Capítulo 9 - Acampamento

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Enfim a primavera chegou, cerca de uma semana depois da lua de inverno.

E conforme o tempo passava, um lado de Mik se sentia afundar em uma tristeza exacerbada, mal se concentrando nas tarefas mais simples, imagine nas mais difíceis.

O gelo tinha derretido e o lago cresceu mais de dois metros acima de seu nível normal. Yvon tinha retomado a rotina de cuidar do jardim e da pequena plantação que eles tinham, sendo o companheiro mais atencioso e carinhoso que alguém poderia ter.

Mikhail o olhava com um novo brilho a cada dia, eles não tinham poupado o tempo, aproveitando cada momento livre para estarem juntos e curtir da presença um do outro.

Entretanto, o que deixava Mik triste, era um fato completamente diferente. Na verdade um sentimento que nunca abrandou dentro dele. O fato de estarem amaldiçoados. Se ele queria ter um amor, que fosse fora de uma maldição, não podia simplesmente se conformar com essa condição. Embora notasse que Yvon já tinha praticamente aceitado toda essa situação.

Mik enxugou uma lágrima, enquanto mexia o seu ensopado de legumes na panela de ferro. Estava com saudades de seus pais... apenas o conhecimento de que eles não mais se lembrariam dele era uma derrota tremenda. Seu coração tremia dentro do peito com dor mal contida, a dor de ser esquecido.

Amava Yvon, tinha que admitir, o que mais queria era estar com ele... no entanto, sentia falta de seus pais, de seus irmãozinhos, de seu vilarejo bobo. Nunca foi um desejo seu se casar e ir embora de casa, embora de seu território. Na verdade, gostaria de ter sua família ali mesmo com a apoio de toda a comunidade, que seus filhos aprendessem com os mais velhos, que brincassem com outras crianças...

Mik imediatamente se recompôs quando a porta da cozinha se abriu. Yvon limpou as botas do lado de fora e entrou. Como sempre seu sorriso era imenso, carregava um cesto com algumas hortaliças, legumes e frutas.

— Tem amoras, sei o quanto gosta, então colhi um monte delas. — Apontou para as frutinhas em um canto do cesto pesado. Colocou-o sobre a mesa.

Mikhail rapidamente foi verificar, pegando um punhado das doces frutinhas roxas e comendo várias delas de uma vez. O corante ficou em seus lábios e ele passou a língua sobre eles. Tão doce.

O mago se aproximou e tinha um olhar um pouco além de amoroso. Prometia mais do que isso. Suas mãos envolveram ao redor de Mikhail e o trouxera para perto.

— Talvez nós devêssemos ter um pouco de diversão agora?

Já era de se esperar, ele sempre parecia um homem faminto. Mik se virou nos braços dele e o beijou. No mesmo instante as mãos de Yvon rodearam em torno dele e aprofundou no beijo. Lento, molhado e doce. Mik deixou algumas frutinhas caírem enquanto os dedos de seus pés se contorciam com o prazer de um simples beijo.

Yvon o recostou contra a mesa e seus lábios desceram para o pescoço do outro, degustando sua pele, mordiscando suavemente. Fora inevitável não gemer contra isso, a sensação era tão boa, mas Mik estava terminando o almoço, não era apropriado ter relações agora.

— Y-Yvon... a sopa.

— Hum? — Perguntou, ainda muito interessado em seu pescoço. Suas mãos adentrando por baixo da blusa e tocando sua pele quente. Mik estremeceu com o contato.

— Você deve estar com fome... não deixe queimar o seu almoço. — Sua voz saiu lânguida.

— Eu posso almoçar você tranquilamente. — Riu contra sua pele, porém seu estômago não perdoou, um ronco quebrou entre os gemidos dele. — Droga. — Yvon se afastou, um pouco corado pela excitação do momento.

As Colinas de Górki [Romance Gay]Onde histórias criam vida. Descubra agora