III

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POV Lavinia

Puta sorte ter encontrado a cabine do banheiro desocupada. Precisava de um lugar tranquilo pra chorar escondida minhas lágrimas de ódio.

Sentei na privada e bati a porta, tentando não soluçar muito alto.

Dei aquele tapa na cara de Haddad porque não podia dar um tiro.

A minha noite estava uma lua de mel: Uma foda atrás da outra. No pior sentido possível.

O vestido horroroso que me tio me encheu o saco para que usasse, além de feio, pinicava.
Pelo menos a maquiagem era à prova d'água.

Só pus meus pés nesse programa de cacuras porque queria ver o Ciro, e me fodi tendo de ser desancada por aquele pouca bosta do Fernando Haddad.

Estou sendo incapaz de lidar com a vida adulta e esses bangs que acompanham.

As furadas nas quais me meto por conta de amor de pica...! 

Esse inferno de homem, o Gomes, que não sai da minha cabeça nem com reza braba !

Me pego a cada instante me lembrando do jeito como ele me agarra por trás e cafunga no meu cangote. Fico úmida só em recordar das barbaridades que ele sussurra em meu ouvido enquanto mete com força.

Ciro me tem muito na mão, e ele sabe disso, por essa razão me esnoba, pisa e faz o que bem quer. E eu estou pouco me fodendo para isso. Fico atrás dele igual uma cachorra de rua e nem me dói a consciência. Adoro cada melindre, seu ar esnobe de coronel do interior. Tudo o que quero é dar como se não houvesse amanhã.

Deve ter feito alguma mandinga, passado canela na pica, eu simplesmente não consigo parar de pensar nele !

" E o otário do Haddad não sabe de nada, diz que Ciro nunca vai me comer... Não é infundada sua fama de leso ! "

Remoía ainda o ranço por Fernando quando ouvi batidas à porta do reservado. Bufei alto. Não estava disposta.

" Que que é, buceta? Não tá vendo que tem gente nessa porra?" - Gritei.

" Oxente, mulher, tenha compostura, acalma essa perereca aí."

Dei um salto, era meu Cirinho ! Finalmente o filha da puta lembrou da minha existência !

Sai de meu esconderijo e dei com ele dentro do banheiro feminino, com cara de cachorro que quebrou o pote. Cruzei os braços, medindo de alto a baixo aquele despropósito de macho.

" O tio te chamou na chincha por causa do B.O com o turco, foi?"

Não conseguia ficar normal na frente de Ciro. Meu coração acelerava, clichê dos clichês, e a boca salivava.

Lancei meus braços em torno do pescoço do meu amante e procurei sua boca, ele virou o rosto.

" Vim preparar seu espírito. Aviso logo que o Andrade vai conosco na boate."

" É o que?" - Gritei, o largando como se me desse choque.

" Eu preciso levar um lero com ele ainda hoje, urgente, para ter como dar satisfações a Coronel Clóvis."

Haddad armou o circo, agora que desse um jeito de desfazer o furdunço.

Broxei totalmente.

" Ah, não, porra... justo hoje que o tio fechou a boate para nós e eu queria fazer no darkroom..."

Ciro arregalou os olhos.

" Ixi Maria, mulher, e quem disse que eu ia deixar? Basta um celular com câmera, um clique e já era minha carreira ! "

Prezava muito sua cabeça sobre o pescoço. A cabeça de baixo também. Não queria nem pensar em que tipo de vingança Clóvis lhe reservaria.

" Retoque a pintura, dá um tapa geral, em meia hora estaremos saindo " - Determinou, me pousando um beijo rápido nos lábios.

Beijo Triplo - Haddad + Ciro + Personagem OriginalOnde histórias criam vida. Descubra agora