Y no sé que pasó (DyR)

Pensamentos de Diego.

Roberta e eu terminamos. E eu sei o que vocês devem estar imaginando agora:

O que o Diego fez dessa vez?

Então, por mais que seja difícil acreditar, eu mudei. Desde o dia em que a conheci e brigamos pela primeira vez (risos) muita coisa mudou! Brigamos inúmeras vezes, a maioria por algo que ela julgava ser inadmissível, ela sempre lutou contra injustiças e eu, naquela época, era o mentor da maioria delas. Entre muitas brigas, depois de muito aprontarmos um com o outro, conseguíamos de vez em quando estabelecer um momento de paz entre nós, ficávamos amigos em nome da nossa paixão em comum: a música e a banda. Por diversas vezes fingíamos um namoro pra defender a banda, como no dia que o professor nos flagrou conversando sobre um ensaio do grupo, e ela disse na frente da sala toda que estávamos namorando apenas pra ninguém descobrir o lugar secreto onde acontecia os ensaios da banda. Admito que eu era um cara muito egoísta, eu só pensava em mim, aos poucos me tornava o reflexo de quem eu mais odiava admirar: Meu pai. Até nisso ela se envolveu. Quantas vezes Roberta abriu meus olhos em relação ao meu pai? Sem contar as inúmeras vezes que ela me defendeu do desamor dele, da sede de ambição, do controle exagerado que ele tinha sobre mim. Roberta e eu éramos dois cabeças duras, dois rebeldes, que agiam no impulso em busca do absoluto. Ela me fez crescer, me fez ter coragem pra lutar pelo que eu amo, a buscar meu sonho na música, a enfrentar meu pai. Eu me afogava no álcool todos os meus problemas com o meu pai, toda a pressão psicológica que ele exercia sobre mim. Me doía muito a ausência da minha mãe, a quem sempre me amou e me defendeu do meu pai. E a mesma que um dia simplesmente sumiu sem dizer adeus, me abandonando com o Bustamante. Roberta, sempre ela, deu um jeito de conseguir o contato dela e fez com que ela aparecesse no colégio. Tive a chance de conversar com a Mabel e entender o que realmente tinha acontecido, ela não tinha me abandonado. Minha mãe estava sendo ameaçada por meu pai e foi obrigada a sair do país e ficar longe de mim. Conseguimos nos reconciliar e graças a Roberta, porque senão fosse ela ter encontrado o contato da minha mãe, nunca teríamos tido essa conversa. Aquele dia me marcou muito, porque eu tive a certeza que aquela maluca de cabelo vermelho, era a mulher da minha vida, e que pra minha sorte, me amava. E como um idiota como eu pode ser capaz de magoar tantas vezes uma garota maravilhosa como ela? Fui por muitas vezes, um idiota, um canalha inconsequente com a mulher que mais amei e que mais me amou. Lembro daquela maldita aposta que fiz com o Tomás e Giovane para conseguir namorar com ela. Ela sofreu tanto com essa história, e eu me odiei por ter feito aquilo com ela, porque o feitiço virou contra o feiticeiro. Naquela aposta, eu acabei descobrindo o que há muito tempo estava na cara: Eu era completamente apaixonado por ela. E descobrir que a amava, pra logo depois perde-la por meus próprios erros, foi um castigo muito doloroso, mas que mereci. Só que eu não me dei por vencido, precisava recuperar a mulher da minha vida. Precisava do seu perdão e tê-la novamente. Provei a ela que eu estava arrependido e que eu a amava verdadeiramente. Depois de muita luta, consegui reconquistá-la, embora meu pai ainda fizesse de tudo pra nos atrapalhar. Ela me acompanhou na busca do meu primeiro emprego – sem a intervenção do meu pai – ela sempre estava comigo pra celebrar minhas vitórias e me estendia à mão quando eu caia. Com ela eu conheci o amor, eu enxergava nos olhos dela o quanto ela me amava e eu me sentia o cara mais feliz do mundo por isso. Eu amava e era correspondido. Mas nem tudo é um mar de rosas, afinal era eu, o garoto problemático filho de um político corrupto e a garota mais louca do mundo Roberta Pardo. Nós namoramos e terminamos várias vezes, porque sempre que estávamos precisando de alguém, nós ajudamos, nós sempre precisamos um do outro. Ela sempre tava lá por mim e eu por ela. Me tornei outro cara, alguém capaz de lutar pelo que eu acredito. E eu consegui vencer o meu maior "inimigo" graças a isso, a coragem e determinação pra buscar a justiça, consegui colocar meu pai na prisão. Só que até isso acontecer, eu tive que fingir que estava do lado dele, "aceitando" tudo que ele falava e fazia contra os meus amigos, era uma estratégia. Eu estava agindo cautelosamente para poder alcançar meu objetivo, e pra conseguir isso, León não poderia desconfiar de nada. Então eu aceitava seus presentes, o dinheiro, o carro, entre outras coisas. No meio de tudo isso a minha relação com a Roberta ficou estremecida, ela não conseguia entender porque eu estava fazendo isso, não entendia o porquê de eu ter voltado a morar com meu pai, chegou a armar um escândalo na casa pensando até que tinham me sequestrado. Ela dizia que eu tinha me vendido, que León tinha me comprado como sempre fez a vida toda. Roberta chorava ao brigar comigo, dizendo pensar que eu tinha mudado, mas que na verdade eu continuava sendo o mesmo cara mimado e sem escrúpulos que ela tinha conhecido quando entrou no Elite Way School.

Eu não podia dizer a ela o porquê de eu estar de volta na casa do meu pai, não podia explicar pra ela, senão meu plano não teria dado certo. Eu precisava agir sozinho, porque só eu conhecia o León como ninguém, e eu tinha que derrubá-lo. Não queria envolver ela nesse assunto porque eu jamais seria capaz de colocar a mulher que eu amo numa situação de risco, eu sabia o quanto meu pai era perigoso. Não conseguiria nem imaginar qualquer coisa que ele poderia fazer contra Roberta, eu cometeria alguma loucura e seria preso no lugar dele. Falei que não poderia revelar as minhas reais intenções ao voltar a "ficar do lado" do meu pai. Só pedi a ela, com todo meu amor, que confiasse em mim. Mas ela não conseguia acreditar em nada do que eu dizia, ela realmente acreditava que eu estava do lado do meu pai, que eu era um monstro igual a ele. Depois disso, Roberta terminou tudo comigo. Eu sofri muito com a desconfiança dela, mas eu não pude fazer nada, apesar de estar agindo por uma causa nobre, não poderia julgá-la por não confiar em mim. E quando tudo veio à tona e foi revelado que a minha intenção o tempo todo era prender León Bustamante, ela veio me pedir perdão.

Eu não tenho dúvidas, Roberta Pardo era a mulher da minha vida, a que eu mais amei e que vivi momentos inesquecíveis. Roberta não foi a minha primeira namorada, mas foi a única. Com ela descobri o que era o amor. E sim, eu a perdoei... mas não voltamos. Sempre haveria aquele fantasma na nossa relação, ela estaria sempre se perguntando se eu tinha mudado realmente. Estava sempre com medo de eu fazer algo errado, de eu desviar do caminho certo. Por mais que ela tivesse motivos de sobra pra desconfiar de mim, depois de toda nossa historia, eu não conseguia sustentar nossa relação dessa maneira. Sou grato a Roberta por tudo, sempre vou ter um carinho enorme por ela.

Mas não existe amor sem confiança.