Era noite, quase madrugada quando vi algo brilhar lá longe, não sabia o que era, só que brilhava muito. Não pensei muito, peguei logo minha garrafa e fui ver. Estava escuro e as árvores não ajudavam a enxergar o caminho, eu arregalava meus olhos a fim de enxergar melhor, a trilha, eu havia perdido a tempos. A bebida começava a me deixar zonzo, mas eu não estava bêbado.
Finalmente eu havia chegado ao lugar que estava brilhando, mas não havia nada lá, só um campo de terra coberto por arvores ao redor, sinceramente, me decepcionei. Mas lá ainda estava claro, com uma luz branca bem no centro do campo. Dei mais um gole na bebida e me aproximei mais, não havia ninguém, mas havia alguma coisa. "Será que eu estou bêbado?" era a única coisa que eu pensava quando vi ali uma vaca, mas ela era diferente das outras e eu não sei dizer o que era, só que era diferente. Cheguei mais perto dela e ela sorriu pra mim, mais uma vez, eu não estava bêbado. Eu tentei correr, mas não sabia de quem eu estava correndo, a vaca só havia sorrido, não tem nada de mais nisso.
Continuei ali parado e de repente mais duas vacas apareceram, as três ficaram paradas ali, mugindo e olhando pra mim, juro, era como se elas estivessem falando comigo a cada mugida. Aí sim eu me assustei, "Eu vou em bora daqui", joguei a garrafa no chão e tentei sair, mas minhas pernas estavam grudadas aochão. As vacas se aproximavam de mim ainda mugindo e entrei em pânico.
Quando elas chegaram mais perto eu não sabia o que fazer, minhas pernas não se mexiam e o medo fazia um suor frio escorrer do meu rosto. "O que tá acontecendo?" foi a única coisa que saiu da minha mente até que uma das vacas levantou seu rabo e colocou algo parecido com um fone no meu ouvido.
"Está nos entendendo agora?" ela disse ou mugiu, não sei o que aconteceu, mas juro que ela falou como uma pessoa. "Desculpa incomodar, mas nos perdemos no seu quadrante, pode nos dar uma informação?" ela continuou. Eu fiquei parado e nenhum som saia de mim. "Eu disse que era perda de tempo" uma delas disse, "Calma ele só está em choque, parece que os humanos são assim mesmo", "Então? Pode nos ajudar?" outra perguntou.
Quando eu abri a minha boca para tentar dizer algo, uma quarta vaca apareceu no fundo, "Galera eu achei as coordenadas, agora dá pra ir!" ela gritou e as outras foram de encontro a ela, a ultima coisa que eu ouvi naquela noite foi "Deixe registrado no guia, nunca peça informações a um humano" e som de mujirisos ao fundo.
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Vacas mutantes do espaço e outras histórias
Short StoryUma coletânia de contos, não tão presos a essa atmosfera. Para serem lidos em viagens intergaláticas (ou não).