6º Capítulo

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Ouvi o despertador a tocar, era hora de me levantar. Sentia-me tão bem que mal abri os olhos levantei-me e dirigi-me à janela enorme que se encontrava no lado direito do quarto. Rapidamente abri as cortinas que impediam que a luz penetra-se totalmente. No exacto momento em que a luz solar ali entrou, senti-me a ser invadida por eles. Foi como se tudo à minha volta estivesse no seu devido lugar. Hoje sentia-me feliz. Irreconhecivelmente feliz.

Decidi descer as escadas, ainda de pijama, e ir tomar o pequeno almoço se possível com o meu pai. Entrei pela cozinha a dentro a chamar pela Marry, mas ela não me respondia o que era bastante estranho. Quando estava a chegar perto dos bancos que se encontravam a beira de uma bancada clara ouvi uma voz doce e melodiosa a chamar-me. Eu reconhecia aquela voz de algum lado, era-me muito familiar para dizer a verdade. Devagarinho rodei sobre os calcanhares na expectativa de ver quem era a mulher que me chamava. Quando vi quem era foi como se todo o meu mundo ruísse. Não era possível ela estar alí, aquilo era impossível! Como é que a minha mãe estava alí? Como ?! Não me consegui mexer e para ser franca acho que deixei de respirar durante um bocado. Da minha boca só saíu uma pergunta :

-Mãe, és mesmo tu ?

Olhei-a nos olhos impaciente á espera da sua resposta. Vi aquele sorriso quente de quem eu tanto sentia falta a formarse na sua bela cara:

-Sim Maria sou eu querida !

Era ela, era a minha mãe que estava mesmo alí a minha frente a sorrir-me. Mas como é que é possível ? Ela tinha morrido à quatro anos a tras!  Eu sei disso porque a vi ir-se embora! Fui enterronpida das minha perguntas:

Maria, eu amo-te muito!- falava muito calmamente de forma a que eu conseguisse absorver cada palavra que ela proferia.- Espero que sejaa muito feliz minha filha. Tanto tu como o teu pai o merecem. Tenho imensas saudades vossas e quero que saibas que vou estar sempre contigo.

Quando acabou de falar abriu os braços convidando-me assim para um abraço. Primeiro esitei mas de seguida comecei a caminhar na sua direção muito lentamente ainda com receio. A certo momento a minha mãe começou a ficar mais clara e foi aí que percebi que ela estava a desaparecer.

Não! Eu não a podia perder outra vez. Desta vez ela têm de ficar comigo! Ela não pode voltar a abandonar-me, não pode! Eu não vou deixar.

Comecei a correr o mais rápido que conseguia na sua direção.  Enquanto corria vi-a a sorrir e a dizer "AMO-TE" . Da primeira vez lembro-me de ela tambem mo dizer antes de me deixar sozinha neste mundo. Num movimento de puro desespero saltei para a frente para tentar agarrar o seu braço.  Quando estava quase a tocar-lhe ela desvaneceu-se no ar e eu acabei por cair de joelhos na tijoleira fria e dura daquela cozinha. Mais uma vez tinha chegado tarde de mais e não a tinha conseguido salvar. A minha mão tinha se ido embora outra vez e eu não pude fazer nada para o evitar. Algo dentro de mim se estava a formar. Era uma mistura de sentimentos que queriam sair e foi isso mesmo que aconteceu. Num movimento ivoluntário gritei o mais alto que consegui...

Acordei na minha cama aos berros. e com a cara toda molhada. Primeiro pensei que era suor, mas quando levei as duas mãos aos olhos para os esfregar reparei que tinha estado a chorar enquanto dormia.

Afinal tudo aquilo tinha sido um sonho.

Peguei no telemóvel e vi que horas eram. Ainda eram sete da manhã, mas mesmo assim decidi por-me a pé porque de uma coisa eu tinha a certeza, não ia conseguir voltar a adormecer...

Levantei-me e fiz tudo tal e qual como no sonho, a única diferença é que quando cheguei lá em baixo a minha mãe não estava. Tomei o pequeno almoço e dirigi-me ao segundo andar para tratar de mim e da minha roupa. Quando finalmente ja estava pronta fui para o colégio a pé para desanuviar a cabeça. O meu plano consistia em passar desprecebida naquele colégio. Quero ser tratada como uma aluna normal, uma aluna comum como todas as outras e não vista como uma celebridade ou algo do género. Mal passei pelo portão do instituto senti-me ser observada por todos o que me deixou bastante desconfortável. Levantei a cabeça para ver o que se passava e para mal dos meus pecados quase todos os alunos tinham deixado de fazer as suas rotinas para olharem para mim. Omd poupem-me ok ?! Baixei outra vez o meu olhar para o chão e segui o meu caminho ate ao recinto. Comecei por ouvir muito barulho a minha volta. Ergui o olhar e vi que estava rodeada por pessoas. Estava-me a sentir sofucada, como se derrepente todo o oxigénio me tivesse sido retirado.. Pelo que parecia o meu plano em passar desprecebida não passava disso, de um plano. Enquanto aquela multidão me tirava mais o ar, comecei a magicar um plano na minha cabeça mas desta vez para conseguir fugir dalí. O plano era encolher-me,gatinhar para fora daquela multidão, correr até a casa de banho mais proxima, fechar-me num compartimento puxar o autoclismo, iria de seguida colar-me ao tecto ao estilo spider man e deixar que elas pensassem que fui cano abaixo. A seguir iria a correr como uma desalmada até ao cabeleireiro cortaria o meu cabelo castanho até ás orelhas e pinta-lo-ia de roxo. Mudaria o meu nome para Ana Catarina e assim ninguem saberia da minha verdadeira identidade e poderia viver feliz para sempre.

The Last Time . . .Onde histórias criam vida. Descubra agora