𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟎𝟓𝟔

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Anahí suspirou a ver o carro parar na frente de sua casa.

Estranhamente suas pernas lhe faltaram e se sentia tão mole como uma gelatina. Foi obrigada a cobrir seu rosto e gargalhar de si mesma, perguntando como podia agir de maneira tão tola, como suas pernas poderiam estar tremendo daquela forma quando tudo o que queria era correr para seus filhos, correr para o seu marido.

Respirou com calma, fechando os olhos por alguns segundos, lembrando-se de suas conversas com Dulce, dos planos que ambas haviam feito para quando esse momento chegasse, as cenas que haviam imaginado como tolas adolescentes que imaginavam o primeiro encontro.

A porta se abriu e o motorista lhe esperava do lado de fora com sua pequena mala já a sua espera. Conseguiu sair do carro, agradeceu ao motorista o vendo partir logo em seguida.

Permaneceu ali, na calçada, em frente à sua casa, mirando aquele portão que naquele instante pareceu-lhe tão diferente, assim como as rosas e as flores do jardim, assim como o enfeite grudado à porta, como a própria cor da porta, a fechadura, o tapete. Nada estava igual, ela não estava igual.

Seus ouvidos escutaram duas gargalhadas distintas em particular, fato que a fez sorrir de orelha a orelha, sabendo que as crianças estavam em algum lugar bem próximo de onde ela estava. Virou-se com calma, soltando sua mala no chão, procurando com seu olhar desesperado o lugar onde seus meninos pudessem se encontrar. Os encontrou no parque, exatamente no lugar que imaginara os encontrar. Sem se importar com a mala começou a caminhar até aquele alegre lugar, com seu coração batendo de forma rápida contra seu peito, com as saudades e a emoção tomando conta de seu belo semblante.

Pedro foi quem a viu primeiro, arregalando seus olhos, abrindo um sorriso enorme, avisando seu irmão para então correr até Anahí.

"A mamãe chegou". Pedro dizia, e o coração de Anahí transbordava de amor quando abriu os braços, se abaixando levemente, esperando para receber seus dois tesouros em seus braços. "Avise ao papai que a mamãe chegou!" Ele continuava a dizer, correndo com velocidade, encontrando por fim os braços de sua mãe que o seguraram com força. Giovani logo os alcançou e então Anahí abraçou os dois, os cobrindo de beijos, amor e carícias.

— Ah que saudades! — Ela dizia sem parar, com os olhos ainda fechados, recebendo e dando beijos, recebendo e dando amor. — Mamãe quase morreu de saudades!

— Nós também, não é a mesma coisa sem você mãe. — Pedro disse logo em seguida.

Anahí sorriu, acariciando o rosto de seus filhos, checando cada pedacinho daqueles dois garotos.

— Estão bem? Comeram direitinho? Foram para a escola, fizeram os deveres? — Os dois assentiram, sem parar, sendo bombardeados por perguntas. — Papai deu o remédio no horário certo? Os dentes? Deixe a mamãe ver se escovaram os dentes todos os dias.

— Sem essa mãe! — Pedro revirou os olhos e Anahí gargalhou, com seus olhos brilhando de maneira intensa.

— Eu amo vocês, a mamãe ama vocês.

— Promete que não ficará longe tanto tempo assim? Eu quase morri de saudades, mãe. — Giovani disse com olhos cheios de lágrimas. Anahí o abraçou com força, lhe beijando as bochechas com carinho.

— Não querido, mamãe não ficará mais longe.

— Nós fizemos um montão de coisas! Compramos tintas novas e o papai... — Pedro contava eufórico.

Então Anahí percebeu que não se encontravam sozinhos naquela praça.

Seus olhos de forma lenta foram subindo até encontrar o rosto de Alfonso. Ele segurava duas garrafinhas de água e se encontrava parado há alguns metros de distância dela e dos garotos, com seus intensos olhos a mirando, esperando que ela enfim notasse sua presença.

Um Lindo HomemOnde histórias criam vida. Descubra agora