" A maioria dos garotos da minha idade só pensam em beber, curtir e sair escondido dos pais. Já eu prefiro mergulhar em livros. Mas calma, eu não sou daqueles nerds que ficam trancados em seus quartos na esperança de passar na faculdade que escolheram. "
" Eu gosto de ler, mas não qualquer tipo de livro, prefiro aqueles que me fazem mergulhar em sua essência, ou melhor, aqueles que me tele transportam para dentro de sua história, como se pudesse viver dentro delas. "
" Além do meu interessante gosto pela leitura, também gosto muito de escrever. Falando nisso não escrevo há um bom tempo. Oque será que aconteceu? A fonte secou? Não tenho mais a mesma imaginação de antes? Bom, perguntas que nunca foram respondidas. "
" Ao invés de estar lá fora conversando ou brincando com a minha irmã, cá estou eu, sentado no meu quarto rabiscando folhas e mais folhas sem nenhum propósito à vista, apenas por diversão, sonhando com a ilustração que fiz a mais ou menos dois anos de uma elfa da minha imaginação fértil que provavelmente nunca irei conhecer. "
Luka Viderily.Sentado a beira de uma escrivaninha toda amadeirada, nobre e escura, que tinha um brilho excepcional causado pelo verniz que havia sido passado em sua fabricação, estava Luka, rindo de si mesmo por ter escrito aquelas bobagens.
Estava tão entretido com as folhas e seus pensamentos, que não percebe quando sua mãe entra no quarto:
- Luka, as coisas já estão prontas?- pergunta ela.
O garoto dá um pulo na cadeira assustado:
- Ai mãe!... Já coloquei tudo na mala.- diz Luka.
- Leve tudo lá para baixo, sairemos em 10 minutos.- avisa ela ao sair do quarto.
- É melhor arrumar isso aqui.- diz ele olhando a escrivaninha.Junta as várias folhas espalhadas e as guarda dentro de um caderno, sua capa era revestida de couro preto com desenhos em dourado por toda a parte, em sua capa também havia suas iniciais L.V. Guarda o em sua mala e a empurra pelo corredor, se apoiando nas paredes brancas e sem graça, com vários retratos pendurados.
Ao chegar no final do corredor em frente a enorme escada, vê sua irmã correndo pela sala como um furacão.
Desce as escadas com a mala, um por um dos degraus espaçados.Entra no carro, sem mencionar nenhuma palavra, sobre a viagem que para ele era totalmente obrigatória.
Luka nunca se sentia bem em viajar de carro em longas distâncias, como sua mãe e sua irmã. Ela que sempre tomava todo o espaço dos bancos atrás no carro, estava mais folgada que nunca e por esse motivo viera na frente com sua mãe.Sete horas depois de uma viagem cansativa, ouvindo músicas pop de bandas que sua irmã adorava, sentiu-se aliviado ao ver a casa de seus avós. Aquela tortura finalmente havia acabado. Suas férias acabavam de ganhar vida, estar em um lugar quieto e reservado o fazia muito bem, dava-lhe maior vontade de escrever e inventar histórias.
Quando saiu do carro reparou que nunca tinha parado para observar a casa de seus avós. Era uma casa humilde, suas portas e janelas eram de madeira escura e a cor das paredes de fora eram brancas, meio desbotadas pelas chuvas que já haviam pegado em todo esse tempo que fora lá.
Embora a viagem fosse longa, gostava muito de estar ali, sentia-se confortável em qualquer lugar daquela casa. Sua avó que sempre o recebia de forma tão amorosa e gentil, estava à sua espera, na varanda, sentada em sua velha cadeira de balanço, que era presa ao teto.
O jardim que tinha na entrada, logo após um pequeno muro, dava a casa uma graciosidade esplêndida. Sua grama era curtinha e bem nivelada, seu avô nunca a deixava crescer demais, sempre a aparava com o cortador. As flores eram pequenas e vermelhas ao redor do caminho de pequenas pedras de vários tamanhos e cores, que dava na varanda.
Depois de uma curta conversa com sua avó, pergunta onde irá dormir nesses dias que estiver lá:
- Vá até o ultimo quarto do corredor lá em cima, pode deixar suas coisas lá. - diz sua avó de maneira doce e amorosa. - Mas volte para conversarmos mais.Indo em direção ao quarto, para ele na frente do corredor, que era escuro e estreito, mas percebia que a última porta estava entre aberta. Não sentia medo, mas aquele corredor não era muito acolhedor no momento.
Com pequenos passos foi se aproximando da porta, um lugar cheio de caixas e uma cama, foi o que ele encontrou. Coloca a mala em cima da cama, e como não queria voltar para conversar com a seus avós, decide ficar por ali e mexer em algumas caixas, para ver se achava algo de construtivo para ele.Encontrou relógios, sapatos e roupas velhas, mas justo no momento em que iria desistir, avistou uma caixa em baixo da cama. Enquanto caminhava em direção à cama, fica imaginando, o que a caixa estaria guardando ali, outro relógio talvez. Quanto mais perto ficava, mais ideias ecoavam em sua cabeça sobre o que a caixa guardava.
Ao pegar a caixa veio aquele receio, será que deveria ter mexido nas coisas de sua avó? Bom já havia mexido em tudo, uma caixa a mais não iria fazer diferença, não iria aumentar o discurso que teria que ouvir mais tarde. Afinal de contas, faz parte dos netos a grande proeza de "futricar" as coisas dos mais velhos. Se ajoelhava lentamente e se esticava ao máximo, para alcançar a caixa que estava encostada na parede.
Ao abrir a caixa, lá estava uma máquina de escrever antiga personalizada com o sobrenome da família Viderily. Olhando mais atentamente viu que ela estava com um papel, que aparentemente era bem antigo meio amarelado, e nele estava escrito " Qual o seu nome? ".
Ficou pensativo com aquilo, afinal quem teria escrito? Mesmo sem saber, decidiu responder, até porque era somente uma pedaço de papel em uma máquina de escrever, o que poderia dar errado? Sentou-se na cama e começa a digitar " L-U-K-A V-I-D-E-R-I-L-Y ".
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Os Enigmas de Azes
FantasyTudo parecia normal, até aquela viagem de férias começar...