𝑨𝒍𝒎𝒐𝒔𝒕 𝑷𝒆𝒓𝒇𝒆𝒄𝒕 𝑹𝒆𝒗𝒆𝒏𝒈𝒆

Capítulo 2

¨Vingança faz tudo valer a pena.

A vingança é prazerosa,

e faz com que a pessoa

que nos causou mal se

arrependa do que nos fez¨          Nanny Miranda

Atena Swan

Acordei com o barulho de panelas vindo lá de baixo. Deve ser meu pai ou a outra fazendo o jantar.

Me espreguicei e tomei coragem para levantar, e foi ai que percebi que estava claro do lado de fora. Será que eu não dormi nem por uma horinha?!

Me joguei na cama e peguei o celular para descobrir que horas são. Fiquei surpresa quando vi que dormi por mais de dez horas e que já é 6h27 da manhã. Meu animal espiritual deve ser o bicho preguiça, pensei rindo.

Fui lá pra baixo com a roupa que estava mesmo e encontrei meu pai na cozinha tentando fazer panquecas, fiquei feliz por ele lembrar que esse é meu prato preferido de manhã e por estar se esforçando para me agradar.

Fui em sua direção e o abracei, tinha me esquecido como era gostoso a sensação de abraça-lo, foi ai que percebi o quanto senti sua falta ao longo desses anos. Ele se assustou comigo e deu um pulinho, mas logo estava me abraçando de volta.

-Olha só como minha menininha cresceu, já é quase uma mulher, to ficando velho mesmo- disse em quanto fazia carinho nos meus cabelos.

-Oi pai...senti sua falta

-Também senti amor, todos os dias.-sussurrou de forma triste- Me desculpe por não ter ido te buscar ontem, mas Bella insistiu tanto em ir que eu não aguentando acabei cedendo.

-Tá tudo bem pai, oque importa é que você está aqui agora.- sussurrei, ainda o abraçando.

-Eu tenho em presente de boas vindas pra você querida, era para eu ter te entregado ontem quando cheguei, mas encontrei você capotada na cama, acho que nem se a casa queimasse você teria acordado- disse rindo, me deixando um pouco envergonhada, ele era um dos poucos que conseguiam me deixar assim, pensei rindo.

-Para pai!- o empurrei de lado em quanto nós dois riamos- Eu só estava cansada, tive que repor minhas energias, só isso.- fiz cara de inocente, oque só fez ele rir mais ainda.

-Você correu alguma maratona e eu não to sabendo? To com medo de quando chegar o inverno você hibernar minha filha.

Estava tão distraída com o meu pai que não tinha percebido a criatura das profundezas parada na porta nos olhando com certo ar de inveja. Sempre foi assim, em quando ela era mais próxima de Reneé, eu era mais próxima do meu pai, e ela nunca gostou disso. Sempre fazia coisas para chamar a atenção e me fazer a vilã da história. Teve uma vez que ela mesma cortou o próprio cabelo de noite, e de manhã começou a chorar dizendo que eu tinha cortado aquela bucha em quanto ela dormia. Como sempre, Reneé acreditou no que ela disse, aos olhos dela a Isabella era a santa e eu que sempre atormentava a coitadinha, acho que ela até se esquecia que eu era sua filha também. Porém, ao meu ver, meu pai percebia que as coisas não aconteciam da maneira como Bella contava, tanto que olhava com reprovação pra ela quando a cada semana algo horrível acontecia e ela sempre me apontava como culpada. Teve uma vez que minha mãe chegou ao limite e decidiu me mandar para algum internado, tínhamos sete anos na época, meus pais começaram a discutir, em quanto Bella me olhava com um olhar vitorioso do outro lado da sala, nesse dia fiquei com tanta raiava que parti pra cima dela e começamos uma briga, ela até me acertava as vezes, mas como eu estava por cima e com raiava, meus golpes eram mais fortes e precisos. Aquela foi a minha primeira briga, mas não a ultima. No final, depois de muita discussão, por conta do meu pai eu acabei não indo pro internato, mas em compensação tive que fazer todas as tarefas de casa, que antes eram divididas entre nós duas, por quase dois meses, e minha mesada ia toda pra ela. Aquela foi a primeira vez que senti o gosto do verdadeiro ódio, com sua total pureza. Bella sempre saia vitoriosa, em todas as situações.