⌜⌞ Capítulo Cinquenta e Dois⌟⌝

736 91 105
                                    

Apesar de toda a confusão, Renjun insistia em dizer que Chenle tinha sido mais imaturo que o próprio Mark durante a ligação e aquilo só estava piorando as coisas. Sabiam que o mais velho não estava na escola, uma vez que não era possível escutar gritaria qualquer como plano de fundo. Deveriam descobrir onde estava o menino e pedir, gentilmente, que todos fizessem as pazes. Eles não sabiam ao certo quais eram os acontecimentos, mas tinham certeza de que deveriam resolver aquilo o quanto antes.

— Onde você está? — era Renjun na linha, quando finalmente Mark atendeu a ligação.

— Tipo numa colina que tem aqui perto da escola, logo ao lado. Você sabe qual é — respondeu — Ai, Renjun... Traz comida e carinho para mim?

— Vamos ver se você merece — desligou.

Chenle estava no canto, fingindo interesse pela morfologia do hangul enquanto mordia nervosamente o bocal da sua caneta verde. Renjun explicou aos outros onde Mark estava, então todos concordaram que iriam atrás do amigo. Mas não iriam sozinhos, de jeito nenhum. Iriam puxar Chenle junto, nem que fosse preciso sequestrá-lo.

Era a hora de irem embora e os rapazes puxavam o Zhong pelo braço, levando-o para o chamado fim de mundo e forçando-o a conversar respeitosamente com o mais velho. Mas a vegetação local estava irritando a todos, sobretudo os frescos Renjun e Chenle.

— Que merda, viu! — cuspia Chenle — Jeno, não era pra você estar me obrigando.

— 'Tá parecendo Bee Movie: um rebuliço gigante por causa de uma abelha idiota — Lee JaeNo revirou os olhos, segurando Chenle com o braço e, com outro, apoiava Jaemin para que não caísse.

— Não é isso, galera — Haechan ia falando — Vocês estão sendo insensíveis. Vamos resolver esse lance de Mark e Chenle e então apoiamos Mark quando ele for falar com o Abelha.

— A gente liga pro Jisung? — Jeno tornou a falar.

— Claro que sim, não somos monstros — era a vez de Renjun falar algo, já irritado com a conversa.

— Ele não é tão ruim, só é irritante — Chenle deu de ombros.

— Olha! Vejam aquela árvore! — Jaemin apontou para esta, totalmente encantado. Ainda que estivessem caminhando num parque estranho de mata, era impossível ignorar a natureza ao redor — Tem uma colmeia ali!

— Ah, não creio... — Donghyuck resmungou.

— Hey! Jisung-ah! — Renjun gritou para a colmeia, rindo com a brincadeira.

— Ih, vocês são idiotas — Jaemin revirou os olhos.

— Tem um monte de abelha! — Donghyuck exclamou, subindo nas costas de Renjun, contra a vontade do outro, para enxergar a colmeia mais perto.

— Que legal conhecer a família do Abelhudo. Pena que ninguém liga pra abelha — Jeno abaixou-se para pegar uma pedra no chão.

— Ziu Ziu Ziu Ziu — repetia Haechinnie, bem pertinho do ouvido do Huang — Ziu Ziu... Eu sou uma abelha...

— Que irritante, garoto! E não deveria ser o contrário? Você que é meu escravo! — Renjun golpeou-lhe o joelho.

— Abelhas são irritantes — Zhong revirou os olhos — Não suporto nenhuma.

— Do mesmo jeito que nenhuma te suporta — Jaemin sorriu para o chinês, o qual deu língua como resposta.

— Jeno, mas que porra você ta fa...

Renjun interrompeu a si mesmo quando um grito agudo foi liberto pelo menino sobre suas costas e sentiu-o descer rapidamente e puxá-lo para longe. E ali estava todos os garotos correndo para cantos diferentes, com gritos diferentes, com passos diferentes, porém com medos iguais.

— Pra que merda você jogou a pedra na colmeia? — Huang era puxado por Haechan, mas não pôde evitar olhar para o lado e encontrar o causador daquela desgraça.

— Era só pra irritar as bixinhas...

— Agora elas estão voando atrás de nós, parabéns! — sacudia os braços, tentando afastá-las — Ai, uma filha da puta me picou!

— Aqui, se proteja — Donghyuck desenrolou o casaco da cintura e forçou o outro a cobrir o rosto com ele.

Do outro lado, Chenle corria sem direção e sem sentido. Balançava as mãos, tentava cobrir o rosto e caía a cada trinta segundos. Felizmente, não foi ferroado e as abelhas logo tomaram seu rumo e deixaram-o em paz. Perdido e cansado, não sabia onde diabos estava os seus amigos e como encontrá-los. Seguiu a trilha de saída e, cuidadosamente, deixou o lugar. No seu celular estava estampada a notificação de uma mensagem recebida vinda de Jaemin, a qual dizia que estavam todos no ponto de ônibus mais próximo e praticamente mortos de tanto correr.

Sem rodeios, Chenle caminhou apavorado para o tal ponto. De fato, os meninos estavam lá e praticamente mortos. Renjun estava sendo mimado por Haechan, Jeno estava visivelmente arrependido da merda feita e Jaemin tentava arrumar o cabelo olhando pela câmera frontal do celular.

— Se eu tivesse morrido, Jeno, eu estou falando sério... Se eu tivesse morrido, meus pais iriam meter a sua família na justiça e fazê-lo pagar, de alguma forma — Veio as palavras nada doces ou sutis do Zhong — Você iria comer o pão que o diabo amassou e é melhor não chegar mais perto disso.

— O quê? Está me ameaçando de morte agora? — O Lee levantou-se do banco e afrontou-o com o olhar.

— Não aja como se não estivesse errado, faz você parecer patético — Chenle revirou os olhos e sentou-se, não querendo iniciar uma briga desnecessária naquele momento — Aliás, acho melhor você, Renjun, ligar para Mark. Aquele inferno está rodeado de abelhas e eu não quero que ele se machuque.

— Esperem. Por acaso vocês viram Abelhudo na sala? — Jaemin perguntou e todos ficaram calados — Ele estava logo cedo, mas depois sumiu...

— Calma, Jaemin, não sabemos se ele está lá naquela colina — Renjun falou aquilo confuso, visto que tinha o dedo anelar na boca por conta da ferroada — Ainda mais, não temos o número dele e nem nada. Seria suicídio voltar, então devemos avisar a Mark e assim ele fala com o Abelha, caso ele esteja lá.

Quando Renjun discou o número do hyung e os meninos aguardavam-o atender, ouve um resmungo vindo de Jaemin:

— Ai, Jeno, dessa vez você fez uma merda muito grande...

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Nov 10, 2018 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Yellow Black | MarksungOnde histórias criam vida. Descubra agora