Capítulo 35

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Duas semanas. Duas semanas insuportáveis. Minha vida estava vazia e totalmente sem cor sem ela. Eu não recebia mais seus bom dia acompanhado por um beijo longo e quente. Não a via andando pelo meu apartamento nua depois de uma longa manhã, tarde ou noite de sexo. Não a via ela se emburrar quando comprava um vestido novo e pedia pra ela usar para uma reunião importante ou confraternização.

Nada.

E nada.

Duas miseráveis semanas, apenas ouvindo: "Bom dia, Sr Levy.", "O que posso ajudar, Sr Levy".

Aquilo estava me deixando louco e foi essa loucura que me trouxe uma ideia brilhante. Mas aquela incerteza me matava, ela poderia interpretar errado ou poderia sair tudo bem. — Pensamento positivo, William. — Cheguei na empresa 1 hora atrasado, Maite não estava no seu lugar, deve estar na cafeteria ou fazendo outro coisa.
Olhei sua mesa rapidamente e sorri por ela não ter tirado o porta retrato com nossa foto e nem as flores — que eu mandava todo dia, mas que pelo visto não fez efeito.

Entrei na minha sala e as pastas estavam impecáveis como todas manhãs, durante essas duas semanas. Respirei fundo e comecei a recapitular todo meu plano na minha cabeça. Tem que sair perfeito.

A porta se abriu rapidamente e vi seus par de olhos castanhos se arregalar e ela parar bruscamente.

"Desculpa, pensei que o senhor não havia chegado" ela disse sorrindo sem mostrar os dentes. Suas bochechas estavam coradas.

Eu paralisei, ela estava diferente. Seus cabelos pretos estavam em uma trança, deixando seu rosto mais a mostra. Sua blusa branca simples. — A mesma quando a vi  pela primeira vez. — Sua calça preta jeans dava um ar jovial. Ela parecia um...

"Anjo" disse meus pensamentos em voz alta.

"Como?" Ela franziu o cenho

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"Como?" Ela franziu o cenho.

"Nada não" limpei minha garganta. "Sente-se, Maite" ofereci, apontando a cadeira.

"É, eu só vim entregar as pa..."

"Eu não perguntei. Eu mandei." Disse perdendo a paciência.

Ela ergueu as sobrancelhas relutante, mas em seguida caminhou em direção a cadeira e sentou-se.

Respirei fundo, puxando todo ar pro meu pulmão.

"Preciso que remarque toda minha agenda..." parei para pensar quantos dias. "hoje é sexta?"

"É, Garotão" ela disse e quando percebeu arregalou os olhos. "Desculpa, sr Levy"

Sorri por dentro, mas mantive a postura por fora. "Continuando senhorita Maite" disse firme e ela levantou a cabeça me encarando.

"Continue..."

"Preciso que remarque tudo desde amanhã até segunda" disse abrindo meu notebook.

"Tem uma reunião importante na segunda com Alisson" maite disse franzindo o cenho, focando na tela do tablet.

"Desmarque!" Bravejei. Ele era outro problema. Um problema que eu resolveria com uma tacada só.

"Certo..." ela disse, "como ela está morando por aqui vou jogar ele pra próxima semana"

Ela falava e só consegui prestar atenção na parte que ela disse que ele estava morando por aqui. Filho da puta.

"Sr. Smith está morando aqui?" Perguntei, tentando parecer desinteressado.

"Está sim, chegou há dois dias" ela disse, sorrindo levemente.

O que esse cara veio fazer aqui? Eu já sei claro. Ele quer minha mulher. Mas ele não terá esse gostinho.

"Temos um jantar de negócios hoje." Falei depois de alguns minutos, após controlar meu ataque de ciúmes.

"Jantar de negócios?" Ela passa os dedos ágeis pelo tablet, "não tem nada anotado..."

Interrompo ela, "eu atendi ele pessoalmente e esqueci de te passar. Erro meu, desculpa"

"Sem problemas, William." Ela sorriu e como eu amava esse sorriso. "que horas?"

"Passo umas 18h30 para te pegar, tudo bem?" Disse a encarando.

"Preciso vestir algo especifico?" Ela pergunta e eu me aproximo da mesa, colocando meus braços em cima de alguns papéis. Ela então olha minhas mãos e eu vejo um rastro sorriso no seu rosto ao perceber a aliança ainda em minha mão. — Eu nunca vou tirar ela daqui, meu anjo. — eu pensei. Mas, queria falar para ela notar o quanto eu a amo. Necessito dela.

"Vista algo confortável, nada de vestidos e nem saías. Será em um lugar simples"

"Ahhh..." ela franzi o cenho como se estivesse pensando em algo...

"Pode se retirar, Maite" disse, tirando ela do seus pensamentos.

Ela fecha e abre a poucas algumas vezes, porém, por fim, ela só se levanta e sai, sem dizer nada.

Não sei se isso vale para homens. Mas, sinto meu Deus inteiros bater palmas.

É isso ai, garotão.

Entre o amor e a vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora