A primeira vez

9 0 0
                                    


Brasília 13/12/2014

- Vamos, vc vai curtir, não tem nada demais em sair uma noitezinha, vc não vai mais reprovar por isso e ainda vai esquecer (nem que seja por algumas horas) daquele idiota que ta te fazendo sofrer. 

Meu celular não parava de apitar com as mensagens da Kennia, a mulher mais maluquinha que tive a oportunidade de conhecer na vida, a forma como nos conhecemos da uma bela historia, um pouco vergonhosa, mas capaz de arrancar muitas risadas de qualquer pessoa com a cabeça um pouco mais aberta. Em resumo ela foi a primeira mulher que eu beijei em uma balada na época em que eu estava tentando esquecer meu ex, ela me fez abrir os horizontes para muitas outras coisas além do relacionamento com outras mulheres, não nossa relação não foi como "namoradas" mas ela se tornou uma grande amiga, incapaz de me deixar em casa numa sexta feira a noite do primeiro dia das minhas ultimas férias da universidade antes de entrar na loucura do ultimo ano com todo aquela responsabilidade de tcc, estagio, horas complementares, que seriam só terror, pânico e gritaria.

- Ok, mas não vamos a nenhum lugar muito agitado.

Concordei preguiçosa , mais que para faze-la feliz do que para a minha própria felicidade. Estava na onda de curtir coisas novas, que traduzindo a miúdos, era experimentar todas as coisas loucas que a kennia propusesse e para a minha surpresa a experiência da noite era me envolver num menagem com ela e o tal peguete que morou fora e da uma de aviador.

Coloquei uma saia curta, salto alto e um batom vermelho a imagem no espelho estava longe de se parecer comigo, mas era o mais próximo que eu conseguia chegar de uma pessoa agradável. A vontade de sair correndo para a minha cama me acompanhou ate a porta do carro onde me aguardavam Kennia, Tock (o safadão) e o irmão estranho da Kennia, que eu achava que tinha namorada, as que me pareceu muito soltinho para alguém comprometido.

Logo na entrada percebi um desconforto entre a kennia e seu inoportuno peguete, que ficava o tempo todo insinuando um interesse em mim que desagradava o um metro e meio de mulher que o acompanhava. Fugindo de um climão percorri a casa noturna, em uma dança tímida e por que não confessar ridícula, bebendo qualquer coisa alcoólica que fosse colocada em minha frente.

Chegar em um estado de alegria extrema provocada pelo álcool era meu ponto alto do meu ano, que não estava sendo um dos melhores depois de ser trocada pelo ex namorado, ter que pagar as contas deixadas por ele e ainda conviver com o fantasma desse ex namorado em todos os cantos da minha casa que ele fez o favor de se apossar. Nossa que ano bosta!

Balancei a cabeça e decidi que não,  naquele momento não! Naquele momento eu não escutava minha consciência de menina direita que tem que ter as melhores notas e foi morar sozinha para provar a independência, que quer ser responsável por tudo. Naquele momento eu era uma mulher fútil em uma boate com musica alta num estado ligeiramente alegre, eu só queria dançar loucamente de olhos fechados.

- "O safadão não me respeita" – Sou despertada do meu êxtase pela minha amiga aos prantos – "ele fica dando em cima de você na minha cara."

- Eu não sei do que vc esta falando – consigo murmurar com a voz meio bêbada.

- "Voce não percebeu? Ele fica em cima o tempo todo querendo te beijar, não é assim que euqueria nosso ménage."

Kennia não sabia exatamente o que queria em um ménage, estava encantada com a ideia da putaria mas não conseguia segurar o ciúme de ver seu boy ficando "intimamente" com outramulher. Dei de ombros como quem não estava entendendo nada – e realmente não estava – e continue minha dança ridiculamente libertadora.

Vodcka, Cerveja, Tequila e quando me dou conta estou em cima de um palquinho dançando freneticamente ao lado do irmão "soltinho" da minha amiga, deixei me levar pelo espirito libertário do álcool e quando percebi estávamos envolvidos em uma dança quase erótica no meio do salão escuro com todas aquelas luzes piscando, de repente o clima ficou muito mais bonito que eu sei que realmente estava, mas comecei a ver as coisas meio em câmera lenta – efeito do álcool, com certeza – e meu foco era aquela boca, que parecia chamar pela minha, seus braços já rodeado minha cintura e por alguns segundos eu parei de pensar e simplesmente me entreguei a um beijo incrivelmente delicioso e demorado, que me fez perder o sentido de onde eu estava, de repente a musica não estava mais tão alta, e não estávamos mais dançando estávamos ali parados, agarrados um ao outro e a energia que fluía entre nos era indescritível, como se tivesse chegado ao ápice da noite. Descemos do estreito palco onde nos equilibrávamos e saímos do salão mais escuro... na claridade pude perceber o quanto estávamos bêbedos e de uma certa forma vulgares com aqueles amassos obscenos, escorados em uma pilastra vermelha. Teria sido tudo muito lindo se meu corpo não tivesse começado a rejeitar o volume absurdo de álcool que eu ingeri. O que sobrou da noite foram pequenos flashs de como cheguei casa da kennia, de mais beijos envolventes e uma dor de cabeça descomunal.

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Nov 29, 2018 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

Ele & ElaWhere stories live. Discover now