Fode.

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Mãos despudoradas percorrem as estradas de seu corpo com avidez,apertando,marcando,queimando a cada toque. O corpo arqueja acima do lençol banhado de suor e gozo,cabelos revoltos espalhados pelo travesseiro emoldurando a face que poderia muito bem ser de um anjo,caído.Ainda sim,um anjo.
O gemido alto e lânguido é enlouquecedor , tal qual o modo como ela morde a boca daquele jeito sacana todinho dela.
Ver alguém implorando nunca te deu prazer,mas vê-la sob seu domínio pedindo sedenta por mais , te traz uma sensação de poder tão boa que você sente que seria capaz de gozar sem sequer ser tocada.
A mão desce com força,o barulho do tapa ecoa no quarto tal qual as ações reverbarão em sua vida,isso certamente deixará marcas das quais Você irá se gabar de ter deixado.
Olhar o relógio cronometrando quanto tempo você ainda tem disponível só aumenta tua excitação,a sensação de perigo te causa uma descarga de adrenalina extra,o que sem dúvida melhora e muito esse erro que você continua insistindo em cometer.

- Me fode de quatro,anda. Me come.

E você fode. De quatro,de lado,suspende o corpo esguio com facilidade.Parede,bancada,mesa,cada canto do cômodo é profanado com o mesmo entusiasmo.
Ela é insaciável. E pede,implora por mais. Implora por você,você tem o controle,você tem o poder. Você é quem a deixa assim.
Tuas costas ardem ao sentir as unhas dela cravando em tua pele,seu coração aperta ao olhar o relógio na parede oposta,fim.
Sua boca passeia uma última vez pelo pescoço dela,mordendo,marcando território da forma que ela odeia mas que você,hoje faz questão.
O celular toca.
Os corpos se separam.
A respiração entrecortada aos poucos volta ao ritmo normal.
As roupas são vestidas casualmente de forma mecânica,não há conversa e é melhor assim.
Ela ajeita sua camisa com um sorriso,dessa vez não reclama por você sempre deixar o colarinho desalinhado.

- Hoje você se superou…
- Isso é pra você não esquecer que eu sou muito melhor que aquela garota sem sal que você insiste em desfilar junto.

Posse.
Tudo se resume a isso.
Possuir.

- Não fala assim dela, eu não julgo o banana do teu macho.
- Não sabia que você era do tipo ciumenta.
- E não sou.

A alça da mochila machuca ao passar por uma parte particularmente dolorida e você percebe que isso,foi só mais uma forma Dela te fazer remoer os acontecimentos durante o dia todo.
Não é sobre sentimento,sobre carinho e sensações...é sobre quem pode mais.
Ela segura seu rosto uma última vez,forçando você a olhar os olhos castanhos que te tiram o sossego e atormentam teus sonho,a boca do sorriso irônico que você tanto adora já está com o batom que você ama borrar e você se pergunta como ela consegue fazer isso tão rápido.

- Vai passar  o restante do dia pensando em mim.
- Não,não vou.

Mentira.

- Não só o dia,a semana.

Sim.

- Eu já te disse que isso não significa nada.

Mentira.

- Ótimo, porque foi a última vez.

Dói. Não deveria,mas dói.

- Tanto faz.

Outra mentira.

- Quando você criar a capacidade de amar eu cogito a possibilidade de voltar.

Você já ama.
Cada maldito segundo dessa mentira.

- Você não vai aguentar.
- Não? Eu tenho certeza que VOCÊ é quem vai sentir .

Sim.

-Só me procure quando for capaz de sentir algo além de tesão reprimido. E se me permite um conselho,joga uma água no rosto e tenta melhorar essa sua cara,parece que acabaram de tirar teu brinquedo favorito. Vão acabar desconfiando…

A porta abre e fecha,ela sai.
Rindo.
Como você planejou fazer.

Dói.
Como você não pensou ser possível.

Fode.
Com sua mente.

O pior?
Fode com aquilo que ela acredita que você não tem : coração.

O irônico?
Você conseguiu o que sempre quis :
Ela realmente acredita que não passa de mais uma.

O problema?
A aliança de noivado em seu bolso e o pedido que ficou perdido no meio disso tudo.

Sexo casual?
Nunca dá certo.

Amar?
Não é pra amadores.

Me encontraOnde histórias criam vida. Descubra agora