𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟎𝟓𝟖

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Blanca desceu do carro com pressa, não se importando em pegar suas malas ou agradecer ao motorista como sua boa educação mandava. Correu para a casa de sua filha com pressa, encontrando a porta já aberta por Christopher.

— Ela está bem? Está acordada? — Christopher negou com a cabeça.

— Está dormindo. — Abraçou Blanca com força, mantendo o controle. — Não precisava ter vindo tão tarde da noite, saído com tanta pressa, nós podíamos ter esperado até amanhã. — Blanca negou com a cabeça, entrando na grande casa, observando como Christopher pegava suas malas da mão do motorista o agradecendo, para então trancar a porta e acionar o alarme.

Ele estava mais abatido do que a última vez que o vira, seus olhos estavam mais fundos e debilitados.

— Ela está consciente do que está acontecendo? — Christopher fechou os olhos por longos segundos, negando com a cabeça.

— Não, Pierre ficou com ela durante grande parte do dia, quando cheguei ela já dormia, acordou por alguns instantes, apenas para checar se eu já havia chegado, se já estava ao lado dela. — Blanca sorriu emocionada, assentindo com a cabeça.

— Falei com Rúbens, há uma equipe me esperando agora no hospital.

— Acho melhor que descanse, eu fiz os exames, os resultados ficarão prontos amanhã pela manhã.

— Não quero descansar. Quero fazer esses exames, quero estar preparada, firme, levemente controlada quando Dulce acordar.

Christopher escutou com firmeza as palavras de Blanca, sabendo que nada do que falasse faria com que ela mudasse de ideia. Sorriu levemente, abraçando uma vez mais sua sogra, ciente de que o gênio forte de Dulce vinha de uma só pessoa.

— Eu não seria capaz de a contrariar, consegue ser pior que sua filha.

— Sem dúvidas eu sou. — Blanca limpou suas lágrimas. — Eu vou subir, ficar com ela por alguns minutos e então volto a descer, o motorista me levará?

— Sim, eu peço para que ele te leve. Cida já foi para casa, pedi para que descansasse, ela tem nos ajudado de forma intensa nessas últimas semanas. É uma boa mulher.

— É um amor, é muito boa com a minha filha.

— Sim, realmente tem um carinho muito grande por Dulce.

Blanca concordou uma vez mais, subindo logo depois as grandes escadas que a levaria até o segundo andar. Christopher a deixou sozinha, sentando-se no sofá da sala para fechar os olhos e aguentar a tensão insuportável que se alastrava por seu corpo, que se arrastaria por seu corpo até que tivesse aqueles resultados em suas mãos.

Blanca entrou no quarto iluminado apenas por um abajur.

Não fez barulho, na ponta dos pés caminhou até a cama, repousando seus olhos maternos sobre sua filha, desejando beijar Dulce, lhe medir a febre, a olhar nos olhos para se sentir novamente tranquila. Não o fez, porque sabia que acordaria sua filha e que Dulce se agitaria com a sua presença, tentaria se manter acordada por um tempo que deveria estar dormindo, repondo suas energias.

Apenas permaneceu ali, de pé, com seus olhos a tocando por suas mãos, com seus olhos a beijando por seus lábios. Deixou o quarto quando o relógio lhe disse que era a hora. O motorista já lhe esperava lá embaixo quando Christopher lhe deu um celular, pedindo para que Blanca lhe ligasse assim que chegasse ao hospital e que voltasse a lhe ligar após fazer os exames.

— O motorista ficará com você. Eu estarei acordado. O quarto ao lado do nosso já está arrumado para uma boa noite de sono.

— Eu ficarei bem, voltarei assim que puder voltar, cuide de minha filha. — Christopher assentiu, notando o estranho olhar de Blanca, a relutância que ela agora demonstrava em sair de casa.

Um Lindo HomemOnde histórias criam vida. Descubra agora