Cama de gato

201 13 35
                                    

POV Fernando Haddad

" Tá bom, Ciro Gomes. Você já se divertiu o suficiente às minhas custas." - Resmunguei. - " Quer fazer o favor, se não for pedir muito, de tirar essa venda dos olhos e me desamarrar?"

Nenhuma resposta. Só que eu estava ouvindo nitidamente o sussurrar de Ciro vindo de algum lugar no ambiente. Estava conversando com alguém.

Tentei me mover, percebi estar deitado em um colchão bem macio, contido pelos punhos e tornozelos, de barriga para cima.

Pelo frescor do ar condicionado na pele, haviam tirado-me camisa, calça, sapato e meias. Somente a cueca modestamente me privava de total nudez.

Algo me apertava levemente na base do pênis. Foi colocado um cockring ! De fato, as intenções de Kaiser não eram as mais pudicas. Ele pretendia que eu durasse muito tempo.

" Seja lá quem você for, não há necessidade disso. Farei o que quer, não oferecerei resistência, tem minha palavra, pode me soltar ! " - Apelei, desesperado.

As coisas estavam saindo de controle, era um animal indefeso nas mãos não sabia nem de quem.

" Ele acordou." - Gomes falou de modo audível. A outra pessoa não respondia, pelo menos não verbalmente.

O som de saltos altos femininos ressoou pelo ambiente.

" Hum... Legal. Eu... aguardo vocês acabarem, estarei na sala ao lado se você precisar de ajuda, meu dengo. Não sei se esse paulista engomadinho aí aguenta teu requebrado, não. Agora eu, eu me garanto ! E olhe, cabrita, não sou feito só de boca, viu? Possuo outras partes do meu corpo, rejeitadas por você, que podem te fazer muito feliz" - Ciro queixou-se, forçando uma risada, o ruído de seus passos desapareceu.

Entrei em pânico, suando frio. Ser o ativo de uma relação homossexual já não me agradava, porém o concretizaria, mas se o interesse de Kaiser fosse me possuir, aquilo seria estupro !

" Ei, Ciro. Espera ! Pelo amor de Deus, cara ! Eu não mereço isso, não ! Sou um homem casado e fiel, pai de família ! Eu nunca..."

" Shhhh"

Alguém com voz e perfume femininos colocou o dedo em cruz na minha boca. De efeito, me calei, ainda chacoalhando de pavor.

A ponta daquele dedo contornou meus lábios. Senti um corpo pesar sobre mim e novamente ia suplicar por minha honra, mas fui calado por uma língua invadindo minha boca sofregamente.

Que lábios macios e hálito gostoso ! Segurou-me o rosto, beijando com fome, mordiscando, acabei me entregando a aquele ósculo suculento, tanto que acabei ficando rijo, dolorosamente ereto por dentro da cueca.

Roçou o nariz em meu pescoço, me cheirando e mordiscando. Kaiser realmente estava doido (ou doida) por mim, me agarrando como se eu pudesse fugir de seus braços.

A pessoa se mexeu sobre mim, dedos de unhas longas arranharam de leve minha pele ao puxar para baixo a única peça de roupa, me arrepiei da cabeça aos pés.

O pênis apontou como uma flecha. Urgia ser tocado, e foi o que minha algoz fez. Mas não com as mãos.

Para meu alívio, senti que o que se esfregava em meu órgão viril era um púbis feminino. Encaixou o comprimento entre os lábios vaginais e passou a esfregar-se para trás e para frente.

Ela estava se masturbando com meu pau, a idéia de estar passivamente sendo usado para o prazer de uma mulher pela primeira vez na vida me excitou terrivelmente.

Seu clitóris estava inchando, e perante essa reação do corpo de uma mulher, um homem só poderia fazer uma única proposta:

" Por tudo que é sagrado... Senta na minha cara agora." - Implorei.

Por Deus, aquilo era uma verdadeira vagina. E como estava perfumada pelos fluidos doces de sua excitação...!

Estiquei minha língua, ansiando por atingir o ponto exato, a pequena protuberância, que senti latejar. Lambi e arrepanhei-a toda com a ponta dos lábios, sugando com a boca úmida.

Ela estremunhou e gemeu baixo. Eu a fiz gozar, vibrei, deleitado, engolindo sedento suas secreções. 

Meu pau estava quase estourando, e eis que repentinamente levantou do meu rosto. Choraminguei como uma criança a quem lhe houvessem tomado a chupeta.

" Ah, não... Vem, deixa eu te chupar..."

Veio de novo pra cima de mim. Senti sua respiração no meu umbigo.

A língua quente passeou pelo interior de minhas coxas e rapidamente ancorou na minha glande.

Meu cérebro se liquefez quando ela serpenteou pela cabeça do meu caralho, lambendo e sugando com apetite.

O efeito daquilo somado à visão temporariamente bloqueada estava me levando às raias da loucura.

" Aaahhh ahhhh..."

A essa altura eu era incapaz de proferir palavras inteligíveis. Mas com o maldito cockring eu não conseguia atingir o orgasmo. Nunca havia usado, não estava afeito.

" Me solta, por favor... eu preciso te penetrar... se é o que quer, me solta, me solta..." - Disse fracamente, lavado de suor.

Como se ela precisasse de minhas mãos livres para montar em meu caralho duríssimo... !
Todavia, a mulher deveria um coração muito mole - Ou minha lábia que era terrível mesmo - E ela cometeu o erro de me desamarrar.

Por todos os infernos, eu iria me vingar.

Soltada a última amarra dos tornozelos, arranquei a máscara dos olhos e me deparei com a menina jovem e morena que me salvara da morte mais cedo, vestida só com um sutiã de renda branco, me fitando com os olhos pretos enevoados de desejo.

Então era aquele espirro de gente a dona daquela boca matadora e daquela bocetinha quente e doce?

Até era alta, mas eu era bem uns dois palmos maior do que a garota. Me aproximei e ela tremeu feito vara verde.

" Você não deveria ter me desamarrado, Carmem. Mas já que é o que quer, agora eu vou acabar com você." - Disse entredentes.

Slave of love - Haddad + Ciro + Personagem OriginalOnde histórias criam vida. Descubra agora