As Colinas de Górki [Romance Gay]

Capítulo Final

Passaram dois meses e Mikhail estava curtindo uma vida nova, mais do que merecida.

Lavava os pratos de cerâmica depois do almoço, e assistia pela janela Yvon voltar ao trabalho na estufa, onde cultivavam os alimentos.

Aconteceu que agora eles estavam utilizando muito mais espaço para o plantio, porque se tornaram fornecedores do povoado de Irenia, o que também garantia o sustento deles.

Duas vezes por mês, Yvon e Mikhail levavam uma carruagem com muitos alimentos frescos e outras matérias primas para o vilarejo dos corvos, e lá trocavam por peles de animais, utensílios, e coisas que eles não tinham lá na colina.

Mikhail sorriu para si mesmo enquanto refletia.

Com apenas dois meses, seu ventre já estava bem avantajado, isso lhe deu uma ideia de que talvez não estivesse falando de apenas um filhote, mas um lote deles.

Parecia bom e ao mesmo tempo assustador.

Eles ainda viviam naquela mesma casa, nada tinha sido muito alterado naquele tempo, além do aumento das plantações.

Yvon trabalhou sozinho, mas com a ajuda de sua magia. Mik queria tanto ajudar, mas o outro não aceitava de maneira nenhuma. Por isso, ele encontrou afazeres que não prejudicariam os bebês.

Manteve a casa perfeitamente limpa e organizada, cozinhava doces e outros tipos de alimentos que poderiam ser vendidos, isso lhe deu bastante trabalho.

Ele pescava as vezes, cuidava dos animais que eles tinham, e Mikhail também tinha adquirido um hobby bastante interessante para suas horas vagas. Pintar.

Depois que tudo estava em ordem, fez uma limonada, pois o verão estava bem intenso aquele ano, e levou o suco consigo até a estufa.

Yvon já estava pingando suor, mechas de seu cabelo cinza grudando ao redor de seu rosto, e a maior parte amarrada para trás em um rabo de cavalo.

— Trouxe uma limonada! – Mikhail disse sorridente. Colocou a jarra sobre uma bancada vazia e serviu um copo, entregando a Yvon quando se aproximou.

Seu companheiro sorriu agradecido e bebeu avidamente o líquido fresco.

— Ah... muito bom, obrigado. Quero mais. – E estendeu o copo, onde Mikhail o serviu novamente.

— Não acha melhor parar por hoje? Está muito quente. – Aconselhou.

— Sim... apesar que temos entrega daqui dois dias, e a minha previsão diz que vai chover no fim da tarde. Melhor semear rápido!

Mikhail assentiu, embora se preocupasse de ver Yvon se esforçar tanto.

Como se o mago notasse, se inclinou e lhe deu um beijo em seus lábios. Mikhail segurou o rosto dele para aprofundar um pouco mais o beijo.

— Eu queria tanto poder agarrá-lo aqui... mas estou todo sujo. – Yvon amaldiçoou sua condição.

Mik apenas riu.

— Sabe que isso não me importa, mas eu tenho muito o que fazer agora antes da chuva. –

Ele se despediu e deixou o mago trabalhar.

Seus bebês estavam um pouco agitados dentro dele, o que lhe dera um pouco de enjoo. Felizmente ele não teve os piores sintomas de uma gravidez. Lembrava que seu progenitor tinha ficado de cama por muitos dias no início da gestação.

Ele se sentiu bem e enérgico.

Enjoava fácil de alguns alimentos, mas tinha comido muito mais do que deveria. Mesmo com medo de ser gordo até os filhotes nasceram, mal conseguia frear a gula.