Predestinado

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Assalto a mão amada – único

Era tarde da noite, por volta de três horas da manhã, madrugada, e um corpo pequeno se encontrava vagando pelas ruas da cidade de Busan.

Baekhyun, bem protegido do frio graças ao moletom de cor escura, não sabia mais o que fazer, a cada dia que se passava o loiro sentia todo o seu corpo se afundar no abismo que era a depressão.

Sem motivação, sem felicidade, sem empenho ou esperança, ele saiu. Saiu do pequeno apartamento no qual residia e passou a caminhar pelas ruas desertas por conta da hora, de alguma forma, naquele percurso do qual ele julgava ser feito para clarear suas ideias, aliviar sua alma ou até, quem sabe, encontrar esperança, na realidade, bem no seu íntimo, ele torcia para que algo de ruim lhe acontecesse, quem sabe um assassinato, um atropelamento, Deus, nem que ele tropeçasse, caísse, batesse a cabeça numa pedrinha e tivesse um traumatismo craniano. Só queria se livrar logo daquilo, e não demorou muito para que algo acontecesse.

Andando distraído, não notou, nas sombras da noite, um corpo esguio lhe acompanhar, só pôde perceber o que acontecia quando o metal da arma foi colocado na sua cabeça e enfim a cabeleira vermelha junto da aparência rebelde foi notada.

Park Chanyeol o olhava de cima á baixo, o homem costumava viver do crime e, mesmo naquela noite, onde não tinha planos para nenhum roubo, ao ver o pequeno garoto andando pela rua logo se enfureceu, não era o garoto, sua aparência ou qualquer coisa do gênero, era aquele maldito moletom com a palavra "depressive" em branco.

Odiava com todas as suas forças esses 'playboyzinhos' que conseguiam tudo de mão beijada e eram privilegiados, nunca sentiram uma pitadinha do que é ter uma real dificuldade e ainda ousavam se intitularem "depressivos", fazendo-o rir, realmente não ia cometer nenhum crime naquela noite, mas ao vê-lo ali, quis fazê-lo sentir pelo menos uma vez, o que é medo.

— Você sabe o que eu quero, então passa o celular e tudo que tiver de valor, sem gracinhas – disse curto e grosso, ouvindo um suspiro, mas não parecia de medo ou nem mesmo de raiva, era... alívio?

Não demorou muito e o garoto começou a lhe dar tudo, e como imaginou, um playboy, muito dinheiro e coisas de marca, grunhiu ainda com a mão firme ao segurar a arma.

—Depressive? – debochou.

—É... – o garoto, pela primeira vez durante aqueles longos minutos levantou a cabeça e para a sua surpresa ele sorria, lhe espantava a beleza daquele rosto, a beleza daquele sorriso, mas lhe espantava ainda mais o brilho tão melancólico daquele olhar – Atira, por favor, se você quiser eu posso te dar mais dinheiro se for preciso.

Se assustou ao perceber os olhos lacrimejando, o que era aquilo? Não era isso que deveria acontecer, não mesmo, ele deveria ser fútil, sentir medo, mas o que era aquilo? O que ele estava falando? Implorando para morrer daquele jeito.

— Se quer morrer, então se mate – disse hesitante, tirando a arma pesada da cabeça do loiro, mesmo que sentisse, algo lhe dizia para não confiar – Huh depressivo, se sofresse tanto assim não iria se expor desse jeito.

— As pessoas não ligam, elas não reparam. – O Byun disse segurando levemente o pulso do mais alto direcionando a arma novamente para a sua cabeça – Se eu digo que não estou bem é drama, se eu choro compulsivamente, se tenho crises frequentemente, é apenas uma fase, às vezes chegamos ao ponto de implorar por ajuda de todas as maneiras possíveis, mas ninguém nunca nota.

— Eu já lhe dei a solução, se mate. – Viu o garoto negar com a cabeça levemente.

— Você não entende, não é? Suicidas não vão para o céu e eu não quero ter mais um motivo para ser condenado ao inferno. – O garoto disse crente de suas palavras e foi ai que Chanyeol guardou a arma de vez com o cenho fortemente franzido, algo ali realmente não estava certo.

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