Amor Mortífero

20 2 0
                                    

Estava frio assim como era quase todos os dias do ano, como era a rotina de Kate Lavigne, uma garota de apenas 8 anos, cabelos escorridos loiros, boca pequena e rosa, olhos castanhos que no reflexo enganavam ser verdes, estava no ultimo horário, "Ufa" ela pensava, já poderia ir para casa e rever sua mãe, mas antes que o sino tocasse para que todos saíssem a professora passou uma tarefa, diferente mas que chamou atenção da pequena menina.

-Quero que todos... -Disse pausadamente e continuou. -Perguntem aos pais o que eles acham sobre o amor, como o descrevem, e amanha terão que ler aqui na frente.

Era uma assunto novo para ela, amor. Sempre ouvira essa palavra mas nunca soube o significado, ou talvez sabia, mas decidiu que iria voltar correndo para casa e perguntar para sua mãe o que ela achava do amor.

O sino finalmente tocou, todos pegaram seus materiais correndo, a presa de sair era mais forte que a preocupação de esquecer alguma coisa, Kate pegou tudo e saiu correndo em direção a rua, sua casa ficava do outro lado da rua de sua escola, uma casa grande, branca com as persianas rosas, quem via de fora achava que as pessoas que ali moravam eram as mais felizes, pois esses estavam enganados, a sua família sempre foi tradicional o que causava vários arrepios na espinha de Kate, ela era tão diferente, pelo menos ela achava que era diferente de Sofi sua mãe, atravessou a rua com cuidado, chegando na porta de sua casa viu que sua mãe estava na janela, como sempre, vestido longo que destacava sua silhueta, os cabelos negros e longos soltos, os olhos negros pareciam que não tinham fim, davam medo.

- Oi mamãe. - Kate disse toda alegre indo em direção para dar um abraço em sua mãe que se esquivou.

-Olá Kate.

- Mamãe, eu tenho uma tarefa, a professora pediu para que eu perguntasse o que a senhora acha do amor, o que ele significa.

Sofi apenas deu uma gargalhada, aquela que fazia com que Kate se arrepiasse, era maligna, parecia seca e estridente, como de bruxas. Ela se encostou na janela, a voz fria, fumaça saindo de sua boca, e disse para sua pequena filha:

- Todo amor vem com uma pitada de ódio, e quando essa pitada toma conta de todo o amor se prepare - Deu uma pausa, uma daquelas frias pausas que sempre dava enquanto falava, o tom de sua voz parecia que estava com ódio, ódio do amor? - O amor não é como te dizem garotinha, bonito e perfeito, ele é imperfeito e feio de perto, mas isso que o faz gostoso, assim como o sangue que todos acham bonito e perfeito, mas é ruim e amargo, então não se deixe enganar as aparências enganam e o amor também.

- Então... - Kate disse abaixando a cabeça. - O amor é uma coisa ruim mamãe?

- Não diria ruim, mas não é bom. Kate você não deve se apaixonar ou amar ninguém, acredite nisso, amar é perda de tempo.

- Então a senhora não me ama mamãe?

-Me de algo para me orgulhar de você primeiro e depois quem sabe eu a ame, agora vá se trocar para ir brincar.

Como sempre obedecia sua mãe Kate ainda de cabeça baixa foi para seu quarto, colocou a roupa mais simples que tinha e foi para o jardim de sua casa, grande, espaçoso verde e com algumas flores, havia uma enorme arvore com um balanço branco aonde ela passava a maior parte do tempo, lendo ou pensando em algo, de onde ficava podia ver sua mãe na janela, observando cada passo que dava, havia uma pequena e baixa cerca que separava a sua casa dos vizinhos, que por sinal eram novos, haviam se mudado a dois dias e ela nunca tinha visto ninguém na casa ao lado, ate que ouviu passos, quando olhou havia um garoto, cabelos loiros que no sol pareciam violeta, os olhos cinzas, pele branca, a boca tão delicada que parecia ter sido desenhada com a maior perfeição, ele estava parado, estava a olhando.

-Oi. -Kate disse em um tom baixo e seco.

- Oi, Sou Georg. Georg Clinton.

- Georg nome bonito... Eu me chamo Kate Lavigne.

- Lindo nome...

Ficou um silencio torturante, os dois apenas se encaravam e o olhar de Georg a deixava encantada, parecia ser puro e sincero, doce e macio, ao contrario dos dela que pareciam ser de ódio e raiva de tudo, mas mesmo assim ele não a parava de encara-la.

- KATE LAVIGNE ENTRE PARA DENTRO AGORA.

Era Sofi, Kate percebeu que a mãe parecia com raiva, ela estava parada em sua frente, a fisionomia era de puro ódio, rancor, e olhava para Georg como se o conhece a anos.

- Mas mãe ainda esta cedo e eu acabei de conhecer um novo amiguinho. - Kate disse soltando um sorrisinho e apontando a cabeça na direção de Georg.

- Olha aqui garota eu não quero você conversando com esse muleque, a partir de hoje você só vem aqui para fora quando eu estiver. E você muleque não chegue perto da minha filha. NUNCA entendeu?

Sofi a pegou pelo braço e a levou para dentro de casa. Foi a ultima vez que ela viu Georg, ate agora.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Aug 16, 2014 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Amor MortíferoOnde histórias criam vida. Descubra agora