Primeira noite, parte II

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Kai acordou e se viu sozinho no quarto. A porta estava aberta e ele saiu preocupado com Kyung.

Seu companheiro estava escorado na parede que levava a rua única da construção. Parecia perdido em pensamentos.

— Ei Kyung, está tudo bem?

— Está sim, só estou sem sono, na verdade estou preocupado com todos em casa, sabe, nossas famílias, a empresa, os fãs, devem todos estar a loucura uma hora dessas. Não saber me deixa ansioso, mas enfim...

— Nós vamos voltar, tenha paciência, Laine vai resolver isso e...

— Eu me sinto culpado sabe, sempre tratei todas elas meio mau, e elas continuam nos ajudando...

— Tenho certeza que está tudo bem, de verdade.

Kyung assentiu e então se virou para ele sério. Kai também se escorou na parede, ainda sentia sono.

— Eu acho que deveria ir ao quarto do Lay, vi a Luana entrando lá há algum tempo e Min saiu logo depois, não sei exatamente onde vocês querem chegar com tudo isso, mas acho justo que saiba.

O sono passou por mágica, Kai estreitou os olhos e olhou para o quarto da frente estressado. Droga, Lay sempre estava a um passo à frente. E embora ele tivesse concordado que ia tentar, ainda sentia os nervos à flor da pele. Sentia ciúmes, sentia raiva e uma loucura possessiva quase cega. Sentimentos intensos que ele não estava acostumado.

Respirou fundo e saiu da garagem do quarto deles indo para a outra e entrando sem bater.

Mais uma vez teve uma visão que o deixava louco, só que dessa vez era bem pior do que as outras, por que SUA garota estava debaixo dos lençóis, sobre uma cama, aninhada no peito do chinês e dormindo profundamente. Ambos.

Ele viu tudo vermelho.

Foi direto para cama só pensando em arrancá-la de lá, mas antes que tocasse nela a mão de Lay o parou.

— Não a acorde.

— Dane-se Lay, quem te deu o direito de...

Ele não completou a frase quase gritada, porque ela despertou olhando ambos sobre ela, assustada.

Kai ficou alguns segundos sem reação, mas estava pronto para discutir de novo, porque aquilo tudo não fazia sentido nenhum em sua mente, não ia dar, ele não conseguiria, não mesmo!

Daí ela se ergueu na cama e o encarou com os olhos arregalados.

— Kai...

— Desculpa Lulu, mas não dá, não mesmo, eu não consigo e...

— Eu entendo.

E ela suspirou fechando os olhos e saindo da cama indo em direção a porta.

— Zhēnguì? Não vá.

— Não, Lay, talvez Kai tem razão, talvez isso não vá dá certo. Eu... – E Kai viu que ela desviou os olhos respirando com a boca, como se estivesse prestes a chorar – Me desculpem.

E ela abriu a porta pronta para sair.

Kai suspirou, que ótimo idiota, agora você faz ela chorar, Parabéns!

Sua mente estava torvelinho, ele estava confuso, tenso, mas se sentiu pior em tirá-la no meio da noite da cama, porque tinha que ser tão complicado?

— Volta para cama, anda, eu não devia ter te acordado. Desculpa.

— Está tudo bem.

E ela saiu fechando a porta em silêncio.

3º FilhaOnde histórias criam vida. Descubra agora