O seu cheiro é tão bom.

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O frio em Seul já predominava, era tarde da noite, enfim sai daquele maldito lugar. Pessoas idiotas!
É intrigante trabalhar com pessoas que não sabem fazer o próprio trabalho e atrapalhar o dos outros, fazendo a empresa desandar. Mas sei que esse não é o real motivo da minha raiva.
Droga! Sempre acontece! 
Andava pelas ruas, resolvia vir a pé para casa, quando os dias eram difíceis, o vento batia em meu rosto, uma colisão perfeita. Muitos becos escuros, deveria me preocupar com algo? Provavelmente não. 
Andava em passos bem lentos, ouvindo alguns murmúrios de dor vindas de um beco. Droga só para completar a noite " maravilhosa " que estou tendo.
Andei minimamente até o local, vi um garoto sentado no chão encolhido.

Ei garoto, vá para casa, está frio. - falei sem chegar muito perto.

Me ajuda por favor senhor, estou com muita dor. - dizia tentando se levantar. 

Bom eu posso levá-lo ao hospital mais perto pode ser? - disse, e o vi rir mas balançando a cabeça em concordância.

Bem, venha comigo. - ajudei-o a levantar. O mesmo se apoiou em mim, andamos naquele vento gélido, que me fazia arrepiar, por eu estaria aqui ajudando alguém? As vezes eu me fazia essa pergunta, mas meus poucos amigos sempre dizem que é bom ajudar as pessoas.

Droga era pra mim ter pego meu carro, estaria mais  quente. - sentia o corpo quase desfalecido que o abraçava pela cintura ajudando a andar, pegando fogo, estava com febre, como pode. Por todo lugar onde passávamos as pessoas ao redor olhares curiosos, alfas nojentos lambendo os lábios.
Ah sim chegamos ao hospital, atraindo mais olhares diante de mim segurando o rapaz.

Ei enfermeira, me ajuda. Encontrei esse rapaz em um beco, ele está quente e não sei o que há com ele. - olhei um olhar estranho, alguns cochichos " olha o cheiro dele" , "tadinho" . Será que eu estou fedendo?

Venha por aqui senhor. - o ajudei a colocá-lo na maca e o vi levarem o pra dentro de uma sala.

Senhor você pode esperar até concluirmos? - perguntou.

Sim, afinal meu dia não pode se tornar pior.

A mesma saiu, sentei na recepção mexendo em meu celular, droga bateria preste acabar, é realmente, meu dia e uma merda. Bloqueio a tela, e continuo vendo pessoas me olharem, como se fosse a refeição deles, me sinto horrível assim.

Olá boa noite, doutor Kim Namjoon.
É você que trouxe aquele ômega no cio para cá? - perguntou e arregalei os olhos.

O que? Ele é um ômega é está no cio? - perguntei de volta.

Sim, não sente o cheiro? Está forte aliás, demos um calmante para ele e mais ou menos 2 horas para ele acordar, o leve para casa.

Me desculpe, eu não sinto cheiros. Eu não sabia que ele era um ômega é muito menos que estava no cio.

Oh, desculpe. Então agora que sabe, pode levar o seu ômega para casa. Você sabe o que fazer. - eu sei o que fazer? Me pergunto.

Eu não sou o alfa dele. - falei baixo. 

Como não, você o trouxe. - me repreendeu.

Eu o vi chorar de dor em um beco, achei melhor trazer para o hospital eu não sei como ajudá-lo.

Bom senhor, se você não é o alfa, pelo o menos o leve para casa, te darei essas injeções para aplicá-lo até que o cio do mesmo acabe. Pois se ele ficar aqui, os paciente iram perder o controle.

Oh, desculpe o levarei. Obrigado doutor.

De imediato chamei um táxi, com o ômega em meus braços adentrei o mesmo falando o endereço do meu apartamento onde moro. Ouvi o motorista ficar meio agitado ao estado do ômega, então  rosnei para o mesmo.
O ômega dormia tranquilamente em meus braços, agora que pude notar o quão lindo ele é, suas bochechas rosadas, seus lábios carnudos. Aish, eu sim sabia o que fazer com um ômega no cio, mas eu também nunca tive um cio, como eu o ajudaria.
Droga.
Ao chegarmos em meu prédio, o porteiro que eu sabia que era um beta abriu o portão, adentro o elevador sentindo o ômega se mexer.

O Alfa que não sentia cheiros. Onde histórias criam vida. Descubra agora