Capítulo 33

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Como uma verdadeira admiradora de festa infantil, eu lamento internamente quando todos os convidados começam a se despedir e partir, indicando o fim da comemoração. As crianças, principalmente Vitor, também parecem não gostar do término; suas expressões demonstram insatisfação. A minha não deve estar diferente.

— Você podia pedir pra sua mãe deixar a festa continuar mais um pouquinho. — faço beicinho.

— Seu comportamento está pior que o meu em relação ao fim da festa. — Vitor ergue suas sobrancelhas. Bebeca ri ao meu lado.

— A tia não deixaria, está tarde. — diz a garotinha.

Desfaço minha expressão.

— Só não queria ter que voltar para casa agora. Gosto de festas infantis.

— Claro, para capturar todos os doces da mesa. — os olhinhos do pequeno descem para os bolsos dianteiros da minha calça.

— Tenho meus direitos como convidada, sabia?

— As crianças têm mais do que os cavalões feito você e os gêmeos. — rebate.

Finjo indignação.

— Não liga, Li. Ele fica chato quando está com sono, e essa é a hora que o bebê vai pra cama.

— É o certo! As pessoas devem dormir oito horas por dia, e caso eu tenha que acordar sempre às seis da manhã, às dez é a hora exata para dormir. Além de fazer bem para a sua saúde, te faz ter uma ótima noite de sono. Tente uma única vez e verá que não aparecerá na escola com cara de quem caiu da cama pela manhã. — tagarela seriamente, intercalando seu olhar entre eu e Rebeca.

— Eu não vou com cara de quem caiu da cama. — a menina discorda.

— Você se olha no espelho antes de sair?

— Mas é claro! — ela leva as mãos à cintura.

— Não parece. — rebate ironicamente.

Reviro os olhos com o pequeno bate-boca. Rebeca, insatisfeita com a implicância, abre a boca para dizer algo, mas decido interromper:

— Tudo bem, crianças, realmente é hora de dormir. É um ato tão maravilhoso e que faz bem à saúde que acho que vou fazer isso assim que chegar em casa. — digo gesticulando.

— Eu também preciso ir. Vovó deve estar cansada, ela não é muito acostumada a sair de casa. — Beca diz, levando os braços para trás do corpo. Ela começa a deslizar lentamente um dos pés pelo chão, parecendo envergonhada. — A gente bem que podia sair juntas, não é, Li? Gostei de te conhecer.

Sorrio.

— Liz vai me levar pra sair um dia pra comprar meu presente... pode ir se quiser. — Vitor toma a frente.

— Isso. Mas infelizmente vamos ter que esperar um pouquinho. Assim que eu receber meu primeiro salário eu marco com vocês um dia para passearmos, que tal? — questiono feliz com a ideia.

— Gostei.

— Ficarei ansiosa. — a menina se joga nos meus braços, e por eu estar abaixada fica mais fácil que ela consiga envolver meu pescoço. Logo o abraço cessa. — Até algum dia, então.

— Até, pequena.

— Tchau, cabeção. — se vira para Vitor.

— Tchau, cabeçona.

Ela corre os poucos passos que nos separam de sua avó.

— Ela parece mesmo ter gostado de você. — ele comenta.

Um Amor Fraterno (Entrará em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora