— SARAH! — LINO GRITOU e correu atrás dela. Sarah parou assim que alcançou o gramado coberto de fuligem, o olhar atônito grudado nas ruínas. — Ei, Sarah! — chamou ele outra vez, finalmente alcançando-a. — Olhe para mim!
Lino levantou a mão na intenção de tocar o ombro dela, oferecer algum tipo de conforto, mas o braço parou na metade do caminho. Ela girou o corpo repentinamente na direção dele mantendo a cabeça baixa. Lino teve a impressão de ouvir um sussurro, mas não entendeu sequer uma palavra.
Ele deu um passo para frente. Sarah não se mexeu. Então ele relaxou os ombros, posicionou o indicador abaixo do queixo dela e deu uma leve cutucada para cima, obrigando-a a encará-lo. O castanho opaco dos olhos dela assumiram um tom âmbar brilhante em meio as lágrimas que se formavam.
Aquilo era incomum. Ver a tristeza atrás dos olhos que costumavam retribuir apenas vibrações de raiva ou extrema irritabilidade. Lino se remexeu, desconfortável, mas fez o que sentia que precisava fazer. Ele puxou Sarah para perto de seu corpo e amarrou-a em seus braços enquanto os dedos dedilhavam as mechas esvoaçantes do rabo de cavalo alto.
Sarah descansava a testa no peitoral de Lino, que descia e subia regularmente, enquanto ele apoiava o queixo no topo da cabeça dela. Sarah estava agradecida pelo amparo mais do que conseguia demonstrar. Seus braços estavam caídos junto ao corpo e ela não tinha força alguma para erguê-los e abraçá-lo de volta.
Leila e Kai chegaram logo depois, aproximando-se lentamente, como se qualquer movimento pudesse fazê-la correr para longe outra vez. Sem reação, deixaram que Lino a confortasse enquanto percorriam pelo perímetro do terreno coberto por destroços, lixo e sujeira. Procuravam por algo que não estivesse destruído. Uma busca que logo perceberam ser em vão. O fogo consumira tudo ali, restando apenas pó e ruínas.
Sarah empurrou Lino para trás, desfazendo-se do abraço. O rosto, antes estampado com medo e tristeza, agora mostravam pura determinação. Os olhos, cor de âmbar, escureceram-se e assumiram novamente sua tonalidade natural. Sua atenção estava voltada para além dos escombros. Lino buscava pelos olhos da garota, mas não teve sucesso algum; Sarah esquivava-se continuamente de suas tentativas.
— Ainda temos uma última parada para fazer antes de voltar, certo? — disse ela, marchando para longe da casa em ruínas. — Precisamos ir.
Lino avançou alguns passos, atordoado.
— Ei! Espere! — chamou ele, puxando-a pelo braço. Kai e Leila observavam de longe, mas Lino não se importava. — Respire — instruiu. — Talvez não...
Kai grunhiu, e Lino se calou.
Sarah continuava determinada. Virou o rosto para encará-lo e encontrou os olhos azuis afundando em preocupação. Uma sensação estranha a envolveu, pareceu tão firme e real que quis se segurar nela para sempre, mas não podia e não faria. Haviam coisas mais importantes para serem feitas.
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A ÚLTIMA GUARDIÃ | AS SAFIRAS LUNARES
Fantasy#Fantasia #Romance #Aventura. . 2° em magica . 10/05/2018 4° em magica. 09/10/2018 Ficção Adolescente/ Infanto-juvenil SINOPSE DENTRO DO LIVRO ------------------------------------------------------ Esta é uma degustação, você poderá encontrar...