Marina é uma jovem de 19 anos que mora com os pais e cursa a faculdade dos seus sonhos, Gastronomia. Ela tinha tudo para ser a pessoa mais feliz deste mundo, tendo dois irmãos mais novos, vivendo em uma casa maravilhosa, com os confortos que todos pediram a Deus. Mas para ela lhe falta coisas essências como o afeto verdadeiro de seus pais, a compreensão e o respeito sobre suas decisões e sobre ela mesma.
Marina é linda, como muitos dizem, inteligente, graciosa e talentosa em tudo o que faz. Para ela não importa que a balança diga que ela tem alguns quilos a mais, ou que algumas poucas pessoas insistam que seus lindos cachos ruivos ficariam melhores alisados, ou que teria sido melhor nunca ter feito tatuagens ou seus quatro furos na orelha. Ela ainda se acha linda e poderosa acima de tudo, a única coisa que a incômoda de verdade e que as vezes a faz chorar é o fato de sua própria família não aceitar que ela seja bissexual.
Veja bem, para ela, sua aparência é perfeita, mas quando se trata de seu interior ela tem receios e sente que precisa de certa aprovação daqueles que são mais próximos a ela. Seus próprios pais não aceitando que ela possa gostar de meninos e meninas, dizendo que isso é coisa de gente sem caráter e de pessoas em cima do muro, isto a destrói por dentro. A própria sociedade em sua maioria já possui certos preconceitos sobre pessoas como ela, mas vir de seus pais que lhe deram a vida, fizeram ela ser o que é atualmente, para Marina é o mesmo que enfiarem um punhal em suas costas.
Mas mesmo com esse punhal encravado ela segue sua vida, rumando em direção a sua própria felicidade, beijando muito na boca, saindo com amigas e amigos, curtindo de maneira consciente, mas curtindo. Marina já até mesmo namorou algumas vezes, mas nunca durou muito, portanto ela desistiu de encontrar alguém, namorar era uma palavra riscada do seu caderninho, porque criar sentimentos amorosos estava impossível para ela. Tanto meninas quanto meninos não a prendiam mais, ela beijava uma, duas, três... dez vezes, mas não mudava nada até que ela conheceu uma menina, chamada Paloma, alguns anos mais velha que ela, toda padrão da sociedade, porém lésbica assumida. Marina achou que não ia dar em nada pelo fato de que ambas já eram consideradas no grupo de amigos como "casos perdidos", tinham a fama de não se apegar.
O tempo foi passando e Marina e Paloma continuavam ficando, as duas já sabiam nutrir um certo sentimento, mas nada muito grande, porém ambas já estavam recusando alguns "peguetes" . Seus amigos diziam que as duas estavam se amando, mas não era assim que Marina via, ela achava que só estava ficando, mas sempre que via Paloma ela sentia algo diferente e sentia que Paloma queria te dizer algo que acabava por nunca dizer.
Marina já havia pensado em assumir algo com Paloma, mas não queria iludir a menina, nem se iludir e também tinha a questão de seus pais que não aceitariam seu relacionamento.
Em uma noite muito linda, Paloma convidou Marina para ir ao cinema e, ao chegarem lá ela viu o quão linda Paloma estava e sentiu seu coração falhar uma batida.
- Uau! Você está tão linda. - disse ela
- Olha quem está falando, Paloma eu nunca te vi mais linda.
As duas ficaram se olhando por alguns minutos sem querer dizer mais nada, além de contemplaram sua beleza e o seu raro momento juntos.
Passou-se o filme, as duas comeram algo e resolveram dar uma volta pela praia, só para apreciarem o belo luar e poderem por mais alguns minutos aproveitaram sua própria companhia, algum tempo depois, Paloma a deixou na rua de casa e com um rápido selinho se despediram.
Marina definitivamente havia percebido com esse encontro que algo realmente tinha mudado entre elas, mas ela não podia simplesmente admitir, não, não, seria preciso mais que isso.
E foi aí que ela depois de tomar seu banho, trocar de roupa e se deitar recebeu uma mensagem que mudou tudo, algo que afirmou que ela não era a única a sentir que tudo tinha mudado, ou melhor sido construído através do tempo que as meninas haviam passado juntas.
Marina havia recebido a frase mais curta e mais significativa de Paloma:
"Oi baby, espero que tenha gostado, pq eu amei."
Acho que você já deve ter ido dormir, então é isso, só queria te desejar uma ótima noite e dizer que...
Eu te adoro"
Marina olhou para aquelas três mensagens e não pensou nada além de que o que ali estava contido era cem porcento recíproco e simplesmente pensou, eu te adoro demais Paloma. E assim ela adormeceu pensando na menina e no seu dia maravilhoso.
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Apenas Contos.
Teen FictionUm emaranhado de contos, dos mais diversos temas, para aqueles que como eu não tem tanto tempo ou paciência pra todos os detalhes e embromações que bons livros costumam trazer. Aproveitem e se deliciem com alguns devaneios de um jovem retardado, vu...