Capítulo Seis

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Faz dois anos que não visito meus avós, eles moram no Reino do Sul bem afastado de nós, as cidades que ficam na costa do Reino são praianas ,lembro quando tinha 10 anos e quase me afoguei no mar, meu pai veio ao meu encontro e me pegou no colo, desde então não consigo mais nadar em águas violentas .

As praias são fechadas é claro, por  grandes portões de ferro gradeados, mas a água consegue passar tranquilamente sem deixar os monstros entrarem, todo cuidado é pouco, existem monstros marinhos perigosos.

Há histórias que há muito tempo, banhistas  foram gravemente feridos e levados às pressas para o hospital, por isso eles mantém salva vidas não só na areia como nas rochas perto dos portões.

O meu treinamento está próximo, mas Celena recomendou que fossemos à casa dos meus avós para deixar David e Callum em segurança, já que vamos para um lugar afastado.

Respiro fundo e olho para o meu quarto pela última vez, já peguei tudo o que era precioso para mim e guardei em minha mala e mochila. 

Meu quarto parece sem vida quando tiro todas as coisas que sempre viveram com ele,as paredes roxas parecem cinzentas.

Desço as escadas e vou para a cozinha, Edward  esta carregando com a boca uma pequena malinha (Que eu não faço ideia do que tem dentro), dou risada e acaricio sua cabeça, ele fecha os olhos de aprovação.  

-Certifique de trancar bem todas as janelas e portas, vamos ficar muito tempo fora, não queremos intrusos.-Edward diz.

-Sim-digo.

-E tranque o celeiro de seus pais.-Edward diz sombrio.

Sei que parece loucura eles poderiam voltar mas Celena sabe de alguma coisa que eu não sei, talvez eles fiquem fora por mais tempo,e eu sei que lá dentro tem todas as pesquisas deles da vida toda,então trancarei com a minha palavra.

-Vou trancar-digo.

A loja dos meus pais ficou encarregada de um conhecido deles, que se ofereceu para cuidar,enquanto ficamos fora.

Apesar que com o tempo o estoque acabará e não terá mais o que vender, pelo menos até os meus pais voltarem.

Ele ficou em choque literalmente quando entrou no armazém,eu havia esquecido de tirar a minha gambiarra que não serviu para nada, e ele ao abrir a porta levou um grande choque, acredito que o ar ficou eletrizado por muito tempo, e quando viu uma brecha para sair acertou ele.

Fiquei arrependida com isso, mas confesso que foi engraçado, ele parecia um gato arrepiado e os palavrões que gritava eram ainda mais hilários (E claro que eu não ri na frente dele e sim atrás do balcão).

Pegamos um trem até o Reino do Sul, conforme fomos atravessando, o relevo e as paisagens também foram mudando.

 Quando chegamos na estação, meu avô já estava á espera, acenando para nós, ele é o pai do meu pai eles até que se parecem um pouco ,minha mãe nunca conheceu seus pais assim como eu ,ela também foi órfã, então para eu não ter que ter a mesma vida sofrida que ela teve, ela foi em vários orfanatos da região a procura de uma menina, era o seu sonho ter uma e me deu o nome de Jennevieve que significa “Onda Branca”  uma ironia já que tenho medo do mar.

-Minha Jennevieve! Quanto tempo minha querida neta!Callum como você cresceu, e David já está criando traços de rapaz!como o tempo passa...-Meu avô abraça todos nós,menos Celena, ela não quis ficar conosco, disse que queria conhecer a cidade.

Assim como meu pai, meu avô tem uma caminhonete , porém nem todos cabem nela, assim Callum e David ficam na parte de trás gritando pra todo mundo na rua.

A Canção das EspadasOnde histórias criam vida. Descubra agora