Capítulo 39

850 57 9
                                    

"Bom dia" disse assim que abri os olhos e vi William — já todo vestido com seu terno — me olhando.

"Boa tarde, amor" ele sorriu, se aproximando e despejando um beijo na minha testa.

"Tarde?" Me levantei, sem se importar de estar nua. "Que horas são?"

Ele olhou seu relógio, "três horas"

Arregalei os olhos. Eu dormi tanto assim? Não é possível.

"Eu te deixei muito cansada..." ele sorriu, convencido.

Me estiquei, "hum, e um pouco dolorida." Disse sem pensar.

Ele sorriu, e sentou na beirada da cama.

"Tenho uma surpresa para você" passou seu dedo indicador no vão dos meus seios.

"An..." fechei os olhos pelo contato tão próximo, "outra?"

"Sim. Podemos conversar sobre isso no caminho." Ele se levantou, ajeitando seu terno azul marinho.

Levantei da cama, agarrada no lençol. "Você vai para onde todo vestido assim?"

"Nós vamos" ele sorriu se aproximando, "preciso que você se arrume e pegue todos seus documentos."

"Como?" Perguntei sem entender nada.

Ele olhou seu relógio novamente, "te pego daqui 2 horas, meu anjo" me mandou um beijo.
Ele saiu do quarto sem me dar a oportunidade de questionar.

Entrei no banheiro e tomei um banho demorado. Duas horas era tempo suficiente.

Quando sai do quarto, eu parei brutalmente. Eu não estou em casa. Ele me trouxe para casa dele, pela primeira vez. — O quarto era azul escuro, com cortinas brancas bonitas. A cama era grande e espaçosa, — está toda bagunçada, por conta da noite anterior. — Caminhei até as grandes janelas e pude ver o jardim com uma piscina enorme.

"Meu Deus, isso que dá beber muito!" Falei comigo mesmo, rindo baixo.

As duas batidas na porta me causou um sobressalto. Mas a porta foi aberta antes de eu dizer para entrar.

"Com licença" uma mulher, nova, com cabelos loiros e olhos castanhos, entrou no quarto. Ela estava carregando uma bandeja que deduzia ser meu café.

"Fique a vontade" eu disse e ela assentiu e caminhou até a mesinha que tinha próxima a cama. Ela estava com um vestido florido até os joelhos e sapatilhas brancas. Não parecia ter mais de vinte e cinco anos e também não parecia uma empregada ou qualquer coisa desse tipo.

"Precisa de algo?" Ela disse, se virando, sorrindo educadamente.

"Qual seu nome?" Perguntei, amarrando melhor o roupão e indo em direção a bandeja.

"Giovanna" ela disse , "e você é a Maite, certo?"

Franzi o cenho. Ia responder, mas ela começou a falar antes disso.

"Minha mãe me avisou que Will tinha visita" sorriu. —Will? Quanta intimidade. — "Sou filha da governanta dele" ela esclareceu, o que eu já ia pergunta em seguida.

"Hum..." disse pegando a xícara de café, "você mora aqui?"

Ela riu baixo, "ah, não... eu venho aqui de dois em dois anos ou quando sou dispensada da faculdade."

Assenti dando um gole no meu café.

"Me pediram para certificar se precisava de algo e aproveitei e trouxe o café da manhã." Ela disse ainda sorrindo. Aquele sorriso alinhado estava me tirando do sério já.

Entre o amor e a vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora