A guia

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Baek sabia o que tinha visto, e por mais que as coisas estivessem complicadas, ele ainda não confiava naquela garota. Nenhum pouco.

Primeiro ela era estranha o que por si só já estava contra ela, mas o pior era ela deixar que os outros acreditassem que ele tinha batido a cabeça sendo que ele tinha visto ela falar, tipo FALAR com aquele animal. Min estava tenso, com razão e os demais estavam por um fio, porque o manager estava morto, eles estavam perdidos no meio da maior floresta tropical do mundo e não faziam ideia de como voltar para casa. Porque tudo o que tinham, de documentos a roupas, estavam naquele avião que agora nada mais era do que metal, cinza e fogo.

Eles estavam nas mãos da garota, que inclusive sabia quem eles eram.

Lay estava desacordado e ferido, a perna dele ainda sangrava, embora estivesse enfaixada agora. Além de estranha a garota parecia saber sobre primeiros socorros. O que mais ela sabia? Quem ela era? Ele já tinha visto documentários o suficiente para saber que haviam índios naquela floresta que praticavam um tipo de medicina alternativa, mas ela não parecia ser índia, ela se vestia normal. E a pele dela não era tão escura... Era até bonita, se não fosse estranha, quer dizer, ela tinha um tipo de olhar que fazia ele assustado, o que era absurdo por que ela deveria ter o que? Uns dezoito anos? Talvez fosse mais nova... Embora fosse alta, sério, alta mesmo...

— Ei Baek, vamos.

Chan o empurrou de leve e ele o seguiu, evitando se perder de novo em pensamentos. Eles iam até a cabana da família ela, pelo o que entendeu, e que parecia ser longe. Se alternariam para levar Lay que agora estava sobre uma espécie de liteira improvisada que, ele ainda estava surpreso, ela fez.

Baek queria tentar recuperar alguma coisa do avião, mas sua ideia foi ignorada por Suho, era perigoso, ele falou, e Baek teve de aceitar a decisão.

Contudo ainda lhe dava arrepios não ter nada em mãos, quer dizer, eles podiam ser sequestrados, ou coisa pior! Ninguém ia desconfiar que foram parar ali, iriam? E se eles nunca mais voltassem? E se aquele animal...

Ué, cadê a onça?

Ele olhou para todos os lados, mas não viu ela, tinha ficado para trás? A garota ia na frente puxando Lay junto de Min, os demais os seguiam em fila indiana e ele era o último, a onça não estava mais ali, não que ele pudesse enxergar muita coisa e piorou bastante quando eles estraram por uma trilha estreita, onde a floresta cobria tudo e os sons eram sinistros. Jurou que se saísse vivo dali, nunca mais voltava para um lugar daqueles. Não que estar ali era sua culpa. Ah!

Ele queria gritar de raiva, que injustiça! Ele era muito novo para ser devorado por algum animal selvagem!

— Baek, dá para andar?

Chan o puxou e ele se deu conta que tinha parado e quase ficado para trás, assim correu rápido até agarrar o amigo alto assustado. Este riu e disse que ele era um idiota.

Baek não rebateu como faria normalmente porque estava sem ânimo para brincar, estava com medo, essa era a verdade e só queria voltar para a civilização e fingir que aquilo nunca aconteceu, embora soubesse dentro dele que terem sobrevivido foi um milagre já que a queda foi bem feia. E encontrar alguém que falasse a língua deles, no outro lado do mundo era outro milagre quase impossível. Ainda assim, por essa sorte sem sentido e sombria, ele sentia ainda mais medo, coisas inexplicáveis o assustavam, sempre. E aquilo tudo era bem inexplicável em sua opinião.

— Luana, deixa que eu levo agora.

Eu estava tão concentrada em prestar atenção em nosso entorno para que nenhum animal chegasse e nos pegasse desprevenidos, sabendo que Aué estava nos seguindo de longe também, que quando a voz de Sehun soou ao meu lado eu quase me assustei, quase.

3º FilhaOnde histórias criam vida. Descubra agora