava emburrado.

O que parando para pensar não era exatamente uma novidade, então ninguém da família estava ligando para seus bracinhos cruzados e suas bochechas infladas, olhando irritado para a porta de entrada da casa.

Não gostava de atrasos, e seu melhor amigo aparentemente não sabia o significado de pontualidade, o que era irritante.

“Ele já deve estar chegando, otouto” a voz de seu irmão mais velho soou pela sala.

Sasuke rolou os olhos.

“Ele sempre faz isso...” balançou as pernas.

Itachi sorriu, suspirando.

“Por que não pega algum doce enquanto espera?” estendeu a abóbora de plástico que carregava para o mais novo, que franziu o nariz.

“Não gosto de doces”, e virou o rosto para o outro lado.

“Então por que você vai sair na rua daqui a pouco para pedir?” ele sentou no sofá ao lado do irmão.

Sasuke corou de modo quase imperceptível.

“Naruto gosta de doces” murmurou “bem, acho que vou pegar alguns então”.

Encheu a mão com alguns doces e colocou em sua abóbora vazia no mesmo instante em que a campainha tocou.

Levantou ligeiro e vestiu sua fantasia – uma capa preta com buracos para os olhos e a boca.

Quando Itachi abriu a porta um pequeno furacão entrou, correndo em sua direção, usando um macacão laranja e uma tiara com orelhas da mesma cor.

“Você não está assustador” foi o que Sasuke disse.

“Eu não queria que você ficasse com medo de mim!” Naruto respondeu sorrindo. “Que fantasia é essa?”

Sasuke o olhou indignado, porque era óbvio.

“Dementador!”

Naruto riu e entrelaçou seu braço com o do moreno, dizendo que aquela era a fantasia mais legal que havia visto. Um sorriso convencido surgiu nos lábios de Sasuke.

Do outro lado da sala os pais de ambos conversavam e davam as devidas recomendações para Itachi, que seria o responsável por levar os garotos para pedir doces.

“Itachi-nii disse que pode pegar alguns aqui” Sasuke estendeu a abóbora com os doces quena família comprou.

Os olhos de Naruto brilharam e ele encheu dois punhados.

Passaram mais alguns minutos ali, fazendo poses para fotos e o loiro aproveitou para abrir alguns doces, mesmo que Sasuke brigasse porque teoricamente só era para abrir quando voltassem para casa.

Sasuke também reclamou quando soube que Itachi seria responsável por eles.

“Eu já tenho nove anos!” foi seu argumento. E não era lá muito válido.

No fim os três saíram pelas ruas do bairro e encontraram Shisui, o primo e melhor amigo de Itachi, o que deixou Naruto muito feliz e Sasuke um pouco emburrado porque morria de ciúmes do loiro.

Um garoto chato implicou com Naruto algumas ruas depois, o que o deixou meio triste.

“Não é trabessuras, seu burro, é travessuras!” foi o que ele disse, dando risada.

Mas Sasuke o ameaçou e segurou a mão de Naruto o puxando para longe, e ficou tudo bem.

Eles ficaram de mãos dadas o resto da noite por medo de acabarem se perdendo no meio de tantas outras crianças.

Quando voltaram para a casa de Sasuke estavam cansados e famintos. O Uzumaki até tentou convencer o amigo de comerem alguns doces antes do jantar porém Sasuke foi firme ao negar.

“Você é um chato mesmo, teme” Naruto mostrou a língua, arrancando uma risada de Mikoto, que observava a discussão dos dois na sala.

Sasuke tirou a capa e a dobrou, colocando no braço do sofá.

“E você vai ficar com mil cáries, dobe”.

Naruto não tinha ideia do que era uma cárie.

No jantar Naruto e Shisui não pararam de falar por um minuto, o que era legal, ainda que Fugaku fosse precisar de um remédio para dor de cabeça mais tarde.

Ao subir para o quarto de Sasuke trocaram de roupa e colocaram os pijamas de forma rápida, porque Naruto estava muito ansioso para finalmente abrir os doces.

Estavam já sentados na cama quando Sasuke estendeu sua abóbora cheia de doces para o loiro.

“Peguei todos para você” murmurou.

As bochechas de ambos coraram.

“Obrigado, teme” Naruto pegou a abóbora e abriu um pacote de doce, levando-o até os lábios do amigo.

E Sasuke percebeu que doces poderiam ser bons, se fossem oferecidos por Naruto.

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