or nah.

hell, yeah

O drink roxo brilhava como néon por causa das luzes fluorescentes que refletia por todo lado na boate. O clima era excitante, o ar quente e o cheiro de sexo e poder estava em todos os cantos por aquele lugar banhado em brilhantes e grana. Riu assoprado. Era irônico estar ali, sentado em um banco iluminado de frente ao bar, bebendo pequenos goles daquela bebida horrível que empurrava com dificuldade pela garganta. Havia ajudado a fundar aquela merda de lugar por causa do bom dinheiro lavado que ia ganhar junto com a empreiteira.

Chamou o barman e pediu mais um drink, empurrando o pequeno copo de cristal em direção ao homem de roupas sociais, que com agilidade serviu mais uma bebida cara que custaria provavelmente um rim. Mas não ligava. Dinheiro era tanto que praticamente podia limpar a bunda com ele.

Uma música eletrônica de toque sensual qualquer começou a soar entre as paredes do local, as cores roxo, azul e vermelho coloriam seu rosto e as vestes formais, criando vida a alguém que já não tinha mais. Algumas mulheres de roupas curtas e sugestivas apareciam em sua volta, cada uma dando uma oferta diferente da outra, praticamente se jogando em seus braços de graça. Não pronunciou uma palavra e deixou que desistissem e se afastassem, procurando alguém que estivesse interessado em sexo fácil. Olhou o horário em seu relógio cravado de brilhantes e suspirou. Mal havia chegado e já teria que sair: reunião na empresa. Ossos do ofício.

- Já vai embora? - uma voz aveludada sussurrou em seu ouvido e saiu com rapidez. Se virou no banco do bar e encontrou o dono da voz, que estava sentado no banco agora, sem classe alguma. As perna estavam apoiadas no balcão brilhante e o sorriso presunçoso não saía dos seus lábios fartos mesmo enquanto bebericava a bebida que roubou do homem a sua frente, que só se deu conta quando virou para o lado e seu copo tinha sumido. Virou o rosto para o garoto a sua frente, desacreditado.

- Roubou meu drink? - disse surpreso com uma sobrancelha arqueada e um mínimo sorriso. O garoto provavelmente mais novo sorriu orgulhoso das habilidades e largou o copo transparente e agora vazio no balcão.

- Tava te observando de longe e me deu agonia você bebericando essa merda com tanta calma. - ditou com simplicidade, apoiando as mãos sobre as coxas expostas pelo calção de tecido fino.

- Hm. - disse por fim, como um ponto final. Olhou mais uma vez para o Rolex, tinha mais dez minutos e usaria para ficar fazendo o de sempre em festas: observando e bebendo. Arrumou o terno de linho caro e penteou o cabelo com vaidade. Escutou uma risada de chacota e olhou mais uma vez com uma sobrancelha arqueada para o dono da risada. - O quê?!

- Meu deus como você é chato! - riu mais uma vez. Toda aquela informalidade estava irritando o mais velho, queria por aquele moleque no lugar. - Penteando esse cabelo enquanto olha nesse Rolex que provavelmente foi seu pai que comprou!

- Você...! - cerrou a mandíbula, respirando pesado. Odiava ser chamado de filhinho de papai, pois sempre lutou pelo o que queria, apesar de admitir ter nascido em um berço de ouro. - Por quê caralhos eu tô dando bola pra uma criança?! - falou mais para si mesmo.

- Porquê você é solitário. - disse sem mais nem menos. Donghyuck tinha uma língua afiada e sabia usar ao seu favor. - Fala sério! Quem fica sentado em uma boate bebendo sozinho no bar enquanto em dez minutos tem uma reunião pra ir?

- Como você sabe?! - arregalou os olhos, olhando para o relógio. Era pontual e tinha um certo toc por ter tudo ao seu comando, então teria que sair dali em cinco minutos. O garoto que estava sentado sem classe alguma em uma boate tão importante como aquela ofendia Mark. Fundou aquela boate, tinha o direito de se sentir ofendido quando alguém tratava ela como se fosse insignificante. E ainda mais quando o tratavam assim. Ele sabia com quem estava falando?!

- Aprendi com o tempo, playboyzinho. - fez pouco caso, olhando o moreno como se não quisesse nada. Mark queria passar superioridade, mas Donghyuck nunca se sentia menor que alguém, apesar de ser baixinho. Devolvia na mesma moeda e amava se sentir no controle. Isso desafiava Mark, que sempre controlava tudo.