• 1 Ano de Saudades •

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Nascido em 13 de abril de 1921,
João Batista Cabral Acioly
faleceu no dia 20 de julho de 2016,
no auge de sua vida de 95 anos.

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O último de 4 irmãos de antecedentes italianos, pai de 4 filhos e patriarca d'uma bela família que sempre vai amá-lo e admirá-lo.
Isso é um pouco do muito que eu sei sobre o homem que desde pequeno chamo de "Vô".

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Confesso que não era tão apegado ao meu avô antigamente porque, até os meus 5 anos, encarava nossa diferença de 80 anos como uma barreira até mesmo para puxar conversa.

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Sempre sentado em seu trono, calado e imponente, ao lado do estimado rádio e do seu copo (seus amigos de todas as horas), usando os óculos de sol, Vovô tinha a elegância real.

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Com toda a curiosidade de uma criança, sempre observei aquele senhor, espiando seus passos e me aproximando mais dele.
Até que, quando finalmente aprendi a ler, minha avó me deu uma pequena Bíblia e minha mãe me sugeriu que lesse para ele enquanto as duas fofocavam.
Encabulado e gaguejante, li a primeira história, ouvindo seus comentários, li outra e mais uma, até ter de ir embora, mas muito feliz, levando comigo o sorriso de Vovô.

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Nos fins de semana seguintes, foram ainda mais histórias, e aí percebi que minhas leituras iam de jornais a gibis, de Bíblia a livros de estórias, e sempre que chegava em sua casa havia algum papel em cima da mesa, separado por ele para eu ler e a gente conversar.

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E foi assim, simplesmente acontecendo, de pouco a pouco, que conheci no meu avô o que era o amor, porque para amar é preciso conhecer, e nós já nos conhecíamos muito bem.

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Hoje, sinto um inexplicável orgulho de falar sobre voinho, de ter um de seus nomes e o nobre sobrenome, e de ter herdado o seu gosto por bananas.

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Muito obrigado pelo senso de humor, pelo carinho e por todos os seus grandes ensinamentos, meu Eterno Professor.

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Em seu silêncio, o senhor sempre me disse tudo, e mesmo cego de um olho, com a visão prejudicada, o senhor sempre enxergou o que havia de melhor dentro de cada um de nós.

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As saudades machucam, mas nós sabemos que só há saudades porque os momentos que nós passamos juntos foram ótimos.

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No seu trono, ninguém senta mais, do seu rádio, não se houve mais nada e o seu copo, não tem mais a sua cervejinha dos sábados e domingos.
Porém, a falta da presença física não significa ausência.
Eu sei que agora, mais do que nunca, o senhor está conosco e, principalmente, comigo.

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Todos os dias, após as minhas orações, na cama, eu te peço a bênção e juro que posso ouvir sua voz e sentir o seu calor.

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Só espero ser, um dia, um pouco do que o senhor foi para mim.

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"Nos seus olhos era tanto brilho
Que mais que seu filho
Eu fiquei seu fã"

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Muito obrigado.

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Te amo

❤️

Amor em SaudadesOnde histórias criam vida. Descubra agora