Jooheon já havia servido ao exército quatro anos atrás, ele não se importou de ir, não havia nada que o impedisse, ele nunca foi uma pessoa cheia de amigos, sequer tinha uma boa relação com a família, na verdade, ele sempre foi uma pessoa sozinha, claro, isso antes de conhecer Minhyuk, ou como ele gostava de chamá-lo "Meu pequeno".
Minhyuk e Jooheon tinham praticamente a mesma altura, mas o apelido não vinha de tamanho físico. Desde a primeira vez em que os dois se viram, Jooheon enxergou no loiro um lado frágil e sensível, o que imediatamente o fez querer protegê-lo. Chamar o loiro de "Meu pequeno", significava que Jooheon o protegeria sempre, cuidaria dele e o mimaria, o trataria como se ele realmente fosse pequeno, algo que precisava ser guardado e cuidado.
Ter seu pequeno sendo obrigado a servir ao exército, era sem dúvida alguma, uma das piores coisas que poderiam acontecer com Jooheon, ele sabia que o exército não era fácil, não era bom e não era confortável, era exatamente o contrário do que o moreno havia prometido dar ao loiro.
Talvez não fosse tão ruim, mas claro, aos olhos de outra pessoa, porque para Jooheon, ter algo que ele ama e preza tanto, solto e sozinho, em meio àqueles desconfortos, era algo que realmente o atormentava.
"Eu te amo." foi a última coisa de Minhyuk o disse antes de ir embora, foi a última coisa que Jooheon ouviu sair de sua boca ao vivo. Por dois anos, ele não escutaria aquela voz tão de perto novamente, o que o fez desmoronar em lágrimas assim que o outro se virou e deu alguns passos.
Os primeiros dias sem Minhyuk foram assim, Jooheon apenas chorava, o dia inteiro. Tudo lembrava o loiro, a escova de dentes infantil, azul e com uma baleia de borracha na ponta, que Minhyuk tanto amava; o travesseiro mais baixo, que sempre ficava do lado esquerdo da cama, o lado onde o loiro preferia dormir por achar mais confortável; o sofá onde os dois sempre ficavam abraçados enquanto assistiam filmes ou jogavam. Tudo, absolutamente tudo naquela casa lembrava Minhyuk. Vez ou outra Jooheon escutava sua risada, lembrava de seu sorriso e da forma especial como ele piscava, ele se lembrava de cada detalhe do outro, ficava imaginando como ele havia ficado com o cabeça raspada. Minhyuk não deixou que ele visse, usou touca do momento em que raspou até o momento em que foi embora. Para o moreno, aquilo era besteira, já que ele tinha certeza de que o loiro havia ficado lindo, sabia que ele ficaria lindo de qualquer jeito.
Minhyuk não precisava ir naquele momento, Jooheon insistiu para que ele não fosse, mas ele quis fazer assim como o moreno fez: cumprir o que deveria e servir de uma vez, para ter o restante de sua vida livre, sem preocupações e sem esse tormento de o tempo todo se lembrar que teria de ir um dia.
Com o tempo, Jooheon parou de chorar o dia inteiro, mas a tristeza, a solidão e o vazio, ainda estavam presentes dentro de sí. Ele não se importava mais em comer, saia de casa apenas para trabalhar e se alimentava e hidratava apenas quando sentia que chegava ao seu limite. Como Minhyuk foi a primeira pessoa com quem ele se importou e amou depois de muito, muito tempo, o moreno passou a se dedicar completamente a ele, esquecendo de cuidar de sí mesmo, quem cuidava dele, era seu pequeno, eles se dedicavam quase que cem por cento um ao um outro, era como se fossem um só, e separados, não eram mais o suficiente.
Jooheon imaginou que Minhyuk pudesse estar da mesma forma que ele, então chegou à conclusão de que se afastaria de vez. Na cabeça do moreno, isso faria com que o loiro o esquecesse e conseguisse seguir esses dois anos em paz, sem ficar com a cabeça fora de suas responsabilidades e sofrendo. Então... cartas? As raríssimas vezes em que o outro foi liberado? Jooheon fingiu não querer saber de nada disso, deixou essas coisas apenas para a família do outro, mesmo que isso estivesse o matando por dentro.
Em seis meses, Jooheon desmaiou no trabalho cerca de quatro vezes por não estar se alimentando direito, ele estava muito, muito mais magro. Durante os outros seis meses, ele se entregou à bebida, vício esse que Minhyuk foi o responsável por livrar o moreno antes. Ele perdeu o emprego e se não fosse por um amigo que fez no alcoólicos anônimos lhe arrumando um em sua empresa, ele com certeza teria morrido de fome, mas dessa vez, sem opção.
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I Miss You [Joohyuk; One Shot]
RomanceMinhyuk terá que servir ao exército por dois longos anos, deixando Jooheon, a pessoa que mais ama, sozinho. O amor de ambos resistirá a todo esse tempo longe um do outro? Eles resistirão?