Areia vs Pedra

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Gaara havia sido muito bem recebido pelos moradores, jurava que podia ver alívio nas faces alheias que o rodeavam e comprimentavam, e pior, sabia o motivo daquilo.

Deidara...

O forasteiro que nem se quer possuía sangue Sabaku havia assumido o trono que deveria ser seu ou dos irmãos, se amaldiçoou por ter recusado a liderar quando uma criança muito magra e fraca agarrou suas pernas sorrindo pra ele com alegria.

-Bem vindo de volta senhor Gaara.

Foi puxado bruscamente pela mãe e se desculpou com ele, Gaara a fitou por um instante e se aproximou.

-Não maltrate-o, estava apenas me comprimentando.

A mulher o encarou e abriu a boca em surpresa.

-Me desculpe senhor, é que o Rei deidar... Não terminou de falar ao receber um olhar de sensura de um dos soldados, mas não foi preciso terminar, Gaara entendeu tudo.

Se abaixou próximo da criança e lhe entregou uma sacola.

-Tome, é um presente por ser um garoto tão bonzinho.

A criança sorriu abertamente e agradeceu a Gaara, levou para comer junto da mãe e ela agradeceu em meio as lágrimas a gentileza ajoelhando aos seus pés e abençoando Gaara.

Voltou a caminhar para chegar ao reino e via pobreza, fome, medo e admiraçãodas pessoas para com ele, se sentiu culpado, Deidara havia transformado seu povo em pó, não poderia deixar assim, tomaria seu posto de líder do clã e herdeiro do reino e expulsaria deidara, isso se não o matasse, sabia que teria que duelar se ele não aceitasse entregar o posto por bem, sabia também que teria que ficar de olhos bem abertos naquela noite para não ser assassinado antes da batalha, deidara era um puto cínico e traíra, usava de artifícios sujos para conseguir o que queria então não facilitaria, nem daria abertura para que fosse tirado do posto, se possível daria cabo de Gaara antes mesmo da batalha, ele não estava pisando em terreno desconhecido, sabia da fama do maldito bastardo da aldeia da pedra, mas não facilitaria para ele, não mesmo...

Chegando ao castelo foi direto pra casa de banho, não necessitava de comprimentar o rei fajuto, afinal não devia nada a ele.
Pode relaxar como a muito tempo não fazia, a tensão do corpo ia se esvaindo aos poucos.

De banho tomado se juntou para o desjejum, se sentou em uma das pontas da enorme mesa e se deparou com deidara na outra ponta.

-Ora, ora! A que devo a honra de sua visita a meu reino?

Gaara fez com que o servo provasse da bebida e da comida antes de consumir e fez com que ele esperasse ali a seu lado para ver se ele reagia de forma suspeita, não daria a Deidara o gosto de ser envenenado justamente antes de lutar pelo trono.

Trono esse que em outra ocasião nem seria disputado, seria seu imediatamente, mas Gaara havia abandonado o reino e este agora era preciso.
Riu com amargura quando ouviu as palavras "meu reino".

-Não se faça de desentendido.

Encheu seu copo com o líquido esperando pelas relações do servo a seu lado.

-Ahh, assim me sinto ofendido, não confia em mim, Sabaku?

-O que você acha?

A presença de Deidara o havia enojado, então desistiu de se alimentar e se pôs em retirada, mas parou ao ouvir um grunhido e um som de corpo caindo.

Olhou para o servo no chão e subiu o olhar para a direção de Deidara.
Sorriu ladino e se retirou da sala.

Deidara socou a mesa enfurecido, tinha que dar um jeito naquilo, não queria mesmo ter que ceder ao trono.

O principe e o prisioneiro Onde histórias criam vida. Descubra agora