Prólogo

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“Foi no segundo ano que eu me apaixonei.”
Carmen


Quando iniciei meu segundo ano no colegial meus três ingênuos irmãos mais velhos desejaram do fundo de seus corações que eu pudesse enfim fazer alguns amigos, chegara a tal ponto que Camilo - o mais velho de meus irmãos e concidentemente professor de história na escola onde eu estudava – implorou ao diretor para torná-lo o tutor representante da minha classe apenas para ficar com os olhos grudados em mim, não sei o que passava pelas suas cabeças ocas para acharem que eu me daria o trabalho de realizá-lo apenas porque eles o desejavam.

Não leve-me a mal, não tenho quaisquer tipo de complexo de inferioridade, nem sou tímida, sequer sou intimidada pelos meus colegas de turma ou tenho algum trauma que impede-me de relacionar-me, apenas vivo da maneira que penso ser a correta.

Não consigo recordar qual fora a última vez que olhei nos olhos de alguém, troquei cumprimentos com algum colega ou sorrisos com um estranho, só sei que em algum momento de minha vida todos converteram-se em vultos avulsos para mim, seres alheios a minha existência; aqueles que me conheciam antes disseram que construí um muro em volta de mim do qual apenas autorizava a passagem de um diminuto número de seletos e aqueles que me conheceram depois sequer deram-se ao trabalho de tentar transpassá-lo.

Por todos estes factos, quando paro para deleitar-me em minhas reflexões não consigo compreender o porquê de eu tê-lo olhado nos olhos aquele dia, minha vida continuaria a mesma até minha morte se eu não tivesse me importado, e o quão miserável ela seria se ele também não tivesse se importado.

Por todos estes factos, quando paro para deleitar-me em minhas reflexões não consigo compreender o porquê de eu tê-lo olhado nos olhos aquele dia, minha vida continuaria a mesma até minha morte se eu não tivesse me importado, e o quão miserável el...

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