Faziam algumas longos horas que o ruivo caminhava pelo centro da cidade, estava fazendo compras para sua nova casa, haviam poucas coisas no lugar que deixavam-o com cara de lar, então tinha resolvido dá-lo vida. Olhava vitrines e parava para experimentar algumas comidas que os vendedores de rua lhe ofereciam. Já estava ficando entendiado de tanto caminhar.
Havia deixado tudo em sua outra cidade para começar uma vida nova completamente do zero, isso significava que também estava sozinho, sem nenhum parente ou amigo para lhe fazer companhia. Faziam poucas semanas que havia se mudado mais já sentia falta de estar com sua mãe, mas se negava a ligar admitindo que sentia-se sozinho.
Caminhando mais um pouco e encontrou um quiosque de sorvetes e logo um sorriso escancarado surgiu em seu rosto. Sorvete era a melhor coisa para passar a melancolia que sentia. Fez o seu pedido e saboreou-o feito uma criança, se lambuzando até que o potinho ficasse limpo. Continuou seu caminho, indo para algumas lojas de bugigangas que ficavam no final da rua, adorava comprar tudo quanto era coisa estranha e diferente. Na sua antiga casa, havia uma estante de madeira em seu quarto repleta de personagens de animes e animais em miniaturas e em sua nova casa não seria muito diferente.
Foram muitos minutos perdidos naquele paraíso de esquisitices até que estivesse satisfeito e com três sacolas cheias em mãos. Já anoitecia quando saiu da loja, então era hora de voltar para casa. Caminhava cantarolando uma musica qualquer para se distrair do frio que começava a fazer. Ao longe, quase próximo a esquina de sua casa, avistou a mesma garota de hoje mais cedo que ainda se mantinha ao lado de uma caixa de papelão. Quando se aproximava da esquina a garota o notou e começou a sorrir de maneira estranha, aquilo o assustava.
— Boa noite, senhor. Tem um minuto?— a garota disse assim que ele se aproximou colocando-se no meio caminho.
— Boa noite, eu...— seria seguro conversar com aquela mulher que não parava de sorrir para si? Olhou em volta e ainda tinha bastante gente caminhando pela rua, então não seria atacado caso ela fosse uma psicopata — Hum, claro que sim.
— Oh, que bom. Vem cá.— aproximou-se da caixa trazendo Jooheon junto a si fazendo-o olhar para dentro da mesma. Ali havia um filhote de gato de pelagem completamente preta e olhos heterocromáticos, um em tom amarelado e outro azul— Esse é o Changkyun. Ele nasce há um mês junto com mais três filhotes, mas a mãe deles morreu. Eu já consegui doar os outros três gatinhos e como pode ver sobrou apenas ele. O que quero te pedir é que fique com ele, pois eu não posso.
— Sinto muito, mas eu não posso ficar com ele.— não era porque não podia ficar, era porque não gostava de gatos e por mais que tenha se sentido triste pela perda do gatinho não ficaria com o mesmo.
— Senhor, por favor, só restou ele da ninhada e se não achar um lar poderá ficar adoentado.— o sorriso da garota já não exista mais, em sua face havia uma expressão triste que quase fez Jooheon aceitar ficar com o gato.
— Já disse, não posso ficar com ele.— Olhou para o gatinho que encarava-lhe fixamente sentado sobre um paninho na caixa, aqueles olhinhos pequenos e brilhantes estavam lhe causando remorso — Na verdade, eu nem gosto de gatos.
— Tudo bem então. Muito obrigado pelo seu tempo e tenha uma boa noite, senhor.— os olhos marejados da garota desviaram do homem para o gato. Jooheon começou a caminha de volta para casa quando a garota ajoelhou-se em frente ao gato dando-lhe as costas, mas parou assim que começou ouvi-la a fungar— Me desculpa, Changkyun, eu falhei com você. Não queria que fosse assim, mas agora vou ter que te abandonar em algum abrigo de animais e deixar que te transformem em sabão.
A garota começou a chorar desesperadamente com as mãos em frente ao rosto enquanto Jooheon observava um pouco afastado. Aquilo poderia ser verdade? Iriam e teriam coragem de transformar um inofensivo gatinho em sabão? Desviou seus olhos para o gatinho que lhe olhava intensamente, era quase como se pedisse para ser adotado para não ter um final tão trágico. O ruivo fechou os olhos com força suspirando para não ter que ver aqueles olhinhos tão implorativos direcionados a si e aceitar o que a garota havia pedido, mas de nada adiantou quando se viu agachado ao lado da garota afagando-lhe a cabeça.
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Cadê Meu Gato?
FanfictionJooheon estava começando a achar que quem havia usado drogas havia sido si próprio por cogitar a ideia que teve, mas todas as duvidas que tinha se foram quando em meio aos fios negros surgiram duas orelhas da mesma cor felpudas e atrás do garoto sur...