O despertador começou a gritar em cima da minha cômoda.
Ainda sonolenta levantei lentamente e desliguei. Mas ele não parou.
Tentei apertar várias vezes o botão e nada adiantava. O barulho ficava cada vez mais irritante.Então num só movimento o peguei e lancei contra a parede.
O relógio bateu na parede surda e espatifou no chão abrindo o compartimento de pilha o que as fez cair.-Ah. Então era só tirar as pilhas.- murmurei observando o que restou do despertador.
Me esgueirei pelo apartamento tentando não pisar nas pilhas de roupas sujas e papéis espalhados por toda parte.
A Lis odeia que eu faço isso. Mas ela não estará aqui nos próximos meses, então o apartamento está sob o meu domínio.Depois de um banho bem demorado eu coloquei meu único terno no guarda roupas. Ele não parecia bem de odor, então usei a colônia francesa da Lis pra ajudar a amenizar o cheiro.
"Aqui estou eu." pensei "Vestida desse jeito para ir procurar emprego em lanchonete."
Isso é deprimente.
Desde que eu terminei o curso de detetive o único caso que eu tive foi de um gato que supostamente roubaram da vizinha de cima.Eu sabia que seria difícil. Afinal moramos Londres. Mas não sabia que a realidade seria tão dura.
***
Já era meio dia.
Eu havia entregado alguns currículos e meu número em alguns lugares.
A mesma coisa que eu fiz ontem, antes de ontem e no mês passado.
Estou começando a ficar sem opções.
Eu moro com a Lis num apartamento mais ou menos que eu só consigo pagar com a mesada do meu pai.A Lis é bancada pelo pai dela que é dono da maior rede de Shoppings aqui em Londres.
Claro, uma garota rebelde como a Lis não aceitaria ser bancada sempre pelo seu pai. Mas a situação está tão ruim que ela teve que quebrar o próprio orgulho pra pedir ajuda ao pai.
A Lis viajou pra África. Alguma coisa com ONG ou algo parecido.Enquanto a mim?
Eu estou parada num balanço de um parque infantil comendo um hambúrguer com Coca-Cola.-Nossa. Que cena triste.- disse alguém se aproximando.
Quando me virei era o Yuri.
Um japonês nerd com físico de atleta.
Não poderia descrever de outra forma.-É. E ainda são só 12:46.- suspirei.
-Nenhum retornou?- disse Yuri se sentando no balanço ao meu lado. O vento fazia sua pequena franja se mover lentamente.
-O que você acha?- disse. -Ai Yuri, o que devo fazer?
-Primeiro você deveria me dar um beijo.- disse ele fazendo biquinho.
-Beija isso aqui.- disse colocando o Hambúrguer na boca dele.
Ele quase engasgou e eu ri.-Você ainda vai mudar de ideia Dianna.- disse ele tossindo e pedindo o refrigerante. Eu dei.
-Você sabe que não vai acontecer Yuri.- disse rindo. -Eu amo a Lis. Você sabe disso.
-Sei, sei.- disse ele revirando os olhos.
Eu sorri.
-Falando sério agora.- disse ele. -Porque você não pede emprego pro pai da Lis?
-Eu não posso e não vou.- murmurei. -Quero conquistar as coisas, não dar um salto pra cima.
-Ah esse orgulho Parker.- disse ele. -Sua família não dá o braço a torcer mesmo hem.
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O Dossiê de Evie (Revisando)
Misterio / SuspensoDianna é uma detetive desempregada. Sua vida monótona começa a virar de cabeça pra baixo quando ela encontra um dossiê escrito "Evie". ela descobre que muitos querem essa pasta e a matariam para obtê-la, pois dentro desse dossiê há um segredo.