Mandrágora

400 30 4
                                    

Frank

- Bom, acho que é isso... - Disse a mim mesmo sobre tudo isso enquanto sobrevoava Nova Roma.


Sério, deuses? É pedir demais uns bons momentos em Londres com a minha noiva? Agora eu tenho que achar um lunático e deixar a minha casa, de novo?


Saí voando pelas florestas ao redor de Nova Roma, buscando pelo tal Alabaster, antes que sua aparência sumisse da minha mente. Enquanto voava, só pude pensar no que aguardava a minha Hazel em sua jornada para o Ministério da Magia. E se ela não conseguisse resolver o problema do irmão? E se ela fosse punida por ser da família? E se o julgamento envolvesse uma batalha? Os acampamentos estavam em paz há tanto tempo que começamos a baixar a frequência de treinos, então Hazel estaria menos preparada e...


Meu Deus, quanta paranóia! Acho que eu tô sendo pessimista demais.


Fui tirado dos meus pensamentos por um grito horrendo vindo de uma árvore estranha no meio da floresta. Era como se mil crianças gritassem no meu cérebro enquanto imitavam esquilos, numa frequência muito alta e nunca mais fossem parar.


Aos poucos, fui perdendo a audição e os outros sentidos conforme tentei pousar, mas retornei à forma humana em pleno céu, incapaz de registrar o pânico enquanto despencava ainda ouvindo crianças no meu cérebro, mas junto a uma doce voz pronunciando: Aresto Momentum!


Quando recuperei os sentidos, estava numa tenda gigante em tons pastel, com mobília e prataria, trajando camisa e bermuda brancas, vendo meu terno pendurado ao lado, com duas garotas inconscientes que pude reconhecer de imediato: Clarisse de La Rue, minha meio-irmã e Reyna Avila Ramírez-Arellano, minha amiga e também pretora do Acampamento Júpiter. Mas antes que eu tentasse acordá-las, fui interrompido pela mesma doce voz vinda de uma mulher da entrada da tenda.


- Deixe-as terem mais tempo para descansar. - a mulher, se aproximando de mim, me permitindo melhor visão sobre a sua aparência.


Ela tinha pele pálida, cabelos loiros curtos desgrenhados e olhos cinzentos e distraídos, diferentes dos olhos analíticos de Annabeth, minha amiga. Além disso, vestia um chapéu de explorador roxo, uma camisa similar a farda de um guarda florestal, mas lilás e com alguns pequenos bichinhos que eu nunca havia visto antes escondidos nos bolsos, um par de calças coladas roxas escuras com um cinto preto e botas pretas. Na mão direita, carregava uma varinha e na esquerda, um pequeno vaso com uma mudinha dentro.


- A minha pequena mandrágora estava sendo reenvasada quando você e as suas amigas passaram. - Ela me explicou, erguendo o vaso ao falar da Mandrágora. - Desculpe-me pelo incômodo nos ouvidos. Mesmo com o abafador, é bem irritante.


- Obrigado por me impedir de morrer lá no céu. - agradeci, constrangido. - Quem é você? Imagino que seja uma bruxa, pela varinha, mas porque está numa tenda no meio do mato?

Harry Potter e Percy Jackson - O Ritual do ApocalipseOnde histórias criam vida. Descubra agora