Paris estava sob a névoa matinal quando Liam acordou e se levantou da cama. O relógio marcava seis e meia da manhã, fazendo com que seu corpo sentisse a preguiça de se levantar, mas ele não sentia mais sono.
Usando apenas uma calça de pijamas como roupa, ele andou até a persiana fechada, onde abriu e viu o rosto de Zayn, afundado no travesseiro de penas, onde apreciou por minutos, a beleza jovial e inocente daquele rapaz.
Ele dormia sem camisa, mostrando inúmeras tatuagens nas costas.
Alguma época, no dia da vida de Liam, ele não se imaginava apaixonado por um homem. Desde que bateu em um homossexual, apesar de sentir nojo, se sentiu arrependido. Demorou anos para superar esse erro que cometeu na sua vida.
E agora, olhando para Zayn, ele se encontrou perdidamente atraído.
E isso, poderia ser um erro.
Desde que Grace se fora, ele não se apaixonava. O trauma ainda vivia em sua vida, em seus dias vazios, em seus sonhos. A bomba explodindo, o grito dela. O caixão lacrado.
Merda.
Ele balançou a cabeça, tentando amenizar o trauma que convivia. Andando pelo quarto, ele respirou profundamente, absorvendo o cheiro de manhã e café.
Quando Zayn acordou, reparou em Liam saindo do chuveiro, enrolado no roupão.
— Bom dia — Ele sorriu — Está descansado?
— Quantas horas são?
— Umas sete e meia, por aí. Quer um café?
— Na verdade, não sinto fome.
— Então, o que deseja fazer?
— Desejo ir atrás de Genevieve.
Genevieve foi o fruto de uma relação entre uma prostituta americana e negra, com um bilionário parisiense, branco e alto. Nascida em 1938, seu pai estava ajudando as tropas que tentavam lutar contra os nazistas, financeiramente. Sua mãe, que havia fugido para Paris na década de 20, estava morando em um prostíbulo, junto com outras mulheres, a criando silenciosamente.
Ao final da Segunda Guerra, quando ela tinha sete anos, conheceu seu pai. Jacques Baptiste, a amou em primeira vista. Lhe deu um teto, uma pensão e educação. Genevieve aprendeu a falar francês, inglês, português e um pouco de latim. Sabia dança, literatura e música. Sua mãe esposou seu pai em 1946, em um casamento escondido do mundo.
Mas infelizmente, não fora feliz. Seu pai era violento, bebia todos os dias, e usava sua mãe como saco de pancadas. A jovem Pepe ( O apelido de Penélope, o nome de sua mãe), estava ferida e cansada. No 13° aniversário de Genevieve, fez com que o marido assinasse uma escritura de um estabelecimento perto do Moulin Rouge, pegou alguns francos do cofre do marido e fugiu para longe. Passou alguns meses entre Luxemburgo e Londres, despistando os detetives que Jacques colocara atrás dela e da filha. Após um ano inteiro, soube do suicídio de seu ex-marido, e toda a riqueza ficou para a esposa que ele passou para a esposa que ele se casou durante a fuga de Pepe e Genevieve. Magoada com a desconsideração da única herdeira que Jacques deixara no mundo, mas precisando de renda para sustentar a filha, Pepe abriu o Le Trous.
Genevieve começou a trabalhar contra a vontade da mãe. Seu primeiro cliente foi Charles Payne, aos 16 anos. Largou a faculdade, dedicou á dança. Conheceu Boris, abrigou mulheres que precisavam de renda. Em 1955, na virada do ano, perdeu sua mãe, vítima de tuberculose. Aos dezessete anos, virava a dona de um estabelecimento de renda.
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Alabama Song (HISTÓRIA OFICIAL)
FanfictionNa década de 50, na idade do ouro no cinema, Elvis reinava na terra da música e o jazz ainda tocava nas ruas de Paris. Charles Payne tomava conhaque no Le Trous e Jamil Malik era um aspirante à escritor que amava a vida. O caminho dos dois foi selad...